Posted by : Francisco Souza
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
A Cruz de Cristo
A Cruz de Cristo Vimos, pois, que o Sangue trata objetivamente com os nossos pecados. Porém, notamos que isso não basta para caminharmos em rumo ao propósito de Deus. Só com o Sangue, continuaríamos a pecar e confessar, pecar e confessar e pecar e confessar indefinidamente. Por isso é necessário que não só nossos pecados sejam tratados, mas o pecador seja tratado.E aí que entra a cruz de Cristo. Não somos pecadores porque cometemos pecados e sim pecamos por sermos pecadores. É mais por constituição do que por ação. Há pecadores maus e pecadores bons, pecadores morais e pecadores corruptos, mas todos são igualmente pecadores. O problema não está no que fazemos, mas no que nós somos. A cruz nos liberta daquilo que somos. Como ela atua? Há quatro condições ou passos que precisamos entender claramente:
1o.
Sabendo
2o.
Considerando-nos
3o.
Oferecendo-nos a Deus
4o.
Andando no Espírito
Vamos
ver cada um deles em sua ordem.
1.
SABENDO.
“...sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado
fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado.” Romanos 6:6
Em
primeiro lugar precisamos saber que fomos crucificados com Cristo e para isso responderemos
as seguintes perguntas:
Quem foi crucificado
Quando fomos crucificados
Sabendo
isto estaremos eliminando o primeiro passo ou condição para desfrutarmos
daquilo que temos no Senhor e sermos vitoriosos no Senhor.
a)
Quem foi crucificado. Há muita confusão a esse respeito pois alguns confundem o
pecado
com
o velho homem, com o ego e etc. Precisamos saber quem é o alvo da crucificação.
A Palavra de Deus diz que o pecado habita em nós (Romanos 7:20). Paulo fala
isso no tempo presente demonstrando que ele, mesmo sendo um discípulo, tinha “o
pecado”. Portanto, por eliminação, vemos que o pecado não é crucificado. Quem
então é crucificado? É o empregado do pecado que é crucificado e esse empregado
é o velho homem. O próprio texto diz isso: sabendo isto que o nosso velho homem
foi crucificado com Ele. (v 6) E ainda mais: para que o corpo do pecado fosse
desfeito.(v
6b). Veja que o alvo não é o pecado como princípio ativo produtor
de pecados e sim o servo do pecado que é o velho homem. O que é o velho homem?
Quando não conhecíamos o Senhor não nos preocupávamos se estávamos agradando ou
não a Deus; não fazia, para nós, a menor diferença se o que fazíamos agradava
ou ofendia a Deus. Esse é o velho homem em quem o pecado tinha toda liberdade
de agir. Esse é o alvo da crucificação.
b)
Quando fomos crucificados. Esse ponto é chave para alicerçarmos nossa fé no
Senhor.
Primeiramente
precisamos entender que a cruz é um instrumento de morte. Ninguém sai vivo da
cruz; quando se passa pela cruz se tem a certeza que tal pessoa jamais viverá.
O versículo diz que fomos crucificados e não que seremos crucificados. Portanto
já sabemos que, pela Palavra, foi no passado. Porém quando no passado? O mesmo
capítulo de Romanos diz: Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos
batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados
com ele pelo batismo na morte, 6:3,4a. Fomos mortos no batismo! A cruz é um
instrumento de morte e ela operou no batismo. Não podemos deixar de saber
disso. Esse foi um momento crucial de nossa vida com Deus, por isso não podemos
deixar de encarar com seriedade. Muitos, por não saberem disso ficam pedindo
continuamente para que Deus os coloque na cruz. Objetivamente isso já ocorreu.
Nosso velho homem foi crucificado para que andemos nós também em novidade de
vida v.4b. É claro que há um outro aspecto da cruz descrita por Jesus que é
subjetiva, mas isso veremos mais adiante.
2.
CONSIDERANDO-SE
Assim
também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus.
Romanos
6:11
Veja
que estamos seguindo a ordem natural do capítulo seis de Romanos, onde vemos
que primeiro precisamos saber para depois considerar-nos. Infelizmente, quando
se trata desse assunto a ênfase é no considerar sem ver que há uma ordem no
texto: primeiro saber depois considerar. Não adianta ficarmos declarando para
nós mesmos que estamos crucificados se não soubermos que isso já aconteceu;
considerar-se não é isso. O que é então considerar?
Considerar
é:
a)
No grego é atribuir, imputar, dando a idéia de fazer as contas. Portanto
entendemos que,
de
maneira exata, não precisamos só saber, mas temos que tomar uma atitude e essa
atitude é de considerar que a nossa inclusão na crucificação de Jesus é um fato
verdadeiro. Nunca olhar para nós mesmos, mas para o que Cristo fez por nós em
nossa inclusão nEle.
b)
Ter fé prática. Aplicar o que sabemos acerca de nossa crucificação, crendo
diariamente nisso e não dando ouvidos aos sussurros acusadores do diabo.
Vamos
sempre lembrar que não estamos lidando com promessas e sim com fatos. As promessas
de Deus nos são reveladas pelo Espírito, afim de que nos apropriemos delas; os fatos,
porém, permanecem fatos, quer creiamos neles ou não. Qualquer coisa que
contradiga a Palavra de Deus deve ser considerada mentira do diabo. Estamos,
pelo batismo, mortos em Cristo, quer sintamos ou não.
3.
APRESENTANDO-NOS
Não
reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências;
nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de
iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os
vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Romanos
6:12,13
Agora,
na mesma seqüência do capítulo seis de Romanos, estamos no terceiro passo que é
apresentar-nos. Quando realmente sabemos que fomos crucificados com Ele, então espontaneamente
me considero morto (vs. 6 e 11) e quando sei que ressuscitei com Ele de entre
os mortos então considero-me vivo para Deus em Cristo Jesus (vs. 9 e 11). Quando
chegamos então a esse ponto podemos então apresentar os nossos membros como instrumento
de justiça. Deus não aceita a consagração da velha natureza. Nada que venha de Adão
é aceitável a Deus, porém agora temos uma outra natureza e é essa que eu
apresento a Deus como rediviva dentre os mortos.
4 O
que é, basicamente, apresentar-nos?
a)
Ser separado para o Senhor. Quando algo era consagrado no AT não podia mas ser
usado para nada a não ser para o Senhor. Nossas mãos não nos pertencem, nossos
pés não podem andar para onde eu quero porque não são meus, são instrumentos de
justiça.
b)
Pois assim como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da
Iniqüidade
para iniqüidade, assim apresentai agora os vossos membros como servos da justiça
para santificação. Romanos 6:19 Apresentar-se é a verdadeira santificação no sentido
objetivo. Deve ser um ato inicial e fundamental, feito na porta. Depois, dia a
dia, devemos prosseguir, dando-nos a Ele, sem nos queixar do uso que Ele faz de
nós, mas aceitando, com grato louvor, mesmo aquilo contra o qual a carne se
revolta. Esse é o caminho da cruz. Vamos, então, ter essa atitude diária de
oferecer-nos a Deus como redivivo dentre os mortos.