Apesar de haver um consenso geral sobre a inspiração da
Bíblia, há uma variedade de conceitos a respeito do que ela vem a ser. Alguns se concentram na ação dos
autores, outros nos escritos e outros nos leitores. Alguns relacionam a inspiração à mensagem central da Bíblia,
outros aos pensamentos e outros às
palavras. Essas diferenças, frutos dos infindos ataques que a Bíblia
recebeu nos últimos dois séculos, tornam
necessário o estudo acerca da “inspiração da Bíblia”.
O RELATO BÍBLICO A RESPEITO DA INSPIRAÇÃO
A doutrina da inspiração não é invenção de teólogos. A
própria Bíblia a expõe enfaticamente. Ela dá
testemunho de si mesma (o que não é considerado válido pelos
seus inimigos) e tem testemunho da
história.
Observemos alguns textos bíblicos:
1) 2Timóteo 3.16
Esse texto mostra a extensão da inspiração (toda a
Escritura). No contexto bíblico, Escritura significa
tanto o AT como o NT (Lc 24.45; Jo 10.35; Lc 4.21; 1Tm 5.18
cf. Dt 25.4 e Lc 10.7; 2Pe 3.16).
Fica claro que a inspiração vem da parte de Deus. As
Escrituras foram “sopradas por Deus” (significado
de inspiração).
O propósito da inspiração é tornar as Escrituras “úteis”.
Assim, a Bíblia veio de Deus para nos mostrar como viver e o que devemos fazer.
2) 2Pedro 1.21
Esse texto mostra que Deus usou autores humanos, movendo-os
para esse fim pelo Espírito Santo. O
mesmo verbo “mover” é também usado em At 27.15 e nos ajuda a
entender seu sentido. Durante a
tempestade, os marinheiros não estavam dormindo nem
inativos, mas era o vento quem, de fato, os
levava.
Outro fator importante revelado nesse texto é que não foi a
vontade humana quem produziu as
Escrituras. A vontade humana pode falhar e pode produzir
erros. Porém, não é assim com a vontade de
Deus. Isso atesta a inerrância bíblica.
Resumindo, 2Pe 1.21 diz que Deus usou homens e deixou para
nós uma Bíblia totalmente confiável.
3) 1Coríntios 2.13
Aqui fica claro que a revelação de Deus chegou até nós por
meio de palavras. Assim, Deus não só
inspirou as ideias reveladas pela Bíblia, mas as palavras
que a compõe.
Ou seja, as palavras usadas na Bíblia foram inspiradas por
Deus.
4) Uma Compilação de Dados
Vejamos a variedade de material que Deus fez os autores
incluírem na Bíblia:
a) Diretamente de Deus: (Dt 9.10).
b) Pesquisado: (Lc 1.1-4).
c) Profético: aproximadamente, 25% da Bíblia consiste em
profecias, boa parte já cumprida com
exatidão. Nenhum homem poderia acertar 100% das profecias se
fizesse por si mesmo.
d) Histórico: boa parte da Bíblia é histórica, a maior parte
escrita por homens que viveram o que
foi relatado.
e) Outros: a Bíblia registra algumas coisas que não são
verdadeiras – como as mentiras de
contém citações de escritos de pessoas incrédulas (Tt 1.12),
além de trechos que revelam
experiências pessoais e emoções (Rm 9.1-3). Contudo, essa
variedade de material é registrada
com precisão.
DEFINIÇÃO DE INSPIRAÇÃO
Uma definição abrangente de inspiração seria: Deus
supervisionou os autores humanos da Bíblia para que
compusessem e registrassem, sem erros, sua mensagem à
humanidade utilizando as palavras de seus
escritos originais.
Isso significa que Deus não ditou as palavras da Bíblia
(algumas vezes até o fez) para os escritores, mas os supervisionou soberanamente para que, no uso de suas
capacidades mentais e habilidades, compusessem um material que fosse verdadeiro (Jo 17.17) e que fosse o
que Deus desejava nos revelar.
DESVIOS DA DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO
a) Inspiração natural — Crê que os autores escreveram sem a
supervisão de Deus.
1) Deus não inspirou as palavras;
2) A Bíblia está no mesmo patamar de outros escritos; e
3) Exclui a inerrância e a infalibilidade.
b) Inspiração mística — Crê que a Bíblia foi escrita por
homens cheios do Espírito Santo. De igual
modo outros escritos, como os dos pais da igreja e de
grandes homens durante a história. Nesse
caso:
1) Outros escritos seriam tão inspirados quanto a Bíblia;
2) Os livros da Bíblia não são infalíveis; e
3) A Bíblia representa uma importante literatura religiosa
que pode, inclusive, conter mensagens
de Deus.
c) Níveis de inspiração — Crê que algumas partes da Bíblia
são mais inspiradas que outras. Toda a
Bíblia seria inspirada por Deus, porém, com diferença no
grau de inspiração entre as partes.
d) Inspiração parcial — Crê que algumas partes da Bíblia
foram inspiradas por Deus e outras não.
Nesse ponto de vista, o que é inspirado é o propósito da
Bíblia. Assim, quando fala da salvação, ela
é confiável, mesmo que tenha erros históricos ou
científicos.
e) Inspiração conceitual — Crê que os conceitos bíblicos são
inspirados e não as palavras. Assim, a
mesma ideia exposta de outro modo é tão inspirada quanto a
original.
f) Inspiração neo-ortodoxa — Nesse caso, a revelação está
centrada em Jesus Cristo. A Bíblia,
mesmo possuindo erros, é válida ao nos apresentar Jesus.
Assim, a Bíblia é produto humano
falível, mas pode se tornar a Palavra de Deus quando lida
por nós. Ou seja, a Bíblia se torna
Palavra de Deus quando Cristo fala conosco em suas páginas.
Desse modo, a Bíblia não possuiria
autoridade, mas seria um bom instrumento nas mãos de Cristo,
apesar de possuir erros.
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