Posted by : Francisco Souza
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Depois da morte de Josué, o povo de Israel passou por mais de três séculos nos quais "não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto" (Juízes 17:6; 21:25). Durante esse período, se repetia várias vezes o mesmo ciclo: 1. O povo obedecia a Deus por algum tempo e, 2. depois, afastou-se dele. 3. Como alerta ao povo rebelde, Deus permitia que um inimigo o oprimisse. 4. Quando o povo se arrependia e pedia libertação, 5. Deus mandava juízes para livrá-lo das mãos dos inimigos. 6. O povo resgatado servia ao Senhor durante o resto daquela geração, assim começando, de novo, o ciclo. Gideão foi o quinto dos juízes ou libertadores, apresentado em Juízes, capítulos 6, 7 e 8. Da vida dele, podemos aproveitar muitas lições valiosas.
Homem
valente ou homem tímido?
Os
midianitas oprimiram os israelitas por sete anos. Eles subiam cada ano e
tomavam os produtos
alimentícios dos campos e todos os animais dos hebreus. Para sobreviver, os israelitas escondiam alimentos do inimigo. Gideão estava preparando comida para escondê-la quando o Anjo do Senhor apareceu. Imagine este homem, trabalhando com medo do inimigo, quando ele ouviu as palavras do Anjo: "O Senhor é contigo, homem valente" (Juízes 6:12). Pela resposta de Gideão, parece que ele nem pensou no significado da frase "homem valente". Ele entrou diretamente numa discussão com o anjo sobre a presença de Deus. Ele não entendeu como Deus, estando com o povo, deixaria Israel sofrer. Deus continuou a conversa, desafiando Gideão a resolver o problema. Já que ele duvidou da presença de Deus, devia ir na sua própria força (Juízes 6:14). Isso não! Gideão, agora, sentiu tão incapaz que procurou uma saída da missão dada por Deus. Ele explicou que era uma pessoa pequena de uma família insignificante de uma tribo pouco importante. Gideão não veio ao Senhor como homem valente. Deus ia fazer dele um líder corajoso.
alimentícios dos campos e todos os animais dos hebreus. Para sobreviver, os israelitas escondiam alimentos do inimigo. Gideão estava preparando comida para escondê-la quando o Anjo do Senhor apareceu. Imagine este homem, trabalhando com medo do inimigo, quando ele ouviu as palavras do Anjo: "O Senhor é contigo, homem valente" (Juízes 6:12). Pela resposta de Gideão, parece que ele nem pensou no significado da frase "homem valente". Ele entrou diretamente numa discussão com o anjo sobre a presença de Deus. Ele não entendeu como Deus, estando com o povo, deixaria Israel sofrer. Deus continuou a conversa, desafiando Gideão a resolver o problema. Já que ele duvidou da presença de Deus, devia ir na sua própria força (Juízes 6:14). Isso não! Gideão, agora, sentiu tão incapaz que procurou uma saída da missão dada por Deus. Ele explicou que era uma pessoa pequena de uma família insignificante de uma tribo pouco importante. Gideão não veio ao Senhor como homem valente. Deus ia fazer dele um líder corajoso.
A
força verdadeira do servo do Senhor não vem de si mesmo, e sim de Deus. Ninguém
é forte o bastante para resolver seus próprios problemas sozinho, especialmente
quando falamos sobre nosso problema principal: o pecado. Dependemos de Deus e
de sua graça (Efésios 2:8-9). Paulo disse: "tudo posso naquele que me
fortalece" (Filipenses 4:13). Os homens valentes, hoje em dia, são aqueles
que confiam no Senhor.
"Eu
estou contigo"
Nas
conversas com Gideão, Deus afirmou sua presença repetidas vezes. Primeiro, ele
afirmou por palavras: "Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como
se fossem um só homem" (Juízes 6:16). Segundo, ele afirmou por sinais.
Antes da primeira missão de Gideão, Deus lhe deu um sinal impressionante.
O Anjo do Senhor causou subir fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam
ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir. Antes de sua segunda missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela (Juízes 6:36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada (Juízes 6:39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente (Juízes 7:9-15). Terceiro, Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Juízes 6:16; 7:7,22; 8:10-12). As demonstrações de Deus foram convincentes. Gideão foi convertido!
O Anjo do Senhor causou subir fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam
ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir. Antes de sua segunda missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela (Juízes 6:36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada (Juízes 6:39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente (Juízes 7:9-15). Terceiro, Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Juízes 6:16; 7:7,22; 8:10-12). As demonstrações de Deus foram convincentes. Gideão foi convertido!
A
maior bênção imaginável é a presença do Senhor em nossas vidas. Quando Jesus
veio ao mundo para habitar ou fazer seu tabernáculo entre os homens (João
1:14), foi lhe dado o nome Emanuel, "Deus conosco" (Mateus 1:23). No
final da sua missão terrestre, ele foi preparar um lugar para nós na presença
de Deus (João 14:1-4). Ele prometeu fazer morada naqueles que o amam (João
14:23).
Uma
vez que Deus chamou a atenção de Gideão, ele lhe deu a sua primeira missão:
destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar
(Juízes 6:25-26). Gideão levou dez homens consigo e cumpriu o mandamento do
Senhor na mesma noite. Os vizinhos ficaram irados, mas o pai de Gideão entendeu
o significado de seu ato e o defendeu. Um "deus" que não consegue se
defender contra um punhado de homens não merece defesa pelos homens. Parece que
Joás, pai de Gideão, foi o segundo convertido nessa história.
A
nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Tanto no Velho como no Novo
Testamento, Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria
família. Filhos devem obedecer e honrar aos pais (Efésios 6:1-3). Maridos e
esposas devem amar um ao outro (Efésios 5:25; 1 Pedro 3:7; Tito 2:4-5). Pais
devem instruir os filhos, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor
(Deuteronômio 6:6-7; Efésios 6:4). Um dos alvos de cada servo de Deus é de influenciar
sua família para servir ao Senhor (Josué 24:15).
Deus
dá a vitória
Chegou
o dia da grande batalha (Juízes 7). Gideão conduziu seu exército de 32.000
israelitas para o
campo de conflito contra 135.000 midianitas. Sua desvantagem militar era de 4 contra 1! Deus não deixou Gideão entrar na batalha com este número de soldados. Em duas etapas, ele diminuiu a força militar de Israel. Primeiro, 22.000 voltaram para casa, e os midianitas ficaram com uma vantagem de 13,5 contra 1. Na segunda etapa, Deus mandou embora mais 9.700 israelitas, deixando Gideão com apenas 300 soldados. Para vencer o inimigo, cada soldado israelita teria que vencer 450 do inimigo!
campo de conflito contra 135.000 midianitas. Sua desvantagem militar era de 4 contra 1! Deus não deixou Gideão entrar na batalha com este número de soldados. Em duas etapas, ele diminuiu a força militar de Israel. Primeiro, 22.000 voltaram para casa, e os midianitas ficaram com uma vantagem de 13,5 contra 1. Na segunda etapa, Deus mandou embora mais 9.700 israelitas, deixando Gideão com apenas 300 soldados. Para vencer o inimigo, cada soldado israelita teria que vencer 450 do inimigo!
Deus,
na sua perfeita sabedoria, tinha um propósito bem definido nesta redução das
forças militares de Israel. Ele mandou seu exército à batalha com uma
desvantagem tão grande que ninguém poderia dizer: "A minha própria mão me
livrou" (Juízes 7:2). Usando uma estratégia que não fez nenhum sentido, em
termos militares, a pequena banda de israelitas venceu o exército dos
midianitas.
Até
hoje, muitas pessoas não aprenderam esta lição. Confiam em números, achando que
grandes multidões são evidência da aprovação de Deus. Dependem de estratégias e
táticas humanas e carnais para alcançar alvos de crescimento de igrejas. E, no
fim, se gabam em seus relatórios, destacando os grandes feitos de homens.
Muitos missionários
e outros líderes religiosos, como os midianitas, confiam nos grandes números e nas táticas humanas (igrejas promovendo atividades não espirituais para aumentar sua freqüência, ensinando mensagens diluídas que parecem mais relevantes aos seus ouvintes carnais do que a mensagem da cruz, destacando edifícios impressionantes para atrair pessoas que não aceitariam a chamada simples de um Salvador humilde, etc.)
e outros líderes religiosos, como os midianitas, confiam nos grandes números e nas táticas humanas (igrejas promovendo atividades não espirituais para aumentar sua freqüência, ensinando mensagens diluídas que parecem mais relevantes aos seus ouvintes carnais do que a mensagem da cruz, destacando edifícios impressionantes para atrair pessoas que não aceitariam a chamada simples de um Salvador humilde, etc.)
Mas,
os verdadeiros servos de Deus não desviarão para tais caminhos errados.
"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne
mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!" (Jeremias 17:5).
"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus
Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo"
(Gálatas 6:14). "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos
8:31).
Rejeição
daqueles que ficaram em cima do muro
Gideão
e sua banda de homens cansados perseguiram os midianitas (leia Juízes 8:1-21).
Quando os soldados israelitas passaram nas cidades de Sucote e Penuel, eles
pediram pão. Os homens dessas cidades não mostraram coragem para tomar uma
atitude durante a batalha. Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles
recusaram ficar em pé com os homens de Deus. Só depois da batalha, quando
baixar a poeira, apoiariam os servos do Senhor.
A
decisão desses homens mostrou uma preocupação política ao invés de convicção
espiritual. Pensaram mais na influência de homens importantes do que na palavra
do Senhor. Gideão não aceitou tal postura. Ele voltou às mesmas cidades e
castigou os covardes que recusaram apoiar os servos do Senhor na hora da
batalha.
Gerações
antes, Josué chamou o povo para tomar uma decisão para Deus e contra os falsos
deuses (Josué 24:14-16). Séculos depois, Elias desafiou o povo indeciso com
estas palavras: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor
é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu" (1
Reis 18:21).
Hoje,
muitas pessoas religiosas que alegam ser discípulos de Cristo demonstram a
mesma covardia. Definem suas posições doutrinárias e práticas pelo vento de
opiniões. Entendem mais de IBOPE do que de fé, mais de tradição do que de
verdade, e mais de partidos do que de convicções. Paulo mostrou que o cristão
deve sempre definir a sua posição pela palavra de Deus, e não pela opinião da
maioria: "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus?
Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de
Cristo" (Gálatas 1:10).
Bons
homens tropeçam
Apesar
de sua ilustre carreira militar, Gideão não era perfeito. O povo lhe agradeceu
com um presente: argolas de ouro do despojo da batalha. Gideão usou o ouro para
fazer uma estola sacerdotal que ele colocou na cidade dele. Não sabemos a
intenção dele, mas os resultados são evidentes. O povo usou aquela estola como
um tipo de ídolo, e logo iniciou o próximo ciclo de apostasia. Leia o relato em
Juízes 8:22-35.
Devemos
aprender desse erro. Às vezes, bons homens nos ajudam a sair da confusão
religiosa, como
Gideão ajudou os israelitas a saírem da idolatria. Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como respeitar a palavra de Deus em tudo que fazemos. Mas, eles ainda são homens. Da mesma forma que Gideão tomou o primeiro passo de volta à idolatria, bons homens hoje podem tropeçar e conduzir outros, de volta, à confusão religiosa. É uma ironia triste que, ao longo da História, muitos movimentos religiosos que começaram com tentativas de sair dos sistemas errados de denominações humanas resultaram na criação de novas denominações, com suas próprias tradições e falhas humanas. O fato que alguém nos ajudou no passado não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus. Paulo mostrou que bons exemplos ajudam somente quando seguem a Cristo (1 Coríntios 11:1), e disse: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22).
Gideão ajudou os israelitas a saírem da idolatria. Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como respeitar a palavra de Deus em tudo que fazemos. Mas, eles ainda são homens. Da mesma forma que Gideão tomou o primeiro passo de volta à idolatria, bons homens hoje podem tropeçar e conduzir outros, de volta, à confusão religiosa. É uma ironia triste que, ao longo da História, muitos movimentos religiosos que começaram com tentativas de sair dos sistemas errados de denominações humanas resultaram na criação de novas denominações, com suas próprias tradições e falhas humanas. O fato que alguém nos ajudou no passado não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus. Paulo mostrou que bons exemplos ajudam somente quando seguem a Cristo (1 Coríntios 11:1), e disse: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22).
Conclusão:
a grandeza de Gideão
Gideão
será lembrado eternamente como exemplo de fé (veja Hebreus 11:32). A grandeza
desse homem não se encontra na sua força física, nem na sua inteligência, nem
na sua auto-confiança. A Bíblia não comenta sobre sua aparência física nem
sobre seu jeito de falar. Gideão se destacou na História, não por ser um grande
homem, mas por ter um grande Deus. Deus é capaz de transformar os fracos, os
tímidos e os abatidos para dar grandes vitórias ao seu povo. Como Gideão disse:
"O Senhor vos dominará" (Juízes 8:23).