Posted by : Francisco Souza
terça-feira, 15 de abril de 2014
BATISMO
Banhos sacros de purificação de impurezas morais ou rituais, ou para conceder
forças vitais, eram conhecidos por vários povos antigos. Na religião israelita a
imersão na água era usada para a purificação da lepra curada (Lv 14,8), para tirar a
impureza sexual (15,16-18) ou resultante do contato com um cadáver (Nm 19,19).
Tal rito purificatório, aplicado aos prosélitos, tornou-se uma espécie de rito de
iniciação do judaísmo, quase tão importante como a circuncisão. Semelhante ao
batismo dos prosélitos é o batismo administrado por João Batista.
Mas sua característica é o forte apelo à conversão moral, que prepara a vinda do Reino de
Deus (Mc 1,4). João Batista batiza apenas em água, sem o espírito. Por isso seu
batismo é imperfeito (Mt 3,11; At 1,4s), o mesmo acontecendo com o batismo que
os Doze administravam, antes do dom do Espírito (Jo 4,1-2; 7,37-39).
O batismo cristão é considerado superior ao de João porque não é feito apenas com
água, mas com o Espírito Santo (Mt 3,11; Jo 1,33; At 1,5; 11,16). A associação
água-espírito já aparece nos profetas (Ez 36,25-26; Jl 3,1-2; Is 32,15-18; 55,1-10),
e se verifica no Batismo de Jesus, que constitui a sua investidura messiânica (Mt
3,13-16; Jo 1,29-34).
Batismo e fé: Para salvar-se é preciso ter fé (Jo 3,36; Rm 10,9-11; Mc 16,16) e ser
batizado (Rm 6,3-7; Tt 3,4-5; Jo 3,5; 4,2-30). Por isso se batizavam até os mortos
(1Cor 15,29). Daqui o trinômio: Pregação, Fé, Batismo (Hb 6,1-2; 10,22; Mt 28,19).
Batismo e Igreja: o batismo incorpora à Igreja (1Cor 12,12-13; 10,1-2); é o
sacramento das bodas de Cristo com a Igreja (Ef 5,25-27); é um revestimento de
Cristo (Gl 3,27); é um sepultar-se com ele (Rm 6,1-11; Cl 2,11-13); perdoa os
pecados, concede o dom do Espírito e a participação na Ressurreição de Cristo (At
2,38; Cl 2,2; Rm 6,3-11; 1Pd 3,21). Ver "Ablução", "Penitência".