Posted by : Francisco Souza
sábado, 23 de novembro de 2013
A
aconteceu quase 3.500 anos atrás. A lei que governava os judeus era outra, que
não está em vigor hoje. Mas a conquista de Jericó serve como um exemplo
importante para nos instruir. Paulo disse que os exemplos do Antigo Testamento
servem para nos instruir (1 Coríntios 10:6) e para demonstrar a fidelidade de
Deus em cumprir as suas promessas (Romanos 15:4). O autor de Hebreus usou
exemplos de fé da antigüidade para nos incentivar na nossa caminhada da fé
(Hebreus 11:4-38; 12:1). Entre estes exemplos aparece esta simples afirmação:
“Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias”
(Hebreus 11:30). Vamos analisar a vitória dos israelitas sobre Jericó como
exemplo para nossa instrução.
O
Contexto Histórico
Uma
geração – a geração incrédula que recuou quando Deus mandou tomar a terra
prometida 39
anos antes – passou. Dos 603.550 homens contados depois da saída
do Egito, apenas dois sobreviveram para guiar a nova geração de israelitas à
terra de Canaã. Antes de morrer na planície transjordânica, Moisés dedicou suas
últimas semanas à instrução do povo numa série de discursos registrados para
nós no livro de Deuteronômio (leia, especialmente, 31:1-6).
Josué
foi escolhido por Deus como sucessor de Moisés. Deus prometeu estar com ele e o
animou para cumprir a sua tarefa, e Josué aceitou esta grande responsabilidade
(Josué 1:6-11).
Quando
aproximaram à terra, o novo líder dos israelitas mandou espiões para a cidade
fortificada de Jericó, e eles voltaram com um relatório positivo (2:1,23-24). O
povo atravessou o rio Jordão e colocou pedras como memorial do milagre que Deus
fez para conduzi-lo à terra (capítulos 3 e 4).
Logo
depois de chegar à terra, os israelitas do sexo masculino que nasceram no
caminho do Egito foram circuncidados. Desta maneira, Deus tirou sua imundícia
(5:1-9). Celebraram a Páscoa no dia designado (5:10). Agora que receberam uma
terra boa que ia sustentar a nação, cessou o maná, o pão que Deus havia mandado
do céu durante a peregrinação (5:12).
A
Conquista de Jericó
O
príncipe do exército do Senhor apareceu a Josué e lhe deu orientação sobre a
primeira batalha da conquista (5:13-15; 6:1-5). Quase 250 versículos na Bíblia
falam do Senhor dos Exércitos, uma declaração da força de Deus como refúgio do
seu povo, capaz de responder às orações e proteger os fiéis – “Ó SENHOR dos
Exércitos, feliz o homem que em ti confia” (Salmo 84:12; cf. 24:10). O príncipe
mandou Josué tirar suas sandálias, porque estava num lugar santo (5:15; cf.
Êxodo 3:5).
Nas
instruções que Deus deu a Josué, vemos a importância da graça de Deus e da
obediência fiel dos homens (6:1-5). Deus disse: “Entreguei na tua mão Jericó”
(6:2). Ao mesmo tempo, ele deu instruções aos homens de Israel e disse:
“...assim fareis” (6:3-5). Ele falou para: ➊ Os
israelitas rodearem a cidade uma vez por dia durante seis dias; ➋ Eles rodearem a cidade sete vezes no
sétimo dia; ➌ Os sacerdotes tocarem suas trombetas; ➍ O povo gritar; e ➎ Subir e tomar a cidade quando o muro
caísse.
Os
israelitas obedeceram. Começaram imediatamente (Josué 6:6-7) e continuaram
durante seis dias (6:8-14). No sétimo dia, rodearam a cidade sete vezes e
seguiram as instruções especiais (6:15-21). Entre outras coisas, Deus falou
para evitar certas coisas condenadas (6:18-19). Os sacerdotes tocaram, e o povo
gritou, subiu, tomou a cidade (6:20) e queimou as coisas nela (6:24).
Graça
e Fé na Conquista da Terra
Quando
fala da conquista de Jericó, o texto diz que eles fizeram várias coisas e
tomaram a cidade
(6:3-5,20-21). Também diz que Deus lhes entregou a cidade (6:2,16). A
mesma linguagem aparece em outras conquistas: a cidade de Ai (8:1,7-8); a
guerra contra cinco reis (10:8,12,19); a guerra contra Jabim e seus aliados
(11:7-8); a terra toda (21:43-45; 24:8,11).
Pela graça, Deus lhes entregou as cidades e a terra. Pela fé, eles
pelejaram, tomaram e possuíram a terra. Qualquer falha na conquista foi culpa
do povo por não obedecer – conseqüência de uma falta de fé – e não culpa de
Deus, pois a graça não falhou (21:45; Juízes 2:2-3).
Graça
e Fé na Nossa Salvação
E
fésios 2:8-10 pode ser visto como o resumo mais completo no Novo Testamento do
processo da nossa salvação: “Porque pela graça sois salvos mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus
de antemão preparou para que andássemos nelas.”
Somos
salvos pela graça. Seria errado limitar a graça de uma maneira que nega todas
as obras de Deus na nossa salvação. A graça inclui tudo que Deus fez e faz para
nos salvar. A graça que nos salva inclui: a promessa eterna de Deus (Tito 1:2);
a lei que conduzia homens a Cristo (Gálatas 3:24); o envio do Filho amado (João
3:16); a morte de Jesus na cruz (2 Coríntios 5:15); o sangue de Jesus
(Apocalipse 1:5); a ressurreição de Jesus (Rm 4:25); a obra renovadora do
Espírito Santo (Tito 3:5); etc.
Seria
absurdo alguém argumentar que a graça nos salva independente de todas estas
coisas que Deus tem feito. Quando falamos da graça de Deus, obviamente falamos
de tudo que ele faz, e
entendemos que a graça dele é a parte maior da nossa
salvação. Nada que o homem faz se compara à graça de Deus. A graça dele, porém,
não anula a necessidade da nossa resposta de fé, o aspecto da salvação que
veremos agora.
Somos
salvos mediante a fé. Seria igualmente errado limitar a fé do homem de uma
maneira que nega todas as obras que Deus pede na nossa salvação. A fé inclui
tudo que o homem faz para receber a salvação que Deus estende a ele. A fé
necessária para a nossa salvação inclui: o arrependimento dos pecados (Lucas
13:3); a confissão da fé (Romanos 10:9), mesmo se a confissão for difícil
devido às atitudes das pessoas ao nosso redor (Marcos 8:38); o batismo para
remissão dos pecados (Atos 2:38; 22:16); a perseverança (Hebreus 10:36,39).
Da
mesma maneira que seria absurdo tentar separar a graça das obras de Deus, seria
errado tentar separar a fé das obras de obediência do homem. Pessoas que
ensinam a salvação sem a obediência negam a palavra da Nova Aliança (Tiago
2:14,17,24,26).
A graça
e a fé não negam as obras salvadoras da Nova Aliança. Obras da lei anulariam a
graça de Deus, mas nem as obras divinas (a morte de Jesus, etc.) nem a vida de
fé ativa anula a graça (Gálatas 2:15-21).
A
Circuncisão da Nova Aliança: Quem Opera?
A
história da entrada na terra de Canaã apresenta mais uma comparação importante.
Deus mandou
Em
Colossenses 2:10-13, Paulo compara a circuncisão ao batismo. Estamos
aperfeiçoados em Cristo. Os cristãos receberam a circuncisão espiritual no
sepultamento do batismo. Desta maneira, Deus nos dá a vida, perdoando os
pecados. Considere a comparação:
Mesmo
assim, algumas pessoas recusam a “cirurgia” oferecida pelo grande Médico,
dizendo que acreditam tanto no Senhor que não precisam da cirurgia! Que
loucura!
O
Desequilíbrio Doutrinário nos Dias Atuais
Há
tendências doutrinárias que levam as pessoas a desviarem da palavra, tanto para
a direita como para a esquerda. A igreja católica enfatiza obras sem fé, até
praticando o batismo de recém-nascidos. Muitas igrejas evangélicas vão a outro
extremo, ensinando a fé sem obras e defendendo a salvação sem o batismo. Mas
Deus inclui o batismo como condição para ser salvo (Marcos 16:16), para receber
a remissão dos pecados (Atos 2:38; 22:16), para entrar em Cristo (Gálatas
3:27), e para ressuscitar para uma nova vida (Romanos 6:4).
Precisamos
nos livrar de doutrinas humanas para fazer o que Jesus mandou. Assim,
deixaremos o Senhor operar em nossas vidas, removendo o opróbrio do pecado!