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Características da pessoas com Cristo

sábado, 24 de fevereiro de 2018
Posted by Francisco Souza

3 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA COM CRISTO
A partir do momento que Jesus começou a fazer parte de sua vida, algo glorioso aconteceu com você. O mundo não entende, e nem compreende a reconciliação que houve em Cristo Jesus para conosco. Em Cristo você é uma nova criatura e muito mais. A Bíblia diz que:

1. Os meus pecados foram todos perdoados.

"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29).
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça" (I João 1:9)
2. Sou filho de Deus.

"Mas a todos quantos o receberem, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, a saber; aos que crêem no seu nome" (João 1:12).

3. Sou uma nova pessoa em Cristo Jesus.

"Quando alguém está unido com Cristo, é uma nova pessoa; as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo" (II Coríntios 5:17).

4. Deus me deu a sua justiça.

"Se manifestou a justiça de Deus... mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem..." (Romanos 3:21-22).

5. Sou habitação do Espírito Santo.

"Como dono, Deus pôs a sua marca em nós, colocando o Espírito Santo nos nossos corações, como garantia de tudo o que ele tem para nós" (II Coríntios 1:22).

6. Meu nome está escrito no Livro da Vida.

"Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão escritos nos céus" (Lucas 10:20).
7. Sou da família de Deus.
"Assim já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus" (Efésios 2:19). E I Pedro 2:9-10 diz:

7.1. Sou raça escolhida,
7.2. Sou sacerdote do rei Jesus,
7.3. Sou de uma nação completamente dedicada a Deus,
7.4. Sou santo e puro e pertenço a meu Deus.
7.5. Sou sua testemunha.

Salvação é...

O que Deus fez ................................................... João 3:16
O que Jesus fez ................................................... Romanos 5:8
O que você precisa fazer ..................................... Mateus 11:28

Jesus Cristo é...

Jesus meu Salvador--Mateus 1:21
Jesus meu Amigo--Jo 15:15
Jesus meu Caminho--Jo 14:6 a
Jesus minha Sabedoria--I Co 1:30 a
Jesus minha Verdade--Jo 14:6b
Jesus minha Justiça-- I Co 1:30b
Jesus minha Vida--Jo 14:6c

minha Santificação--I Co 1:30c
Jesus meu Mediador-- I Tm 2:5
Jesus minha Redenção--I Co 1:30d
Jesus meu Intercessor--Rm 8:34
Jesus minha Esperança--I Tm 1:1
Jesus meu Advogado--I Jo 2:1
Jesus minha Paz--Ef 2:14
Jesus minha luz.-- Jo 8:12
Jesus minha Alegria--Jo 16:22
Jesus meu Pastor.--Jo 10:11
Jesus minha Morada--Jo 14:23
Jesus minha Força-- Fp 4:13
Jesus meu TUDO--Cl 3:11


CARACTERÍSTICAS DA PESSOA SEM CRISTO.

Uma pessoa sem Cristo está perdida, sem rumo na vida, vive em função de seu egoísmo e é escrava de seus próprios desejos. Portanto, as Escrituras são bem claras o seu destino é o inferno, lugar terrível, onde haverá choro e ranger de dentes, (Mateus 24:51); onde o lago de fogo e enxofre não acaba (Apocalipse 21:8).
Bíblia declara a sua condição sem Cristo:

Pecador : "Todos pecaram, todos fracassaram, e não puderam alcançar o ideal de Deus" (Romanos 3:23). "O problema são os seus pecados;

Separado de Deus: por causa deles, vocês estão separados de Deus... Ele não ouve mais o que vocês pedem" Isaías 59:2.
Condenado: "quem, não crer será condenado" Marcos 16:16.
Sofredor: "...sabemos que toda criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora" Romanos 6:22.
Morto Espiritualmente: "O salário do pecado é a morte" Romanos 6:23.
Conseqüências do pecado: Quando o homem pecou, este morreu (Rm 6:23). Principalmente no sentido espiritual, por isto é chamado de morte espiritual, que é o estado de ficar separado de Deus. A pessoa neste estado está sobre condenação (Jo 3:18),  e depois da morte física e juízo serão lançados no lago de fogo (Ap 21:11-15).

VÁRIAS NECESSIDADES DO HOMEM SEM CRISTO

1 - Está perdido e necessita de um Guia;
2 - está enfermo e necessita de um médico;
3 - está escravizado, necessita de um Redentor;
4 - está moribundo e necessita de um Salvador;
5 - está espiritualmente morto, necessita de Vida Nova.

A lista pode ser aumentada indefinidamente porque o homem natural ignora as verdades espirituais e necessita de luz, iluminação; tem fome e sede de uma satisfação que não encontra.

O homem natural, até que se dê conta de sua condição espiritual, e suas conseqüências, dificilmente busca a Salvação. O nosso dever é ensinar-lhes que o pecado pode propiciar prazeres ao corpo, mas não pode dar gozo à alma, e que Jesus é a única resposta para a alma.

POR QUÊ EVANGELIZAR?, ORDENANÇA

Posted by Francisco Souza

POR QUÊ EVANGELIZAR?

II.1 ORDENANÇA


O Senhor Jesus é o motivo supremo e também e a Autoridade que nos manda pescar homens para Ele. Ele é o Mestre por excelência, e o exemplo na arte de fazê-lo.
Ele promete êxito na tarefa, se cumprimos a condição de O seguirmos.( Mt.4:19. ) Deve ficar claro, também, que o êxito na incumbência de evangelizar não significa exatamente que se converta casa pessoas a quem se fale.
Isto não aconteceu nem com o Senhor Jesus, quando esteve corporalmente entre nós na terra (Mt.19:16-22).

O mesmo pode se dizer dos Apóstolos (At.17:5, 32; At. 19:9), são exemplos de momentos em que a Palavra levada pelos Apóstolos não foi aceita pelos seus ouvintes.
Porém, cada ser humano que houve a Palavra de Deus , que é evangelizado, há de serntir-se responsável pela sua reação, não perante quem lhe prega o evangelho, mas diante de Deus (IICo. 5:17-21).
Testificar aos homens, apresentando-lhes as verdades do Evangelho ou Boas Novas a cerca de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, é obrigação séria e responsabilidade de cada cristão.
    Não queremos responder esta pergunta para simplesmente termos um conhecimento teórico das razões bíblicas para evangelizarmos. Mas para encontrarmos as motivações bíblicas para a evangelização, porque a motivação brota do coração, e a obra de evangelização deve ser feita por um coração dominado pelo amor a Deus e ao próximo.
A Bíblia nos apresenta vários apelos ao evangelismo. Não podemos como crentes, ficar indiferentes diante da realidade que se nos apresenta.
a- Apelo de Deus - Isaías 6.8
b- Apelo de Cristo
b.1. A força constrangedora da cruz - 2 Co 5.14
b.2. A força do Seu mandamento - Mt 28.19 e Jo 20.21
b.3. A força do Seu poder transformador - Mc 1.17
c- Apelo do Espírito Santo - Atos 13.2
d. Apelo dos perdidos - Mt 9.36
d.1. Sua alma tem valor - Mc 8.36-37
d.2. Estão condenados - Rm 3.10-12
d.3. Só Jesus pode salvá-los - Atos 4.12
e- Apelo dos servos de Deus - Lc 5.6-7
II.2 . IDE
QUANDO? - Enquanto caminho, quando eu for. Enquanto o crente está indo, ou seja, vivendo, ele está levando alguém a uma tomada de posição em relação a Jesus Cristo.
ONDE? - todas as nações - grupos de povos, em toda a parte - lugar por onde passar.

II.2.1 Conhecimento do valor e da situação da alma humana
Sabemos que uma alma vale mais do que o mundo inteiro e que Deus amou a humanidade de tal forma que mandou o seu Filho para morrer por ela. Mas a situação de todas as almas é de condenação e perdição.
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus...” (Rm 3:23)
“...quem não crê, já está condenado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (Jo 3:18).
“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.” (Ap 20:15)

II.2.2 Conhecimento de que só Cristo salva

    Sabemos que só há um meio para a salvação – Jesus Cristo. E somente nós, os cristãos, temos este pleno conhecimento. Como poderíamos, então, deixar de falar de Cristo?
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14:6)
“E em nenhum outro há salvação; porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4:12)
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem...” (1 Tm 2:5)

II.2.3 Por amor ao próximo

    Tendo conhecimento das motivações anteriores, chegamos a conclusão que o ato de não evangelizar é um ato de profundo egoísmo. Sendo, assim, um pecado. Devemos evangelizar porque amamos o nosso próximo e não queremos vê-lo perdido eternamente. Paulo, dominado por este amor, estava disposto a sacrificar a própria vida na pregação do evangelho (At 20:19-24)
“...Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22:39)
“Livra os que estão destinados à morte, e os que são levados para a matança, se os puderes retirar.” (Pv 24:11)

II.2.4 Gratidão a Deus
  
Para a glória de deus (ICo. 10:31) - Como em todas as cisas que fazemos em nossas vidas. Pela gratidão a deus - Por Sua Graça ao salvar-nos , e o reconhecimento por suas bênçãos. O amor a deus - O nosso amor a Deus.
Quando contemplamos o amor de Deus por nós, este nos coloca um sentimento de gratidão a Ele por nossa salvação em Cristo. A melhor forma de demonstrarmos gratidão a Deus é compartilharmos com os outros o amor de Cristo e nossa fé nEle.
“Porque o amor de Cristo nos constrange...” (2 Co 5:14)
“Nós amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro.” (1 Jo 4:19)

II.2.5 Obediência a Cristo

    Jesus Cristo nos deixou bem claro que a sua vontade é que cada um de nós leve outras pessoas a Ele.
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28:19)
“...Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16:15)
“...assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” (Jo 20:21)

II.2.6 Responsabilidade diante de Deus

    A idéia da responsabilidade pessoal e a de prestar contas a Deus, o juiz soberano, era um estímulo importante à evangelização na igreja primitiva. Com certeza todos iremos comparecer diante de Deus e prestaremos contas pela divulgação ou não do evangelho de Cristo.
“Pelo que desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal. Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé...” (2 Co 5:9-11)
“Se eu disser ao ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão. Todavia se advertires o ímpio do seu caminho, para que ele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniqüidade; tu, porém, terás livrado a tua alma.” (Ez 33:8,9)

Desejo pela volta de Cristo

    Gostamos de cantar e falar a palavra Maranata, que quer dizer “Ora, vem, Senhor Jesus!” Se queremos realmente que Cristo volte, devemos pregar o evangelho em todo o mundo.
“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” (Mt 24:14) 

II.2.8 Fazei discípulos
BATIZANDO é a identificação com Cristo. Pelo batismo o crente se identifica com Cristo na Sua morte e ressurreição. Romanos 6.3-6.
ENSINANDO - envolve o conhecimento e prática dos princípios que estão na Bíblia. Isso vai levar a pessoa mais e mais a um estilo de vida semelhante ao de Jesus.
Quatro coisas essenciais para uma pessoa se tornar discípulo de Cristo:
A- Conversão ou Novo Nascimento
B- Identificação com Cristo
C- Integração na nova vida
D- Reprodução Espiritual


Conceitos, Evangelização

Posted by Francisco Souza

Conceitos, Evangelização 

CONCEITOS

I.1 EVANGELHO
A Palavra grega evangelion – significa literalmente “boa notícia”. A palavra encontra-se no singular, mostrando assim, que há somente um evangelho, o evangelho de Jesus Cristo. Na prática, nenhuma outra religião pode usar esta palavra para referir à sua mensagem ou doutrina. Esta palavra pertence exclusivamente ao Cristianismo.
    O Evangelho são boas novas de quê? De perdão para os pecados, de salvação para a alma  e de vida eterna em Cristo Jesus. Paulo definiu o evangelho como “...o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.” (Rm 1:16)

    O Evangelho teve seu início logo após o pecado, quando Deus prometeu que viria o descendente da mulher e este pisaria a cabeça da serpente (Gn 3:15). A palavra evangelho é encontrada 72 vezes no Novo Testamento nos seguintes contextos:

 a) O Evangelho de Deus (Rm 1:10; 15:16; 2 Co 11:7)
 b) O Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1:1)
 c) O Evangelho do Seu Filho (Rm 1:9)
 d) O Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo (2 Ts 1:8)
 e) O Evangelho de Cristo (2 Co 10:14)
 f) O Evangelho da graça de Deus (At 20:24)
 g) O Evangelho da glória de Cristo (2 Co 4:4)
 h) O Evangelho da glória de Deus Bem-aventurado (2 Tm 1:11)
 i) O Evangelho da vossa salvação (Ef 1:13)
 j) O Evangelho da paz (Ef 6:15)
 k) O Evangelho do Reino (Mt 4:23; 9:35; 24:14)
 l) O Evangelho do Reino de Deus (Mc 1:14)
 m) O Evangelho eterno (Ap 14:6)

I.2 EVANGELIZAÇÃO

É o ato de comunicar o evangelho. É o ato de evangelizar. A palavra “evangelização” indica ação, significando “pregar o evangelho”. Mas o que é evangelizar? Devo dizer que não existe unanimidade quanto a este conceito. Existem dois conceitos básicos sobre o que seria evangelizar:
Evangelizar é a comunicação do evangelho à alguém de tal maneira que este pudesse tomar uma decisão consciente de aceitação ou rejeição à pessoa de Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
Evangelizar é a comunicação do Evangelho seguida da conversão do ouvinte.
Diante deste dilema, fica a pergunta: quando podemos considerar alguém evangelizado? Quando uma pessoa ouve o evangelho e encontra-se capaz de decidir se quer ou não seguir a Jesus? Ou quando ouve o evangelho e toma a decisão de seguir a Cristo?

O segundo conceito é equivocado. Porque este define a evangelização em termos de um efeito produzido na vida dos outros. Os missionários que lutam muito, às vezes sem ver nenhuma conversão, poderíamos dizer que eles não estão evangelizando? De maneira nenhuma. Sabemos pelas escrituras que o Evangelho deve ser pregado por todos os cristãos, mas quem convence e opera o novo nascimento é o Espírito Santo (Jo 3:7, 8; Ez 36:26 e 27). Sabemos ainda que Deus deu ao homem capacidade volitiva para decidir se quer ou não seguir a Cristo. O evangelista lança a semente, mas o Senhor dá crescimento. O Evangelista lança redes mas o Senhor traz os peixes. E o ouvinte se entrega ou rejeita a Cristo. O Dr. Peter Wagner e o Dr. John Stot definiram da seguinte forma o conceito da evangelização:
“A natureza da evangelização é a comunicação das boas novas. O propósito da evangelização é dar aos indivíduos e grupos uma oportunidade válida para aceitarem a Jesus Cristo. A meta da evangelização é persuadir homens e mulheres para que cheguem a ser discípulos de Jesus Cristo e sirvam a Ele na comunhão de sua Igreja.”
    Diante desta definição, queremos destacar três aspectos que constituem a ação evangelizadora:
Proclamação: Seria a comunicação ao pecador a respeito de sua condição de escravo do pecado, da natureza e conseqüência dessa escravidão, do amor de Deus e Sua providência em Jesus Cristo para salvação deste e da chamada divina  para uma decisão por Cristo Jesus

Convencimento – O evangelista nesta ação, seria apenas um instrumento nas mãos do Espírito. Pois é o Espírito que convence e muda o coração do pecador.
Integração – Depois da conversão do pecador, este deve ser levado a um compro-misso com o corpo visível de Cristo (a Igreja), onde seria discipulado e levado ao desenvolvimento e amadurecimento da sua fé em Cristo Jesus (Ef 4:12,13).

O fato de evangelizar significa:
Ganhar vidas para
Edificar vidas em
Enviar vidas por
II Corintios 5.17; Colossenses 1.28; João 20.21

O Dividir Alma e Espírito

Posted by Francisco Souza

O Dividir Alma e Espírito

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e pro­pósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas (Hebreus 4:12, 13).


Primeiro

O dividir alma e espírito é essencial pois relaciona-se com o crescimento espiritual. Como pode o cristão buscar o que é espiritual se não conhece a distinção entre espírito e alma? Muitas vezes confundirá o que procede da alma como procedendo do espírito, e desta forma permane­ce muito tempo no reino do viver da alma em vez de buscar o viver no espírito. A Palavra de Deus cita, muitas vezes, as feições do espírito e também as da alma. Por exemplo, a Bíblia registra a tristeza no espírito e também a tristeza na alma; menciona o alegrar-se no espírito tanto quanto o alegrarmo-nos na alma. Daí as pessoas tiram a conclusão que uma vez que as expres­sões do espírito e da alma são as mesmas, o espírito deve ser a alma. Isto é como se dissésse­mos: "Já que você se alimenta, e eu também, logo você deve ser eu." Entretanto, Hebreus 4:15 diz que "a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração". Uma vez que alma e espírito devem ser separados, a alma deve ser alma e o espírito deve ser espírito

Gênesis 2 diz que quando Deus, no princípio, criou o homem, ele "formou ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente" (v. 7). Este fôlego de vida é o espírito do homem vindo diretamente de Deus, que ao tocar o corpo do homem, produziu a alma — e o homem tornou-se alma vivente. O espírito do homem tem consciência de Deus, conhece sua voz, e pode comunicar-se com ele. Mas depois da queda de Adão, seu espírito morreu para Deus; logo, o espírito de Adão, (e de todos os seus descenden­tes) ficou tão opresso pela alma que foi interliga­do intimamente com ela. Quando a pessoa é salva, seu espírito é vivificado para Deus; mas devido à união íntima do espírito com a alma por tanto tempo, é preciso que a Palavra de Deus os divida ou os separe.

Segundo

Embora as expressões "da alma" e "do espíri­to" pareçam semelhantes, pertencem a reinos diferentes — procedem de duas fontes diversas. Se você estiver alegre hoje, esta alegria pode proceder da alma ou do espírito. A alegria está sendo expressa, mas há diferença de procedên­cia. Da mesma forma, você pode sentir-se triste hoje. Ora, pesar é pesar; entretanto, pode advir de fontes diferentes. De onde procede? E esta a pergunta que será feita pelo próprio Deus. Procede essa emoção de sua alma ou do seu espírito?
Por exemplo, Deus prometeu um filho a Abraão. Nessa época Abraão já era avançado em idade e aparentemente não havia muita esperan­ça. Depois de esperar muito tempo sem ver o cumprimento da promessa de Deus, sua esposa planejou para que ele se casasse com Hagar, sua criada, e assim nasceu Ismael a Abraão. Mas depois de catorze anos, Deus fez com que a esposa de Abraão, Sara, desse à luz a Isaque. Ao lermos os capítulos 15, 16, 17 e 21 de Gênesis, pode ser que não percebamos o que Isaque e Ismael representam; mas ao lermos Gálatas 4, no Novo Testamento, discernimos imediatamente o significado de ambos. Paulo nos diz que um (Isaque) é nascido da promessa e que o outro (Ismael) é nascido segundo a carne (v. 23). Percebe você, agora, a diferença? As pessoas arrazoam que se tão-somente conseguirem um filho, tudo está bem. Mas Deus perquire do modo pelo qual esse filho nasceu. Desejamos um filho, quer seja ele Isaque ou Ismael. En­tretanto, a Palavra de Deus diz que Ismael representa o que é carnal e Isaque representa o espiritual. Ismael representa o que o homem obtém com sua própria sabedoria e por seu próprio poder; Isaque representa o que procede de Deus e o que é dado por ele.

Logo, o que é da alma? Da alma é aquilo que é feito pela própria pessoa. E o que é espiritual? É aquilo que é feito por Deus. Estas duas coisas são radicalmente diferentes. A pessoa pode fazer algo sem precisar esperar em Deus nem confiar nele. Tal ação procede da carne e da alma. Mas se a pessoa não pode falar antes que Deus fale, não pode agir a não ser que Deus aja primeiro; se essa pessoa olha para Deus, espera nele e dele depende — então essa pessoa e sua ação são espirituais. Portanto, perguntemos a nós mesmos se tudo o que fazemos é feito no Espírito Santo. Esta é uma pergunta muitíssimo importante. Muitas vezes nada há de errado com o que fazemos: entretanto, registra-se condena­ção dentro de nós ao fazermos tal coisa. O motivo desse sentimento interior não é que o que fazemos externamente seja necessariamente errado mas que a coisa que fazemos não foi iniciada em Deus — isto é, não é resultado da operação do Espírito Santo em nós.


Terceiro

1 Coríntios 3 trata da edificação. Refere-se à nossa obra e ao nosso serviço para Deus. Alguns edificam com ouro, prata e pedras preciosas; outros constroem com madeira, feno e palha. Qual é a obra feita com madeira, feno e palha? Nas Escrituras, o ouro, a prata e as pedras preciosas apontam para aquilo que procede de Deus. O ouro representa a glória que procede do Pai; a prata, a redenção que é obra do Filho e as pedras preciosas, a obra do Espírito Santo, uma vez que estas pedras são compostos formados no subsolo mediante calor intenso.

Aquilo que leva em si a eterna glória de Deus, a cruz do Filho, a organização do Espírito Santo é chama­do de ouro, prata e pedras preciosas. Então, a que apontam a madeira, o feno e a palha? Obviamente a tudo que procede do próprio homem; a glória do homem é como a palha (feno) e como as flores; a natureza do homem é como a madeira, e a obra do homem, é como a palha.
Ora, o ouro, a prata e as pedras preciosas geralmente não aparecem na superfície da terra. Têm de ser tirados dos profundos recessos do subsolo. A madeira, o feno e a palha, por outro lado, crescem sobre a face da terra e podem ser obtidos facilmente. Daí depreendemos que tudo o que procede das profundezas, como resultado do que é realizado no profundo do coração dos homens, mostra a obra de Deus neles; mas tudo o que pode ser feito pela carne, procede do homem e não tem valor algum. O que pode ser facilmente realizado não possui muito valor espiritual, pois é de procedência externa; mas o que advém das profundezas, por ser de Deus, é de muito valor.

Pode-se notar esta diferença na pregação. Alguns, ao pregar, precisam esperar em Deus até que se forme um fardo, como na concepção. Esta é a obra de ouro, prata e pedras preciosas. Alguns pregam porque seu cérebro é brilhante e seus lábios eloqüentes. E também podem lem­brar-se de muitas coisas. Portanto podem levan­tar-se e pregar. Edificam ativamente; mas tudo é madeira, feno e palha à vista de Deus — logo tem mui pouco valor espiritual.


Certo irmão pregava em determinado lugar. Da perspectiva humana, as condições externas eram excelentes; logo ele devia estar razoavel­mente alegre. Mas estranhamente, com o passar do tempo sentia-se esvaziado por dentro. Embo­ra trabalhasse vigorosamente, dentro de si mesmo sentia mais fome, mais aridez e um vazio cada vez mais profundo. Terminada a obra, teve de confessar seus pecados perante Deus e reco­nhecer que a obra fora feita por ele mesmo.
A questão aqui não se refere à condição externa da obra mas, principalmente, a quem realiza a obra; isto é, sua origem. Por exemplo, certo pregador pode aprender a dizer as mesmas palavras e pregar a mesma mensagem que outro, entretanto, as pessoas vêem-no simples­mente como uma pessoa inteligente; enquanto todos percebem que o outro é uma pessoa que conhece a Deus. A presença de alguns servos de Deus abaixamos a cabeça, dizendo: "Deus está aqui"; com outros, podemos somente dizer que são inteligentes e eloqüentes. Se você toca a Deus, pode fazer com que outras pessoas tam­bém o toquem; mas se você toca somente a alma, só pode fazer com que as pessoas toquem você. Quão grande é a diferença!

Quarto

Isto não é verdade somente quanto ao ver a Deus mas é igualmente verdade em nossa vida na terra.
Certo dia um cristão foi conversar com um servo de Deus. Temendo a crítica, esse cristão exerceu o máximo de seu poder a fim de conservar-se humilde durante a conversa. Sua atitude e também suas palavras tinham uma tonalidade bem humilde. Mas ao tentar ser humilde, os que estavam ao redor detectaram esse esforço.
Ora, se a pessoa for verdadeiramente humil­de, não precisa exercer tanto esforço. Na verda­de, este cristão estava simulando a humildade, portanto requeria grande esforço. Podemos di­zer que ele não era humilde? Bem, parecia sê-lo, mas de fato, era humildade humana, e esse tipo de humildade pertence à alma. Se Deus tivesse operado nesse irmão, ele poderia ter apresenta­do a humildade natural. Ele mesmo teria sentido ser humilde, e os que estavam ao seu redor também podiam ter visto a obra de Deus nele.



A senhora que empoa o rosto precisa olhar-se no espelho freqüentemente, mas o rosto de Moisés brilhava sem que ele tivesse consciência disso. Aquele que manifesta os efeitos da opera­ção de Deus, esse tal pode ser chamado de espiritual. Mas a pessoa que tenta manufaturar algo, deve empregar muita força; logo sente-se cansada por ser cristã, embora o cristão nunca devia exercer sua própria força em caso algum. Muitas vezes julgamos que enquanto algo pare­cer bom, provavelmente estará certo, mas Deus olha para a fonte: se procede dele ou é imitação no poder da carne.
O mesmo aplica-se em outra situação. Diga­mos que alguém tenta ser paciente. Entretanto, quanto mais tenta ser paciente, tanto mais a pessoa com o espírito de discernimento, sente pena dele. Mas outra pessoa pode ser paciente sem ter consciência desse fato. Nesse caso incli­namos a cabeça em agradecimento, dizendo que Deus verdadeiramente operou nessa vida. Per­cebemos que o segundo caso é de Deus e que o primeiro é de si mesmo. A diferença está não na aparência externa, mas na fonte.

Oh, que possamos perceber, que embora algu­ma coisa da vida natural pode parecer bastante espontânea, em si mesma não significa que ela seja do espírito. Por exemplo, alguém pode nascer com uma natureza amável. Entretanto, algum dia perceberá a diferença entre sua genti­leza natural e a amabilidade dada por Cristo.
Outro indivíduo pode ter nascido com a capa­cidade natural de amar aos outros, entretanto, ele também algum dia perceberá a diferença entre seu amor e o amor que procede do Senhor.
O mesmo pode ser verdade do que nasce com a humildade natural de caráter, mas esse tam­bém, algum dia, discernirá a diferença entre a humildade dada por Deus e sua humildade natural.
Este algo com que a pessoa nasce tem a tendência de substituir com mais facilidade o que é espiritual do que o que pode ser simulado pelo homem. Com quanta freqüência as pessoas tomam o que é dom natural como substituto para o que o Senhor procura operar nelas. Mas na realidade, o que procede da alma não tem ligação alguma com Deus, pois somente o que procede do espírito relaciona-se com ele.
O homem mais manso de todos, algum dia, descobrirá que a tentação é mais forte que sua mansidão natural. Algum dia sua mansidão se esgotará, sua paciência chegará ao fim: há um limite para o que ele pode suportar, há um grau para sua mansidão.
Ao passo que a força natural do homem é limitada, a força que nos é dada pelo Senhor é algo completamente diverso. O que o Senhor pode fazer, eu não posso; pois não sou eu quem o faz mas é a presença do Senhor em mim que faz com que eu realize tal coisa espontaneamen­te. E depois maravilho-me de tal coisa ter aconte­cido. Somente posso inclinar a cabeça e dizer: "Não tenho paciência, entretanto, ó Senhor, tu operas isso em mim." E, sem dúvida alguma, o que é realizado é verdadeiramente espiritual.


Quinto

Devemos reconhecer, entretanto, que não nos é fácil diferenciar o espiritual do que procede da alma meramente por sua aparência. É vão per­guntar a nós mesmos diariamente se isto é espiritual ou se aquilo procede da alma. Tal indagação não tem valor espiritual algum. Pode­mos perguntar, mas não receberemos a respos­ta. Podemos analisar, mas não conseguiremos nenhum resultado. Se não perguntarmos, certa­mente jamais conheceremos; entretanto, ainda que perguntemos, não o saberemos.

Nas coisas espirituais, a auto-análise não so­mente falhará em mostrar-nos a realidade, mas também criará paralisia espiritual. A visão e a compreensão verdadeiras somente vêm da ilu­minação de Deus. Quando a luz brilha, vemos naturalmente. Portanto, não precisamos fazer perguntas a nós mesmos; tudo que precisamos fazer é pedir que Deus faça com que sua palavra brilhe em nós, pois a Palavra de Deus é viva e eficaz; e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir a alma e espírito, juntas e medulas. No momen­to em que a Palavra de Deus entra, imediata­mente podemos separar o que é da alma e o que é do espírito. Dentro de você existe um julga­mento mais cortante do que qualquer juízo humano. Quando agimos, nosso sentido interior nos diz que tal ação não é correta ou não é profunda o suficiente, que somos nós mesmos que estamos fazendo as coisas e tentando influ­enciar pessoas. Ao ver interiormente, vemos de verdade. Que Deus possa ter misericórdia de nós concedendo-nos a luz interior com a qual possamos distinguir interiormente.
O dividir a alma e espírito é o fundamento do poder de discernir do cristão. Entretanto, o possuir ou não esse poder de discernir depende da iluminação interior e não da instrução exter­na. O que devemos esperar perante Deus é que a entrada de sua Palavra traga luz para que ele possa mostrar-nos o que em nossa vida e obra é da alma e o que é espiritual.

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Espiritual ou Mental ?

Espiritual ou Mental ?

O qual nos habilitou para sermos minis­tros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Coríntios 3:6).
A palavra "letra" aqui aponta para a lei. Comparando a lei com o Espírito Santo descobri­mos que a lei nada pode fazer para o homem a não ser matá-lo, pois não possui o poder de dar a vida como o possui o Espírito. "O espírito", diz Jesus "é o que vivifica" (João 3:63). Nada, a não ser o Espírito Santo, pode dar vida. Até a vida de Deus está no Espírito Santo. Além disso, nosso mundo físico foi restaurado, no princípio, por meio da atividade do Espírito Santo (Gênesis 1:2). E o nascimento do Senhor Jesus, como Deus na carne, aconteceu pelo poder do Altíssi­mo. Segundo a revelação da Bíblia, tudo o que possui ou concede vida está no Espírito Santo, ou é por virtude dele. Mas uma vez que a lei é estabelecida na letra e não no Espírito Santo, faz com que o homem morra. Entretanto não é só na Antiga Aliança que existe a "letra" (isto é, a lei) que mata; até a Nova Aliança tem a sua "letra". O que a Antiga Aliança ressalta é a lei; entretanto, a lei, como nos diz a Escritura — é de Deus, sendo santa, justa e boa (Romanos 7:12). Mas por existir ausência do Espírito Santo nela, a lei torna-se a letra que mata, como as outras muitas "letras" no mundo. Entretanto descobrimos uma possi­bilidade similar na Nova Aliança. Pois embora muitas das verdades, mandamentos, exortações e ensinos do evangelho da Nova Aliança sejam de Deus e possam regular a conduta humana e influenciar a moral do comportamento dos ho­mens, não obstante, se estiverem divorciados do poder do Espírito Santo também serão transfor­mados em letra que mata.


Sem o Espírito de Deus, tudo é morto e sem poder

A verdade enunciada acima infelizmente é negligenciada por muitos crentes: fora do Espíri­to Santo não há vida, fora do Espírito de Deus tudo é morto. Devemos ver claramente que à parte de confiar totalmente na operação do Espírito de Deus, somos absolutamente inúteis. Embora reconheçamos a corrupção da carne, mui freqüentemente não compreendemos o po­der do Espírito Santo. Logo, a despeito de nossa confissão, não somos libertados do domínio da carne. Deus deseja levar-nos ao ponto em que vivamos inteiramente por seu Espírito. Deseja que compreendamos que todas as nossas obras, feitos, orações e procura da verdade são empre­sas mortas se não forem o resultado da operação do Espírito Santo em nós e se não forem produ­zidos por seu poder. Aos olhos de Deus essas são obras mortas destinadas à sepultura.
O chamado de Deus hoje é que seus filhos obtenham a vida mais abundante. Deseja que nos livremos da morte, vençamos a morte. Entretanto, nossa atenção mui freqüentemente é colocada em vencer pecados mas não em vencer a morte. Ainda assim, Deus livrar-nos-á não somente da lei do pecado mas também da lei da morte: "Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte" (Romanos 8:2). Somente o Espírito pode conceder essa vida. Onde existe ausência dele, não há vida alguma, antes, o enchimento da morte. Os cristãos deviam não somente refrear-se do pecar, mas também deviam vencer a morte e ser cheios de vida. Deus odeia tanto a morte como o pecado. O pecado nos separa dele; e a morte impede nossa comunhão com ele. Vencer o pecado é negativo, ser cheio de vida é positivo.
Precisamos ver que quem está em Cristo tem a vida. Como? Pelo Espírito Santo, pois "a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus..."
Assim o que o versículo 6 de 2 Coríntios 3 revela é: (1) que tudo o que é da carne é morto, e (2) que até a lei perfeita dada por Deus, se estiver fora do Espírito Santo, também é morta, pois a letra mata.


A Palavra de Deus e o Espírito de Deus

A Palavra de Deus e o Espírito de Deus são inseparáveis. Dando-nos a Bíblia, Deus dá-nos sua Palavra, mas ao mesmo tempo acrescenta uma condição: os homens devem receber sua palavra no poder de seu Espírito. Deus apóia sua Palavra com o Espírito; prova sua Palavra com seu Espírito. Usa seu Espírito a fim de preservar sua Palavra para que ninguém fique destituído. Todo aquele que entrar em contato com a Palavra de Deus sem entrar em contato com o Espírito Santo não verá o poder da Palavra de Deus. Pois sem o Espírito de Deus a Palavra de Deus torna-se letra morta.
"Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura" (1 Coríntios 2:14a). Para o incrédulo que examina as Escrituras com sua própria sabedoria a Bíblia não passa de um livro morto. Isto não quer dizer que a Bíblia não seja a Palavra de Deus, nem que a Palavra de Deus não tenha poder. Simples­mente significa que sem o Espírito Santo a Bíblia, na experiência desse incrédulo, simplesmente é um livro morto e sem poder.
A Palavra de Deus permanece a mesma. Para alguns, entretanto, torna-se vida, enquanto para outros é somente letra. Qual o motivo de tal diferença? Não é outro senão que o primeiro tipo de pessoas recebe a Palavra de Deus no poder do Espírito Santo enquanto o segundo tipo tenta compreender a mesma Palavra pela sabedoria de sua mente.

A Palavra de Deus é poderosa e tem vida. Entretanto quando a pessoa a recebe só por meio da mente, não experimenta o poder nem a vida da Palavra de Deus. Toda verdade aceita só com a mente torna-se mero pensamento para essa pessoa. Tal verdade não é eficaz para seu cami­nhar. Não pode depender dela em tempos de necessidade. Embora essa pessoa possa conhe­cer o argumento, o fato ou o procedimento, não poderá obter o poder que nela está. Para ela e sua vida, a verdade não é verdade mas só ensinamento vazio, porque não pode demons­trar sua veracidade.


Para que o crente saiba que recebeu a Palavra de Deus no poder do Espírito Santo, somente precisa perguntar a si mesmo se ao receber a Palavra a recebeu com poder em sua vida; porque Deus envia o Espírito Santo a fim de provar ao crente a veracidade de sua Palavra. Conseqüentemente, se a Palavra de Deus falha em ser provada, é porque o poder do Espírito está ausente dela.
O perigo, hoje em dia, é que os crentes ouçam a palavra de Deus, leiam a Bíblia ou procurem a verdade só com a sabedoria da mente. Deus une sua Palavra e seu Espírito, mas o homem tem a tendência de separar a Palavra do Espírito ou o Espírito da Palavra. O perigo dos dois extremos é igual em ambas as direções. Pois ao separar a Palavra de Deus do Espírito de Deus, o que a pessoa obtém é mera idéia ou mero ideal. E ao separar o Espírito de Deus da Palavra de Deus, a pessoa se transforma numa coisa estranha. Mais pessoas caem na armadilha do primeiro extremo que na do segundo.

Muitos lêem a Bíblia como se examinassem um livro científico. É como se, com uma mente fina, um pouco de instrução e esforço próprio, pudessem compreender a Bíblia. Tal tipo de pesquisa pode capacitar a pessoa a conhecer um pouco da história e da doutrina bíblica mas não a ajudará experimentar o poder da Palavra de Deus. O Senhor deve levar-nos ao ponto em que dependamos de seu Espírito ao lermos a sua Palavra. Então compreenderemos sua verdade e seu poder. Somente o Espírito Santo pode apli­car a Palavra de Deus com sua vida e poder ao caminhar do crente. Aceitar a verdade só com o poder mental não o capacitará a experimentar esta vida e este poder em sua experiência diária.


Diferença real

Qual é a diferença real entre receber a verdade no poder do Espírito e recebê-la no poder da mente?
(A) Se a pessoa adquire alguma verdade religiosa de um livro ou de um mestre ou mesmo da própria Bíblia sem a necessidade de oração, ou sem renunciar a seu próprio poder nem depender completamente do Espírito Santo, ela está recebendo essa verdade no poder de sua mente. Pois a aceitação da verdade no poder da mente significa recebê-la diretamente de um livro, mestre ou da Bíblia, deixando-se de lado o Espírito Santo.

Os fariseus conheciam as Escritu­ras desta forma; logo acabaram possuindo algo morto, destituído de qualquer experiência viva perante Deus — pois a Palavra de Deus leva as pessoas a se aproximarem dele, e o próprio Deus é Espírito. Mas o ler a Palavra de Deus sem seu Espírito falha em efetuar qualquer contato entre o homem e Deus.
(B) Os crentes gaiatas voltaram a guardar a lei depois de terem crido no evangelho e começado a andar pela fé. De modo que Paulo lhes pergunta: "Recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?" (Gálatas 3:2). O que o apóstolo queria dizer era que, deveras, haviam começado com a fé mas agora confiavam nas obras. E perguntou-lhes mais: "Tendo começado no Espírito, estais agora vos aperfeiçoando na carne?" (3:3). Ele indicava que, deveras, tinham começado dependendo do Espírito mas que agora começaram a depender da carne. Por estas duas perguntas descobrimos um princípio mui­tíssimo importante: tudo o que é do Espírito Santo é pela fé e tudo o que é da carne é pelas obras. O Espírito e a fé estão unidos num só, assim como a carne e as obras são uma.
Assim, o procurar a verdade com o poder da mente e procurar a verdade no poder do Espírito têm entre si uma diferença vital — o primeiro é sem a fé e o segundo a requer.


A fim de receber a verdade no Espírito Santo a pessoa deve ter fé. Receber no poder da mente só dá à pessoa algum conhecimento, mas rece­ber no Espírito Santo traz-lhe fé. Exemplifique­mos isto. A co-morte do crente em Cristo é a fonte da vida e do poder cristãos. A esta verdade temos dado muita ênfase e a temos pregado muitas vezes. Hoje muitos crentes já compreen­deram esta verdade, e até mesmo já testificaram dela. Mas quantos realmente receberam esta verdade no Espírito Santo? Seu falar trai a ineficá­cia de sua experiência. Conheço certo irmão, por exemplo, que pensa realmente conhecer a verda­de da co-morte. Certa vez estava pregando e disse: "E necessário que a pessoa morra; se às vezes você não puder morrer, mate-se a si mesmo no poder da cruz." — Ora, estas pala­vras parecem muito espirituais, mas na realida­de são muito superficiais. Por quê? Porque ele não tem fé, mas ainda espera consegui-la por si mesmo. Isto mostra que no que se refere à verdade da co-morte ele só a compreende com sua mente e falta-lhe o poder do Espírito Santo.
Como podemos explicar isso? Se a pessoa realmente desejar experimentar o poder do Espírito Santo deve, em primeiro lugar, ter fé, pois o Espírito Santo somente opera por ter a pessoa crido na Palavra de Deus. A fé vem primeiro, e então a operação do Espírito no homem. Sem a fé, a verdade que a pessoa conhece não passa de uma idéia, pois o Espírito Santo ainda não operou nela o que a verdade já realizou.

Voltemos à verdade da co-morte por alguns instantes. O Espírito Santo nos ensina que quando Cristo morreu, já nos incluiu em sua morte. E assim como o morrer de Cristo por nós é um fato, também o termos morrido com Cristo é um fato. Assim como é real a morte de Cristo, assim também é real a nossa morte. Assim como somos libertos da penalidade do pecado crendo na morte de Cristo, da mesma forma somos libertos do poder do pecado crendo que já morremos com Cristo. É isto que a Palavra de Deus nos ensina. Então tudo se resume em crermos ou não. Se cremos, o Espírito Santo dará testemunho da Palavra de Deus e fará com que experimentemos a realidade de que "o pecado não terá domínio sobre" nós (Romanos 6:14). E a esta altura podemos verdadeiramente dizer que recebemos a verdade no poder do Espírito.


Donde podemos discernir a ordem necessária para receber-se a verdade no Espírito Santo: (1) o ensinamento da Bíblia, (2) a fé do crente e (3) a operação do Espírito Santo. Não pode faltar nenhum destes três fatores. Mas aquele que recebe a verdade pela mente não tem fé. Ouvin­do as Escrituras ou ouvindo outros pregarem ele pode vir a compreender o argumento da co-morte e pode conhecer que a pessoa que está morta é livre do pecado. Não obstante, em tudo isso lhe falta a fé; logo não pode ver claramente a posição do velho homem na morte de Cristo nem pode dizer ser uma pessoa já crucificada com Cristo.


De modo que está continuamente a colocar a si mesmo à morte, e ao aconselhar outros acerca deste assunto não pode deixar de dizer: "Devem morrer" (assim como o "certo irmão" de nossa ilustração anterior aconselhou em sua mensa­gem). Ainda que, às vezes, ofereça orações e comece a compreender a realidade de sua co­-morte em Cristo, o que faz com que ele confesse com sua boca ser uma pessoa crucificada, não obstante, em seu viver diário confia mais na autocrucificação do que no já ter sido crucificado com Cristo.

(C) Se a verdade é aceita no Espírito Santo, invariavelmente se tornará na experiência dessa pessoa. O Espírito não revela a verdade mera­mente para dar ao crente um pouco mais de material mental. Ele deseja, acima de tudo, levar o crente ao que a verdade diz. A compreensão mental pode fazer com que ele louve a verdade, mas não lhe dará o benefício da verdade. Muitos podem aprovar certa verdade, podem até mesmo amar tal verdade; não obstante, só a possuem mentalmente. Se a verdade não possui poder de produzir efeito na vida da pessoa, é indicação segura de que tal verdade é somente mental e não leva em si o poder do Espírito de Deus.

Precisamos perceber a diferença e também a relação entre o princípio e a prática. O princípio pode ser obtido mediante a revelação do Espírito de Deus. Devido ao acúmulo de conhecimento e à multidão de pregadores, muitos chegaram a compreender numerosos princípios da vida espiritual. Entretanto, muitas vezes, tais princípios estão só em sua mente. A fim de colocar esses princípios em prática na vida necessitam do Espírito divino. 

A mente pode entender os princípios, mas somente o Espírito de Deus pode colocar esses princípios em prática. Ao resolver um problema de álgebra, é fácil para o estudante resolver uma equação; entretanto é um pouco difícil adicionar um assunto a essa equação. Da mesma forma, é bastante fácil aprender um princípio espiritual com a mente, mas colocar esse princípio em prática na vida está além da capacidade mental. Aquele que estuda geografia pode saber as capitais e as grandes cidades das nações do mundo, e tam­bém suas situações agrícolas, industriais e comerciais, sem precisar talvez nem mesmo sair de casa. Pela pesquisa, mediante o poder men­tal, portanto, a pessoa pode compreender muito da Bíblia. Mas sem depender do Espírito Santo, não terá nenhuma experiência.

O perigo de hoje é que muitos buscam o conhecimento da Bíblia com a mente. Com­preendem alguns mistérios, entendem muitos princípios espirituais, colhem alguns significa­dos mais profundos da Palavra de Deus, e até mesmo apreciam, até certo grau, a obra realizada por Cristo na cruz. Entretanto, tudo isto está em sua mente. Isto não lhe foi dado pelo Espírito Santo, logo não existe nenhum poder prático envolvido. E o resultado é que a Bíblia fica reduzida ao nível de um tratado científico no qual o leitor e o escritor não têm contato pessoal algum. Por outro lado, a Palavra de Deus — embora seu conteúdo tenha sido dado oralmente muito tempo atrás, e mais tarde tenha sido registrado, formando o que hoje conhecemos como Bíblia — está, não obstante, no Espírito, da mesma forma que Deus está no Espírito. Se o leitor recebe a Palavra de Deus diretamente, sem depender do poder do Espírito Santo, não terá nenhum relacionamento com Deus. Isto reduzi­rá o valor da Palavra de Deus e torná-la-á um dentre os livros mortos do mundo.
A compreensão das Escrituras pode ajudar a esclarecer o pensamento e conceitos do homem, mas não terá eficácia prática em sua experiência e obra espirituais. Isto pode explicar, em parte, por que a verdade pode, deveras, ser pregada e no entanto não ter poder nenhum sobre o que prega nem sobre os que ouvem. Se a verdade estiver inteiramente circunscrita na mente do pregador, somente alcançará a mente dos ou­vintes.


Ter a verdade sem ter o espírito da verdade é totalmente inútil. Quando o Senhor Jesus disse a seus discípulos ser ele a verdade, continuou dizendo-lhes que o Espírito da verdade viria a fim de levá-los a todas as verdades. Compreen­damos de uma vez por todas que o crente é ligado à verdade pelo Espírito da verdade; doutra forma, a verdade permanece como verda­de e o crente permanece como crente. Assim como os discípulos de antigamente não podiam compreender nem verdadeiramente experimen­tar Cristo antes de terem recebido o Espírito de Deus, assim também os crentes de hoje não podem genuinamente conhecer nem experimen­tar a Palavra de Deus a não ser pelo poder do Espírito Santo.


Obra espiritual verdadeira

Quem pode asseverar quanto da pregação de hoje procede da sabedoria do homem? A prega­ção pode ser bem profunda e incluir lições espirituais genuínas; a mesma fé apresentada por ela pode ser sã e as interpretações dadas, lógicas; além disso, tal pregação pode, às vezes, tocar os ouvintes afetando-lhes, até certo ponto, a conduta e a moral. Não obstante, tal pregação pode proceder não do Espírito Santo mas da sabedoria do homem. Devemos até mesmo estar abertos à possibilidade de que as máximas ditas pelos profundamente experientes, embora na realidade produzam algumas conseqüências aparentemente satisfatórias estimulando e mu­dando as pessoas, podem não ser, de fato, o resultado da operação do Espírito Santo.
A carne do homem deve ser eliminada, os esforços do homem devem ser reduzidos a nada; o homem velho com sua sabedoria e habilidade devem ser desfeitos na cruz. Uma vez que Deus possui tudo e pode fazer tudo, ele deve ser tudo.
 Tudo deve ser no poder do Espírito Santo.
 Alguns pensam que se o homem for reduzido a zero, a Palavra de Deus sofrerá grandemente — que tudo parará de progredir e que o fruto será diminuído, senão erradicado totalmente. Mas damos ênfase à obra espiritual verdadeira e ao fruto espiritual verdadeiro perante Deus. So­mente em circunstâncias como estas haverá maior utilidade espiritual. A obra feita pela sabedoria do homem pode prosperar de várias maneiras, mas falta-lhe o verdadeiro valor espi­ritual e é de pouco uso nas mãos de Deus. Somente o Espírito Santo pode fazer a obra de Deus. Quanto menos proeminência tiver o homem, tanto mais manifesto será o poder do Espírito. A obra do Espírito em cinco minutos tem mais utilidade espiritual do que todo o nosso labor de uma noite inteira, que nada consegue. Não é muito melhor esperar pelo mandamento do Senhor e retirar uma rede cheia de peixes em um só lançamento?

O lugar do poder mental

Tal sendo o caso, é o poder mental totalmente inútil na verdade de Deus? Não, o cérebro (ou a mente) tem o seu lugar. Devemos fazer diferen­ça entre o usar o espírito do homem e o usar sua inteligência. Quem revela a verdade é o Espírito Santo, e quem recebe a revelação do Espírito Santo é o espírito renovado do homem. Somente o espírito renovado do homem pode receber a revelação, o cérebro não pode recebê-la.
Notemos que o trabalho da mente é transmi­tir. A mente renovada ajuda a transmitir aos outros a verdade recebida em revelação. Mas a mente renovada por si mesma não descobre a verdade de Deus. Uma mente velha pode preju­dicar a pessoa no trabalho da transmissão, mas se o espírito dessa pessoa for renovado, ainda pode receber revelações. Deus coloca de lado a velha criação. A deficiência natural não impede que as pessoas recebam revelações, tampouco a eficiência natural ajuda as pessoas a receber revelações. Uma mente excelente pode ajudar na transmissão, mas não pode dar revelação a si mesma nem aos outros.


Vaidade do talento natural

Devido à habilidade natural surpreendente, muitos mestres da Palavra de Deus podem pesquisar, compreender e entregar algumas verdades a outros. E muitos há que dizem estar sendo ajudados por tais mestres. Entretanto, falando francamente, estes mestres nada realiza­ram de valor espiritual verdadeiro. As pessoas que têm mais talentos naturais geralmente tor­nam-se mestres dos menos talentosos, mas seu estado espiritual é exatamente o mesmo ou menos; em alguns casos, os que estão sendo ensinados são mais espirituais do que os que ensinam.
O perigo da situação da igreja hoje reside no fato de que muitos dos famosos, em lugares de destaque, estão lá não porque sejam realmente mais espirituais mas por terem talentos naturais mais elevados. Referimo-nos não somente aos eruditos e sábios do mundo secular, mas espe­cialmente aos famosos do mundo espiritual. Muitos mestres da Bíblia e líderes congregacionais hoje em dia têm êxito não por conhecerem mais do Espírito Santo do que as outras pessoas, mas por voltarem seus talentos naturais superio­res à Bíblia e às coisas espirituais. São muitos os assim chamados espirituais que, de fato, não são espirituais! E por quê?
Porque o Espírito Santo não está neles! O conteúdo de seu ensino ou pregação simples­mente é pensamento espiritual da mente. Muito do ensino e da pregação não é senão resultado de pesquisa e não aprendizagem das lições do Espírito Santo. Naturalmente, portanto, tais lí­deres só podem ajudar as mentes das outras pessoas.
Muitos cristãos acham que enquanto o talento natural for usado no lugar certo, pode realizar o trabalho de glorificar a Deus! Entretanto, talento natural é talento natural; e ainda que esteja engajado nas coisas espirituais, tal talento não é aceitável a Deus.
O Espírito Santo pode usar o talento natural, mas esse talento deve estar completamente en­tregue a ele. Deus precisa mais de indivíduos que sejam cheios do Espírito Santo do que de qualquer outro tipo de pessoas. Devemos escla­recer bem o ponto importante levantado pela seguinte pergunta: É por nossos pensamentos serem mais inteligentes que somos capazes de liderar outras pessoas ou é porque na realidade conhecemos o Espírito de Deus?


Devemos ter o Espírito Santo

Deus deseja que saibamos com profundidade que assim como as Escrituras são inspiradas pelo Espírito Santo, da mesma forma as Escrituras requerem a revelação do Espírito Santo. Assim como a Bíblia foi escrita por homens movidos pelo Espírito de Deus, da mesma forma a Bíblia também precisa de seu espírito para mover as pessoas que a lêem. Assim como o Livro Sagra­do foi registrado pelo Espírito Santo, assim também o Livro precisa da iluminação do Espíri­to Santo. Aqui a sabedoria do homem é inútil. Deus também deseja que saibamos que até a interpretação mais clara da Bíblia não é adequa­da. Nosso poder deve advir do Espírito Santo. A sabedoria do homem pode fazer com que as pessoas compreendam o significado das Escritu­ras, mas não lhes dará o benefício da verdade.
Na procura da verdade, muitos vêm com o motivo errado. Se não buscam satisfazer seu próprio desejo de conhecimento, preparam mensagens para ensinar a outros. Seu motivo básico é resolver dificuldades mentais e não cultivar sua própria vida espiritual. Uma vez que essa é sua intenção, sentem-se muito cômodos se puderem, afinal, compreender. Pois agora podem ensinar outros. Está claro que não bus­cam a realidade espiritual.
Só depois de compreendermos que o homem pode ser salvo somente pelo Espírito Santo, que a verdade só pode ser apreendida no Espírito Santo, que a oração só pode ser ouvida mediante o Espírito Santo, e que nossa vida espiritual só pode progredir no Espírito Santo, verdadeira­mente creremos no Espírito Santo e dele depen­deremos. Quão a miúdo realmente pedimos que Deus nos dê luz? É provável que passemos mais tempo pensando, pesquisando e procurando do que orando. E por isso que o caminhar espiritual de inúmeros crentes é árido embora compreen­dam muitas verdades.
Muito da pregação moderna dá ênfase ao conteúdo mental em vez de colocá-la na vida do Espírito. Devemos saber que as obras de valor real são realizadas no espírito das pessoas e não em suas mentes. A obra que Deus reconhece só possui uma feição: a obra de seu Espírito no espírito do homem despejando no espírito do homem a vida de Cristo — quer seja dando a vida pela primeira vez quer seja outorgando a vida mais abundante. O mero receber a aprova­ção racional dos homens sem haver o derrama­mento da vida de Cristo neles é obra de vaidade.


Disciplina de Deus

Tal lição é muito difícil de aprender. A carne do homem rebela-se contra Deus por gostar de pecar e por não desejar obedecer à lei de Deus. Ainda que tente agradar a Deus, a carne proclama sua independência dele como se pudesse servi-lo sem esperar o poder que dele vem. Assim jamais dependerá do Espírito de Deus. Enquanto busca a verdade, a carne mental do homem tem a tendência de pensar que sua própria sabedoria já é suficiente. Deus, portan­to, é forçado a deixar que seus filhos passem por experiências dolorosas a fim de ensinar-lhes que tudo o que é obtido por seu próprio poder, com sua própria sabedoria não pode ajudá-los nem aos outros, e que se disponham a deixar toda a sua força e sabedoria carnais e buscar o Espírito Santo e seu poder. Por exemplo, muitas obras parecem ter um início promissor mas logo per­dem seu apoio entusiasta inicial e gradualmente desaparecem de modo a alertar os obreiros de Deus de que algo deve ter saído errado. O excitamento da carne dura muito pouco. Desta forma Deus leva seus servos a reconhecer quão vazias e vãs são suas obras e que comecem de novo com o Espírito Santo. Quão dolorosa deve ser tal experiência!
Ou tome como outro exemplo da disciplina de Deus a situação seguinte. Há muitos crentes que pensam saber muito. Pensam ser mais do que vencedores porque conhecem muitas verdades. Entretanto, pela vida, são derrotados vez após vez. Embora tentem com todo o seu esforço agarrar-se a estas verdades, ainda se encontram em desamparo, pois no tempo da batalha as verdades que conhecem tão bem transformam-se em armas de palha. Choram e derramam muitas lágrimas. Podem ser as verdades de Deus erradas, ou há alguma outra coisa errada? Oh, Deus quer que eles percebam que somente o Espírito Santo pode manejar a Espada do Espírito (que é a palavra e a verdade de Deus). Quando a carne tenta usar a Espada do Espírito é como Davi tentando usar a armadura de Saul, totalmente inadequada para sua batalha com Golias. Embora conheçam muito bem a verdade mentalmente, estas pessoas não dependeram do Espírito Santo para tornar sua vida em verdade.

O processo de receber a verdade

A verdade de Deus geralmente vem ao crente em dois passos sucessivos: (1) na mente e (2) no espírito. Frequentemente vem ao espírito depois de vir à mente. O espaço de tempo pode ser de vários meses ou até mesmo vários anos. Depois de Deus conceder certa verdade a um crente (isto é, depois que o crente começa a conhecer esta verdade em sua mente), ele operará no ambiente para levar o crente ao ponto de não poder vencer a não ser mediante essa verdade. Aí então o crente conhecerá a verdade no poder do Espírito Santo e terá experiência satisfatória dessa verdade. Quão triste, entretanto, é que assim que o crente conhece a verdade de Deus em sua mente, fica tão contente com isso que não procura ter uma experiência dela, ou começa ensiná-la a outras pessoas. E assim fica difícil para Deus levá-lo à realidade da verdade.


Poder: o sinal inegável

No passado, muitas vezes demos ênfase ao fato de o Espírito Santo ser cheio de vida e de poder; logo, tudo que é do Espírito de Deus, sem exceção, terá vida e poder em si. De modo que quando vemos uma pessoa que conhece certa verdade mas essa verdade não ajuda sua vida espiritual nem lhe dá poder, uma vez que meramente lhe enche a mente com um lindo pensamento mas não o socorre no tempo de tentação, duvidamos haver nessa pessoa a obra do Espírito de Deus. Não fiquemos satisfeitos com palavras significativas. Devemos buscar o poder de Deus. São muitas as vezes em que as pessoas falam da verdade do Espírito Santo sem possuir nem um pouquinho de seu poder. O de que o crente precisa nada mais é que vida de Deus.
É interessante notar que se a pessoa com­preende a verdade de Deus com a mente, deve exercitar-se com frequência a fim de apegar-se a esta verdade. Mas se conhece a verdade no poder do Espírito Santo e a mantém nesse mesmo poder, não precisará apegar-se a ela no tempo de necessidade, como a pessoa que se afoga procura agarrar a corda que lhe é atirada; antes, ela mesma será segurada e salva pela verdade mediante o Espírito Santo. Esta distin­ção é bem evidente.

Compreendamos que a verdade de Deus, à parte do Espírito de Deus é morta. Assim como não se pode interromper a vida do homem momentaneamente, da mesma forma, o poder dado pelo Espírito deve ser sempre renovado e suprido. O que o Espírito de Deus faz em determinada ocasião pode não ser o que fará em outras. Cada conta to com ele traz novo poder. Nossa comunicação com o Espírito Santo não é de uma vez para sempre. Por este motivo, ao recebermos a verdade de Deus devemos depen­der continuamente do poder de Deus. Quando, por exemplo, ouvimos as experiências espiri­tuais dos outros, naturalmente tentamos imitá­-las. Esperamos que Deus nos conduza da mesma maneira e dê-nos o mesmo resultado. E quantas vezes ficamos desapontados com isso!
Tal acontece porque a experiência deles proce­de do Espírito Santo e a nossa é puramente mental. Deus tem de permitir que nos desapon­temos muitas vezes para que o procuremos dependendo diretamente do Espírito Santo. A imitação mental é completamente fútil.

E esta mesma conclusão pode ser aplicada ao citarmos passagens bíblicas a fim de ganharmos poder espiritual. Presumimos que uma vez que a Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo, deve haver poder em citar mais palavras dela. Para surpresa nossa, entretanto, o resultado é negati­vo. E por quê? Porque o Espírito Santo deve falar de novo e com novidade.
O que devemos procurar hoje, portanto, é que o Espírito Santo nos dê vida mediante a verdade. Devemos buscar sua revelação e sua aplicação. Devemos permitir que ele transfira a verdade de nossa cabeça para nosso coração. Que possamos crer na Palavra de Deus com todo o nosso coração, acreditando que tudo o que ele diz é verdade. Que nunca possamos estar contentes com o conhecimento de meras teorias.
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