A presença e a atividade de anjos registradas nos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) indicam invariavelmente a intervenção direta de Deus. Como mensageiros fiéis de Deus, que têm acesso a presença divina (Lc 1. 19; cf 12.8; Mt 10.32; Lc 15.10), a visita ou a intervenção de um deles eqüivale a uma manifestação divina. A encarnação e o nascimento de Jesus foram marcados pela presença de anjos, indicando a participação direta de Deus no nascimento do Messias (Mt 1.20; 2.13,19; Lc 1 . 11; 1.26-38).
Embora os evangelhos não registrem quase nenhuma participação direta dos anjos assistindo a Jesus em seu ministério (o que poderia ter ocorrido, se Jesus quisesse, Mt 26.52), os anjos acompanharam o Senhor e se rejubilaram a medida em que pecadores se arrependiam (Lc 15.10). As poucas vezes em que se manifestaram visivelmente tinham como propósito demonstrar que Ele era amado e aprovado por Deus (Mt 4.11; Lc 2143). Os anjos ainda participaram da sua ressurreição, da anunciação ás mulheres, e da anunciação aos discípulos de que Jesus havia de voltar (Mt 28.2-5; At 1.9-11). E o próprio Jesus também mencionou varias vezes que os anjos participariam) da sua segunda vinda e do Juízo final (Mt 13.4 1; 16.27; 24.3 l).
Embora os evangelhos não registrem quase nenhuma participação direta dos anjos assistindo a Jesus em seu ministério (o que poderia ter ocorrido, se Jesus quisesse, Mt 26.52), os anjos acompanharam o Senhor e se rejubilaram a medida em que pecadores se arrependiam (Lc 15.10). As poucas vezes em que se manifestaram visivelmente tinham como propósito demonstrar que Ele era amado e aprovado por Deus (Mt 4.11; Lc 2143). Os anjos ainda participaram da sua ressurreição, da anunciação ás mulheres, e da anunciação aos discípulos de que Jesus havia de voltar (Mt 28.2-5; At 1.9-11). E o próprio Jesus também mencionou varias vezes que os anjos participariam) da sua segunda vinda e do Juízo final (Mt 13.4 1; 16.27; 24.3 l).
Embora nos evangelhos a atividade dos anjos praticamente se concentre em tomo da pessoa de Jesus, ele mesmo menciona uma atividade deles relacionada aos homens, "cuidado para não desprezarem nenhum destes pequeninos. Eu afirmo que os anjos deles estão sempre na presença do meu Pai que está no céu" (Mt 18. 10, NVI). Aqui Jesus fala do cuidado vigilante de Deus pelos "pequeninos ', através dos anjos. A quem Jesus se refere por pequeninos" tem sido debatido pelos estudiosos, já que o termo pode ser tomado literalmente (crianças) ou figuradamente (os discípulos). Talvez a última possibilidade deva ser a preferida, já que Jesus usa regularmente pequeninos" para se referir aos discípulos, cf Mt 10.42; 18.6; Mc 9.42; Lc 17.2. Qualquer que seja a interpretação, a passagem não está ensinando que cada crente ou criança tem seu próprio "anjo da guarda", como era crido
popularmente entre os judeus na época da igreja primitiva.
Fazia parte desta crença que o anjo guardião" poderia tomar a forma do seu
protegido (cf. At 12.15). Jesus está ensinando nesta passagem que Deus envia
seus anjos para assistir aos "pequeninos", e que, portanto, nós não
devemos desprezar estes "pequeninos". Esse ministério angélico para
com os "pequeninos" faz parte do cuidado geral que os anjos
desempenham, pelo povo de Deus (cf. SI 9 1.11; Hb 1. 14; Lc 16.22). A passagem,
portanto, não deve ser tomada como suporte á crença popular em "anjos da
guarda".
E importante notar que o Evangelho de João faz pouquíssimas
referências á atividade dos anjos, embora, segundo João, Jesus tenha dito aos
seus discípulos, no início do seu ministério, que eles veriam, os anjos subindo
e descendo sobre si (Jo 1. 5 1 ). Possivelmente esta passagem não deva ser
entendida literalmente no que se refere aos anjos, mas apenas como uma alusão
ao sonho de Jacó (Gn 28.12) e ao seu cumprimento na pessoa de Cristo (unindo o
céu á terra). No relato de João das boas novas, os anjos só revelam a sua
presença ao lado da sepultura de Jesus (Jo 20.12)(2).
Estes fatos indicam que as aparições angélicas durante o
período cm que Jesus esteve presente fisicamente entre nós foram relativamente
poucas, e quase todas associadas com o seu nascimento, ministério, morte e
ressurreição. Era conveniente que a vinda do Filho de Deus ao mundo fosse
marcada por esta atividade angélica especial.
Apesar de a narrativa do livro de Atos abranger um período
marcado por intensa manifestação sobrenatural, que foi o nascimento da igreja
cristã, as aparições angélicas registradas pelo autor são relativamente poucas.
Não há aparição de anjos em grupos, á exceção dos dois homens em vestes
resplandecentes no local da ascensão (At 1. 10- 11).
Nas intervenções angélicas, é sempre um único anjo que aparece, o qual é chamado de "um anjo do Senhor" (At 5.19; 8.26; 12.7,15) ou "um anjo de Deus" (10.3; 27.23). A expressão "anjo do Senhor" não tem. em Atos a mesma conotação que no Antigo Testamento, onde ás vezes este anjo é identificado com o próprio Deus. Em Atos a expressão sempre designa um mensageiro angelical.
Os anjos aparecem em Atos com a mesma função principal, que no Antigo Testamento e nos Evangelhos, ou seja, trazer uma mensagem oficial da parte de Deus (At 5.19; 10.' 10.22; 27.23). A isto se acresce a função protetora, pois por duas vezes um anjo do Senhor libertou apóstolos da prisão (At 5.19; 12.7). Uma outra missão de um anjo foi punir o rei Herodes (At 12.23) missão esta já mencionada no Antigo Testamento (cf Ex 12.13; 2 Sm 24.17) A atividade dos anjos em Atos, além de bastante discreta, é voltada quase que exclusivamente para o progresso do Evangelho. Um ponto de grande relevância para nos hoje é que ela se concentra, em torno dos apóstolos (At 5.19; 12.7 27.23) ou dos seus associados, como Filipe (8.26). A única exceção foi a aparição á Cornélio (At 10,3).
Mesmo assim ocorreu una ponto crucial do nascimento da Igreja Cristã, que foi a inclusão do gentios na Igreja. Á exceção deste caso não há registro de aparições de anjos ao crentes em geral, nem para lhes trazer mensagens de Deus, nem para protege-los, embora certamente eles estivessem ocupados em desempenhar esta última; função, provavelmente de forma não perceptível aos crentes.
Nas intervenções angélicas, é sempre um único anjo que aparece, o qual é chamado de "um anjo do Senhor" (At 5.19; 8.26; 12.7,15) ou "um anjo de Deus" (10.3; 27.23). A expressão "anjo do Senhor" não tem. em Atos a mesma conotação que no Antigo Testamento, onde ás vezes este anjo é identificado com o próprio Deus. Em Atos a expressão sempre designa um mensageiro angelical.
Os anjos aparecem em Atos com a mesma função principal, que no Antigo Testamento e nos Evangelhos, ou seja, trazer uma mensagem oficial da parte de Deus (At 5.19; 10.' 10.22; 27.23). A isto se acresce a função protetora, pois por duas vezes um anjo do Senhor libertou apóstolos da prisão (At 5.19; 12.7). Uma outra missão de um anjo foi punir o rei Herodes (At 12.23) missão esta já mencionada no Antigo Testamento (cf Ex 12.13; 2 Sm 24.17) A atividade dos anjos em Atos, além de bastante discreta, é voltada quase que exclusivamente para o progresso do Evangelho. Um ponto de grande relevância para nos hoje é que ela se concentra, em torno dos apóstolos (At 5.19; 12.7 27.23) ou dos seus associados, como Filipe (8.26). A única exceção foi a aparição á Cornélio (At 10,3).
Mesmo assim ocorreu una ponto crucial do nascimento da Igreja Cristã, que foi a inclusão do gentios na Igreja. Á exceção deste caso não há registro de aparições de anjos ao crentes em geral, nem para lhes trazer mensagens de Deus, nem para protege-los, embora certamente eles estivessem ocupados em desempenhar esta última; função, provavelmente de forma não perceptível aos crentes.
0 apóstolo Paulo é bastante ponderado no que escreve sobre
os anjos, se com parado com outros autores religiosos não cristãos da sua
época.
Ele emprega a palavra aggelos apenas catorze vezes em suas treze cartas. Ele se refere aos anjos de Deus, não tanto como mensageiro: celestes ou protetores dos crentes, mas como participantes do
progresso do plano de Deus neste mundo, que participaram da entrega da Lei no Sinai (G1 3.19) e que virão com Cristo para executar juízo sobre a humanidade (2 Ts 1.7). Estes são os "anjos eleitos", que assistem diante de Deus (I Tm 5.2 1; cf. Gl 4.14).
Uma possível explicação para a atitude reservada de Paulo é que, para ele, o Senhor Jesus, é a manifestação suprema de Deus, que suplanta todas as demais, diante das quais as manifestações angélicas perdem em importância e relevância (Ef 1.21; Cl 1. 16; cf. Hb 1. 1-2). Em nenhum momento Paulo menciona em suas cartas encontros angélicos que porventura teve, nem encoraja os crentes a buscar tais encontros. Some-se a isso a preocupação que demonstra em suas cartas com aparições e visões de anjos. 0 apóstolo teme que anjos caídos, passando-se por anjos de Deus, manifestem-se em visões com o alvo de enganar os crentes. Ele menciona a possibilidade de que um anjo do céu venha pregar outro evangelho (G1 1. S), e que Satanás apareça dissimulado de "anjo de luz" (2 Co 11.14). Ele alerta aos crentes de Colossos a que não se deixem arrastar para o culto aos anjos propagado pelos líderes da heresia que ameaçava a igreja, e que se baseava cm visões (C1 2.18).
Ele emprega a palavra aggelos apenas catorze vezes em suas treze cartas. Ele se refere aos anjos de Deus, não tanto como mensageiro: celestes ou protetores dos crentes, mas como participantes do
progresso do plano de Deus neste mundo, que participaram da entrega da Lei no Sinai (G1 3.19) e que virão com Cristo para executar juízo sobre a humanidade (2 Ts 1.7). Estes são os "anjos eleitos", que assistem diante de Deus (I Tm 5.2 1; cf. Gl 4.14).
Uma possível explicação para a atitude reservada de Paulo é que, para ele, o Senhor Jesus, é a manifestação suprema de Deus, que suplanta todas as demais, diante das quais as manifestações angélicas perdem em importância e relevância (Ef 1.21; Cl 1. 16; cf. Hb 1. 1-2). Em nenhum momento Paulo menciona em suas cartas encontros angélicos que porventura teve, nem encoraja os crentes a buscar tais encontros. Some-se a isso a preocupação que demonstra em suas cartas com aparições e visões de anjos. 0 apóstolo teme que anjos caídos, passando-se por anjos de Deus, manifestem-se em visões com o alvo de enganar os crentes. Ele menciona a possibilidade de que um anjo do céu venha pregar outro evangelho (G1 1. S), e que Satanás apareça dissimulado de "anjo de luz" (2 Co 11.14). Ele alerta aos crentes de Colossos a que não se deixem arrastar para o culto aos anjos propagado pelos líderes da heresia que ameaçava a igreja, e que se baseava cm visões (C1 2.18).
Uma passagem surpreendente sobre anjos é Gl 3.19, em que
Paulo diz que a Lei de Deus foi entregue ao povo de Israel por meio de anjos.
Esse fato no é mencionado na narrativa da entrega da Lei a Moisés no livro de
Êxodo. Sua veracidade foi aceita possivelmente durante o período do segundo
templo, quando os anjos receberam cada vez mais lugar destacado na teologia do
judaísmo,. ao ponto de serem. reconhecidos como mediadores no Sinai, na hora da
entrega da Lei a Moisés por Deus. 0 fato foi aceito como verídico por judeus
cristãos como Estêvão (At 7.53), o autor de Hebreus (Hb 2.2), e por Paulo. Só
que, enquanto que para os judeus da sua época, a presença de anjos no Sinai era
algo que exaltava a glória da Lei, para Paulo, a presença destas criaturas era
apenas um sinal da inferioridade da Lei em comparação ao Evangelho, que havia
sido trazido pelo próprio Filho de Deus, sem mediação de criaturas.
Uma outra passagem difícil de entender nas cartas de Paulo é
a enigmática expressão de 1 Co 11. 10. "Por esta razão, e por causa dos
anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade". 0 que tem
os anjos, a ver com o uso do véu nas igrejas de Corinto? A resposta está ligada
a um aspecto da situação histórica específica da Igreja de Corinto no século I,
que nós desconhecemos. Havia uma idéia estranha na época de Paulo de que Gn
6.1-2 se referia a anjos que se deixaram atrair pelos encantos femininos (uma
tradição rabínica acrescenta que foram os longos cabelos das mulheres que
tentaram os anjos), A falta de decoro e propriedade por parte das mulheres na
igreja de Corinto poderia novamente provocá-los. 0 mais provável é que Paulo se
refira a outro conceito corrente que os anjos bons eram guardiões do culto
divino, o que exigiria decoro e propriedade por parte de todos os adoradores.
Este conceito se encaixa perfeitamente no ensino do Novo Testamento de que os
anjos observam e acompanham o desenvolvimento do evangelho no mundo (ver Ef 3.
10, 1 Tm 5.12; 1 Pe 1. 12; Hb 1. 14).
Não há menção de anjos cm Tiago, e nem nas três cartas de
João. Pedro menciona apenas que os anjos anelam compreender os mistérios do
Evangelho (1Pe 1. 12), e que estão subordinados a Cristo (3,22). Em Judas
encontramos mais uma referência enigmática aos anjos, desta feita cm relação ao
confronto do arcanjo Miguel com Satanás, em disputa pelo corpo de Moisés (Jd
9). Esse incidente não é narrado no Antigo Testamento, mas aparece num livro
apócrifo que era bastante popular entre os judeus chamado A Ascensão de Moisés.
Neste livro o autor narra que, após a morte de Moisés, sozinho no monte, Deus
encarregou o arcanjo Miguel de dar-lhe sepultura. 0 diabo veio disputar o
corpo, alegando que Moisés era um assassino (havia matado o egípcio), e que,
portanto, seu corpo lhe pertencia. De acordo com a Ascensão, Miguel limitou-se
a dizer que o Senhor repreendesse os intentos malignos de Satanás. Embora
narrado num livro apócrifo, o incidente deve ter ocorrido, e Deus permitiu que,
através de Judas, viesse a alcançar lugar no cânon do Novo Testamento.
A carta aos Hebreus menciona os anjos nada menos que 13
vezes, 11 das quais nos dois primeiros capítulos, onde o autor procura
estabelecer a superioridade de Cristo sobre os anjos (Hb 1.4-7,13; 2.2,15,16).
A razão para esta abordagem foi possivelmente a exaltação dos anjos por parte
de muitos judeus no século I. 0 autor, escrevendo a judeus cristãos sentiu a
necessidade de diferenciar a mensagem do evangelho trazida por Cristo, e as
muitas mensagens e mensageiros angelicais que infestavam a crendice popular
judaica no século I.
E no livro de Apocalipse que temos a maior concentração no
Novo Testamento do ensino sobre anjos. É o livro do Novo Testamento que mais
emprega a palavra aggelos (67 vezes). Aqui os anjos aparecem como agentes
celestes que executam os propósitos de Deus no mundo, como proteger os servos
de Deus (Ap 7.1-3) e administrar os juízos divinos sobre a humanidade incrédula
e impenitente (Ap 8.2; 15.1; 16.1). Apocalipse está cheio das visões que o
apóstolo João teve do céu, e os anjos aparecem como habitantes das regiões
celestes, ao redor do trono divino, em reverente adoração a Deus e ao Cordeiro
(Ap 5.11; 7.11), mediando ao apóstolo João as visões e as instruções divinas
(Ap 1.1).
Uma questão que tem atraído o interesse dos intérpretes é o
sentido da palavra "anjo" em Ap 1.20, "os anjos das sete
igrejas" (cf Ap 2.1,8,12,18; 3,1,7,14).Alguns acham que João se refere aos
pastores das igrejas às quais endereça suas cartas, já que em Malaquias os
líderes religiosos são chamados de anjos (MI 2.7). Ou então, aos mensageiros
(aggelos) das igrejas que haveriam de levar as cartas às suas comunidades. 0
problema com estas interpretações é que a palavra aggelos em Apocalipse nunca é
usada para seres humanos, mas consistentemente para anjos.
Por este motivo, outros, como Origenes no século II, acham que João se refere a anjos reais, já que este é o uso regular que ele faz da palavra no livro. Estes anjos seriam os anjos de guarda de cada igreja a quem João manda uma carta. A dificuldade óbvia com esta interpretação é que as advertências e repreensões das cartas seriam dirigidas a anjos, e não aos membros da igreja. Além do mais, fica claro pelo
Por este motivo, outros, como Origenes no século II, acham que João se refere a anjos reais, já que este é o uso regular que ele faz da palavra no livro. Estes anjos seriam os anjos de guarda de cada igreja a quem João manda uma carta. A dificuldade óbvia com esta interpretação é que as advertências e repreensões das cartas seriam dirigidas a anjos, e não aos membros da igreja. Além do mais, fica claro pelo
fim de cada carta que elas foram endereçadas aos membros das
igrejas (2.7,11,17 etc). Assim, outros estudiosos têm sugerido que
"anjos" representam o estado real de cada igreja, o
"espírito" da comunidade. Esta idéia, que no deixa de ser curiosa e
estranha, tem sido adotada por alguns que defendem que igrejas têm suas
próprias entidades espirituais malignas, que se alimentam dos pecados não
tratados das mesmas(3). Fica difícil tomar uma decisão. Mas, já que é evidente
que os anjos e as igrejas são uma mesma coisa nestas passagens, a "
interpretação que talvez traga menos dificuldades é que aggelos (anjos) se
refere aos pastores das igrejas.
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