Posted by : Francisco Souza
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Muitos dos problemas de relacionamento que acontecem nas
organizações (eclesiásticas ou não) estão diretamente relacionados com a
vaidade e o desejo de estar em evidência.
A motivação para realizar eventos, dirigir projetos, dar
aulas ou liderar pequenos grupos reside na vontade (não aparente) de ser
elogiado e reconhecido. Os resultados serão importantes, mas estarão em segundo
plano diante do objetivo maior de receber exaltação.
Por isso o ensino freqüente de líderes cristãos, respaldados
pela ênfase bíblica, de que uma das principais características do líder maduro
é a
humildade. O reconhecimento e a glória não devem mover os corações, mas,
sim, o desejo de servir e de ajudar ao próximo.
É um desafio estar avaliando constantemente as motivações.
Mas não há jeito melhor de restabelecer o foco correto e afastar os prejuízos
que a distração da fama pode produzir na organização.
A vaidade prejudica as relações. Não há dúvida quanto a
isto.
Vejamos algumas das razões, capazes de fazer estremecer
relacionamentos antigos e fortes:
Desejo de ter, de ser dono, proprietário - a vaidade leva a
pessoa a tratar o evento ou projeto como propriedade sua, particular. Algo que
deve lhe dar dividendos, lucros, fama e/ou poder: Eu fiz isto, eu produzi, eu
determinei, eu, eu, eu. A obra é minha e eu devo ser reconhecido como alguém
capaz, um líder digno de elogios.
Insegurança - a pessoa não está bem certa de seu valor
intrínseco, dignidade que vem da visão correta da
vida, do interesse de Deus e
do valor que Ele dá ao ser humano, demonstrado pelo sacrifício de Cristo Jesus.
Precisa, então, encontrar satisfação no fazer e no ter coisas. Pensa que se não
fizer grandes projetos ou eventos não será lembrada, não será querida. Busca a evidência
a qualquer custo sem se preocupar se está machucando alguém.
Competição - revela-se no desejo de sobrepujar os outros, de
ser o melhor, de estar sempre se medindo com outras pessoas ou líderes. Realiza
mas não se realiza. Os eventos ou projetos são instrumentos para alcançar o
objetivo de sentir-se melhor e mais capaz que os outros. Seu foco não está na
ministração aos interesses das pessoas, mas em satisfazer suas próprias
necessidades.
Bastam os exemplos citados para ver que a vaidade não deve encontrar
espaço em organizações maduras e sérias. Em instituições eclesiásticas, então,
a incompatibilidade se torna mais acentuada!
A grande motivação para liderar, seja em que área for, está
na noção de serviço, com humildade. Buscando prioritariamente o interesse dos
outros. Quem desejar ser o primeiro, disponha-se a servir.
Quando a vaidade é controlada fica mais fácil superar
diferenças, negociar atribuições, aceitar limitações em prol do benefício de
todos. A ausência de vaidade na equipe (ou instituição) permite conversas
abertas, eliminação de agendas ocultas, transparência e, principalmente,
pessoas dispostas a buscar soluções satisfatórias para todos.
Não são poucos os exemplos de conflitos acontecidos em razão
do embate de vaidades. Mais grave ainda, é o fato de que as pessoas dissimulam
o real motivo do problema. Afinal, ninguém "discutiria" apenas por
vaidade! Discussões sobre cor de cortina, tipo de iluminação, estilo de roupas,
podem ser apenas a ponta do "iceberg".
Sabendo que a vaidade é capaz de tantos prejuízos, nada
melhor que ficar atentos e afastar, definitivamente, este sentimento - seja em
mim ou em você.