segunda-feira, 26 de março de 2018

Pela fé Noé, divinamente avisado a respeito das coisas

















“Pela fé Noé, divinamente avisado a respeito das coisas”.
que ainda não se viam, sendo temente a Deus, construiu
uma arca para o salvamento da sua casa. Hebreus 11.7

Certa vez irrompeu pavoroso incêndio numa escola, deixando cerca de setenta crianças presas pelas chamas. / multidão, que se ajuntara no lugar do sinistro, corria angustiada e confusa; uns para cá, outros para lá. Não podendo alcançar seus filhos, por causa do intenso calor, as mães clamavam por eles como loucas. Homens fortes, diante da quele quadro, só podiam lamentar: "O, que posso fazer par salvar meu filhinho?"



Ouviram-se, então, apesar do alvoroço, os gritos de um menino que, vendo o pai, perguntou: "Papai, não pode salvar-me?! Não vens acudir-me?!" Mais alto que o alarido agonizante das outras crianças, persistiam os gritos: "Papa não podes salvar-me? Não vens acudir-me?!" Apesar de esforços sobre-humanos, o pai nada pôde fazer pelo filhe Poucos dias depois, aquele pobre homem também morreria, com os rogos do menino a ecoar-lhe nos ouvidos: "Papai, não podes salvar-me?! Não vens acudir-me?!"

Por acaso, não ouvimos também os gritos de nossos filhos que se vêem ameaçados neste mundo de horror? E o pior é que, não somente os seus corpos, mas principalmente as suas almas, acham-se na iminência de se perderem ... por toda a eternidade!
Quantos pais e mães já persistiram em oração até ver todos os seus filhos salvos, baseando suas súplicas nesta promessa infalível: "Se dois de vós sobre a terra concordarem em pedir alguma coisa, ser-lhes-á feita por meu Pai que está nos céus"? Se somos verdadeiramente crentes, podemos orar com confiança inabalável, firmando-nos nas muitas promessas que encontramos através de toda a Bíblia.
A primeira promessa a considerar foi feita a Noé. Deus não chamou somente ao patriarca, mas também a toda a sua casa a entrar na arca; e, assim, foi salva toda a sua família. A arca serve-nos como tipo de Cristo, o único que nos salva do dilúvio de pecado que nos quer destruir. Foi pela fé (Hb 11.7) que Noé cooperou com Deus, e conseguiu o indizível gozo de ver todos os seus entes queridos seguros consigo na arca, enquanto lá fora desciam as torrentes de água, provocando a maior destruição jamais vista pelos homens. Se tivermos a mesma fé, haveremos de ver cada um dos membros de nossas famílias refugiar-se em Jesus e, assim, salvar-se do horrendo dilúvio de incredulidade, pecado, vício e crime que destrói o mundo atual.

Na vida de Abraão, Deus cumpre mais uma vez a sua vontade acerca da família. Disse o Senhor ao patriarca: "Porque o tenho escolhido, a fim de que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, que guardem o caminho de Jeová" (Gn 18.19). Aqui, o Senhor enfatiza por que chamou a Abraão; chamou-o para que ele conhecesse sua responsabili¬dade para com seus filhos e sua casa. E o número daqueles que estavam a serviço do patriarca elevou-se até trezentas e dezoito almas (Gn 14.14). 

Quantos de nós poderiam ser escolhidos por haverem ordenado a sua casa conforme recomenda-nos o Senhor?
Por não seguirem o exemplo de Abraão, alguns dominam seus filhos com tanta dureza e tirania, que jamais conseguirão levá-los ao Deus de amor. Outros, como Eli (1 Sm 3.13), são indiferentes à obrigação de governar sua casa, por isto estão na iminência de perderem os filhos. Vejamos como agia o neto de Abraão: "Então disse Jacó à sua família... purificai-vos e mudai os vossos vestidos, levantemo-nos e subamos a Betei (casa de Deus). 



Ali faremos um altar ao Deus..." (Gn 35.2,3). Temos nisto um bom exemplo de culto doméstico e consagração de toda a família a Deus.
Ao instituir a páscoa, o Senhor ordenou aos filhos de Israel: "Tomarão... um cordeiro para cada família" (Ex 12.3). A páscoa é um dos tipos mais claros da salvação mediante o sangue de Cristo. E, cada família deveria imolar anualmente um cordeiro que já prefigurava o Cordeiro de Deus que haveria de tirar o pecado do mundo. Isto não quer dizer que todos os membros de nossa família serão salvos sem arrependimento e sem fé em Deus, mas que Ele se interessa em salvar toda a nossa casa.
Faraó não consentia que os "pequeninos" de Israel saíssem do Egito com os pais (Êx 10.9-11). A escravatura e a amarga opressão do Egito são tipos da escravidão do pecado; Faraó tipifica Satanás, o qual não deseja que nossos filhos saiam do mundo conosco, pois sabe que voltaremos para ele se os nossos "pequeninos" ficarem em seu território. O Senhor Deus, todavia, exigiu que as famílias hebréias inteiras deixas¬sem os domínios de Faraó. Nisto, há outra prova evidente de que Deus quer salvar toda a nossa casa.

A história de Raabe, a meretriz, prova que um pecador verdadeiramente arrependido pode levar toda a família a receber a Jesus. No capítulo dois de Josué, vê-se como ela tinha uma fé viva em Deus (Hb 11.31), não só para alcançai sua salvação, mas também para rogar pelo pai, mãe e irmãos (Js 2.13). Quando os muros de Jerico caíram por terra, permaneceu em pé o trecho onde se encontrava a casa de
Raabe. Apesar de "tudo quanto havia na cidade, homens e mulheres, moços e velhos, bois, ovelhas e jumentos", ser totalmente destruído (Js 6.21), ela com seu pai, mãe e irmãos e todos os seus parentes foram salvos (Js 6.23). Se Deus ouviu a oração daquela meretriz, certamente agirá do mesmo modo em relação anos, resgatando nossas famílias desta Jericó que, em breve, há de ser destruída.

Josué é outro dos muitos exemplos de homens dedicados a Deus, que souberam ordenar toda a sua casa. Perante as tribos de Israel, reunidas em Siquém, conclamou o povo a seguir seu exemplo: "Eu e a minha casa, porém, serviremos ao Senhor". Seus filhos sabiam que sua religião era verdadeira, e que, enquanto Josué vivesse, teriam de servir fielmente a Deus.

Trabalhando na lavoura, certo homem, crente e fervoroso no espírito, lutava com dificuldades para conseguir levar o pão à sua família. No entanto, o Senhor começou a abençoá-lo com grande prosperidade material. Foi então que a esposa e os filhos insistiram com ele para que se mudassem para a cidade. Para agradá-los, resolveu deixar o campo. Já agora desfrutan¬do de uma vida cômoda e sem preocupações, a mulher e os filhos buscaram desfrutar das vaidades mundanas.
O pai, sozinho e triste, era obrigado agora a assistir aos cultos sem a família. Mas, percebendo que esta situação não poderia persistir, convocou a esposa e os filhos para lembrar-lhes de como serviam fielmente a Deus quando se encontra¬vam na pobreza; e, de quando precisavam lutar com dificul¬dades para ganharem o pão de cada dia. Em seguida, advertiu-os solenemente: "Se vocês não abandonarem esta vida mun¬dana e a companhia dos inimigos de Deus, devolverei todas as riquezas que Ele nos confiou, e voltaremos a lavrar o solo. E, viveremos no temor do Senhor." Ele ordenou a sua casa e foi bem sucedido. Todos obedeceram imediatamente. Como seria bom se todos os pais experimentassem fazer o mesmo, isto é, se ordenassem a sua casa a caminhar nos retos caminhos do Senhor.


Não é só no Antigo Testamento que encontramos exem¬plos de pais que souberam ordenar as suas casas. Jesus chamou o lar eterno de a casa de meu Pai (Jo 14). Desta casa, o Pai dispensa-nos o seu amor, supre todas as nossas necessi¬dades e ordena a sua Igreja. Por isto, Ele quer que o lar do crente, na terra, seja em tudo parecido com o lar eterno.
Cornélio, depois de mandar chamar a Pedro, foi aos amigos e convidou-os para ouvir o conselho de Deus, mas não se esqueceu dos da sua casa. Estes, como andavam ordenada-mente, assistiram à exposição do Evangelho, foram salvos e, em seguida, cheios do Espírito Santo. Se há regozijo nos céus por um pecador que se arrepende, quanto mais por uma casa inteira que se salva?!
Lídia, a rica vendedora de púrpura, é outro exemplo de crente que não se dá por satisfeito enquanto não vê toda a família aos pés de Cristo.
















A história do carcereiro de Filipos é um dos relatos que mais evidenciam o interesse de Deus em salvar toda a família. Depois daquele terremoto que abalou os alicerces da prisão, e já antevendo a sua desgraça, perguntou o carcereiro: "Que me é necessário fazer para me salvar?" Sabemos que a resposta que lhe deu Paulo é uma promessa tanto a ele, quanto a nós: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". Quando o pecador crê na primeira parte da promessa, é salvo; e quando crê na segunda, pode levar toda a família a receber a mesma salvação.
      Os pais, hoje, querem lançar esta obrigação sobre o profes¬sor da Escola Dominical, ou sobre o pastor. "Naquele dia", porém, saberão enfaticamente que esta obrigação era sua. Deus nos revela a sua vontade nestas palavras: "Que saiba governar bem a sua casa, tendo seus filhos em sujeição com todo o respeito" (1 Tm 3.4).


Todos ficam comovidos com a história do amor de Jesus Cristo e a fé no Todo-poderoso que operavam com tanto resultado em Hudson Taylor, durante os longos anos de seu serviço como missionário na China. São poucos, porém, os que sabem do segredo desta sua dedicação a Deus. Diz-se de Tiago Taylor, bisavô de Hudson, que na manhã do dia de seu casamento, enquanto sua noiva o esperava, ficou de joelhos, hora após hora, tomado pelas palavras de Josué: "Eu e minha casa havemos de servir a Jeová". E Deus honrou a firme resolução de Tiago Taylor, e deu-lhe um lar que, por fim, produziu um missionário dos que mais honraram a Igreja de Cristo.


Os pais que conhecem a história deste outro grande missionário, João Paton, podem desfrutar de muitas bênçãos, e transmitir aos seus filhos o que ele disse acerca do quarto de oração na casa de seu pai: "Víamos nosso pai retirar-se para lá, diariamente, após cada refeição. Fechada a porta, sabíamos que lá estava ele derramando sua alma em orações a Deus, por nós, como o sumo sacerdote da antigüidade dentro do véu do Santo dos santos. O mundo fora não sabia, mas nós sabíamos a causa do gozo e brilho do seu rosto ao reaparecer; era o reflexo da presença divina".
Se Deus colocasse um diamante em tuas mãos, ordenando-te que gravasses nele uma frase para ser lida no último dia, como índice de tuas idéias e sentimentos, com que cuidado escolherias as palavras! E justamente isto que Deus fez quando colocou cada um dos teus filhos, puros e imaculados, nas tuas mãos. O que estás escrevendo nestas jóias, pela oração, por teu espírito e exemplo, hora após hora, dia após dia, ano após ano, é para ser lido e exibido no grande dia.
Se queres ver a família inteira salva, observa esta recomendação: "Vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos' reprovando-os e castigando-os enquanto encolerizados, "ma criai-os na disciplina e admoestação do Senhor" (Ef 6.4).
Nossos filhos viverão de toda a palavra que sai da boca d Deus. E, como sacerdotes do lar, devemos transmitir-lhes o ensinos contidos no Santo Livro.

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