Posted by : Francisco Souza
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Mateus 25:14-30
Textos: Gn.22:1-19; 2ºRs.12:1-19; 2º.Cr.34:8-13; Lc.16:1-13;
At.4:1-22;
1ªCo.4:1-5;Tt.2:1-10
INTRODUÇÃO
Em quase todos os relacionamentos interpessoais, a
fidelidade é indispensável.
Você já pensou quando há infidelidade no relacionamento
conjugal? Você já pensou quando há infidelidade nas transações comerciais? Você
já pensou quando o fiel de uma balança se encontra “infiel”? Você já pensou nas
graves e tristes conseqüências da falta de fidelidade, de justiça e de lealdade
na administração pública, seja no âmbito federal, estadual e municipal?
Muitos são conhecidos pelo seu caráter íntegro, repleto de
fidelidade, que até mesmo não existe necessidade de comprovação de suas
atitudes, pois somente a sua palavra basta. Entretanto, existem aqueles que não
merecem confiança, que agem falsamente, que compram e não pagam, que prometem e
não cumprem que dizem como sendo verdade aquilo que é mentira, sou seja, aquilo
que não viram, não ouviram e nem podem comprovar.
Vale a pena agir de modo digno fiel. Mais do que nunca, as
Igrejas e a sociedade estão carecendo de pessoas repletas de fidelidade. É
sobre esta virtude que o presente estudo fará referência.
VISÃO BÍBLICA
1- Que
resultado experimentou Daniel em conseqüência da sua fidelidade? (Dn.6:4)
2- O que a
Bíblia diz sobre a fidelidade nos negócios? (Pv.28:20).
3- Que
triste realidade pode ser constatada hoje: (Sl.12:1).
DEFINIÇÃO DO TERMO
A palavra grega para fidelidade é “pistis”, que é traduzida
por fé. Na grande maioria dos casos ela significa fé que é confiança, entrega e
obediência totais a Cristo. Mas, aqui na listagem do fruto do espírito, ela
possui uma conotação ética, ou seja, tem mais a ver com o relacionamento das
pessoas entre si. A idéia é de integridade, lealdade, dignidade e honestidade.
É a atitude que torna uma pessoa totalmente confiável e cuja palavra se pode
aceitar completamente. É o FRUTO DO ESPÍRITO que se revela a uma virtude
moralizadora, fazendo emergir o modele de responsabilidade: homem de palavra,
cumpridor de votos, fiel ás obrigações professadas, leal a companheiros, e
íntegros na moral.
Fidelidade – fé. Só é possível exercermos fé para agirmos
com fidelidade se conhecermos o modelo único dado por nós – Jesus. Como homem
mostrou-nos como se fiel, daí estarmos certos quantos as promessas que nos fez
e que se cumprirá através de sua palavra. Ele disse que o que ensinava-nos era
do Pai e o escritor aos Hebreus fala que fé é fundamento, base. Portanto não
haverá fidelidade se não houver fé e f é conhecimento das Escrituras pois nelas
encontramos vida eterna. É bom não esquecermos de entendermos bem Hb.11:1.
APLICAÇÃO
I – A FIDELIDADE É UMA VIRTUDE QUE IMPLICA ESFORÇO
Nesta parábola dos talentos, o senhor confiou os seus bens
aos seus servos, denso que cada um teria que se esforçar para conseguir outros,
demonstrando assim fidelidade aos eu senhor. Era um verdadeiro teste para
provar a fidelidade e a capacidade dos servos. Ganhar outros talentos era uma
atitude que exigia um esforço concentrado e muita determinação. Eles teriam,
ainda, de prestar contas de seus negócios. Só com muito esforço eles seriam
encontrados fiéis.
O Senhor requer de seus filhos fidelidade (1ª Co.4:2). A
natureza humana é pecaminosa e propensa ás práticas carnais. A infidelidade
torna-se uma atitude mais fácil, mas cômoda, como exemplifica aquele servo que
ganhou apenas 1 talento, vindo a enterrá-lo. É preciso renunciar a própria
carne, os desejos e prazeres deste mundo, a vontade própria, negando-se a si
mesmo, para que exista fidelidade ao Senhor Deus e ao próximo. (Mc.8:34). Ser
fiel em uma sociedade infiel é o grande desafio que exige esforço.
José do Egito venceu
a tentação sexual quando a mulher de Potifar tentou seduzi-lo, permanecendo
fiel a Deus. Daniel e seus companheiros demonstram domínio próprio, e
resolveram firmemente não se contaminar com as práticas religiosas destes
países, num gesto de profunda fidelidade ao
Senhor.
O Apóstolo Paulo, para cumprir fielmente o seu ministério,
se esforçava o mais possível (Cl.1:26-29). Ele certa vez declarou que o bem que
ele queria fazer, este ele não fazia, mas o mal que detestava, este ele
praticava (Rm.7:19-21). Mas, quando escreveu aos Romanos recomendou o “esforço
para se fazer o bem perante todos os homens” (Rm.12:17).
A falta de esforço é sinal de infidelidade, que restringe a
capacidade e leva a pessoa ao terrível comodismo. Ser fiel a Deus e ao próximo
é tarefa dasafiadora, a qual será alcançada com a dependência de Deus. Esta
fidelidade conduzirá á eternidade, sendo que Jesus disse ser necessária se
esforçar para entrar pela porta estreita (Lc.13:23).
Muitos hoje estão optando pela lei do menor esforço. Querem
apenas “sombra e água fresca”. Não estão levando a vida religiosa a sério.
Estão cedendo ou se entregando ás práticas pecaminosas, numa atitude de
infidelidade a Deus e ao seu semelhante. É preciso esforço e determinação para
que o Senhor nos encontre fiéis no dia a dia.
II – É UMA VIRTUDE QUE EXIGE ATITUDE IRRESTRITA
Na parábola é possível perceber aqueles dois primeiros
servos foram fiéis até mesmo no pouco. Isto revela uma fidelidade total ao seu
senhor. O senhor não ficou fiscalizando o serviço deles, mas quando voltou os
encontrou fiéis até mesmo nas pequenas coisas. Apenas o que recebeu um talento
revelou infidelidade. Esta infidelidade irrestrita tem a ver com uma fidelidade
contínua, ou seja, até o fim. Não só em todas as circunstâncias, mas durante
toda a vida, a fidelidade deve estar presente. Jesus, certa vez, acusou os
escribas e fariseus por agirem de modo aparentemente fiel, fazendo determinadas
ações elogiáveis e omitindo outras (Mt.23:23). Jesus requer uma fidelidade ou
lealdade a Ele e ao próximo irrestritamente.
Vários cristãos no início do século, revelaram esta
fidelidade total e constante. Diante do Sinédrio, os apóstolos não se
retrataram (At.4:20 e 5:29). Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, foi
fiel até o fim (At.7:54-60). Esta é, portanto, a recomendação do Apóstolo Tiago
(Tg.2:10).
Até mesmo na guarda dos segredos é preciso agir com lealdade
(Pv.11:13). Até as mulheres devem ser sóbrias e fiéis em tudo (1ªTm.3:11). Até
os votos que fazemos precisam ser cumpridos fielmente, custe o que custar
(Ec.5:4-5).
“Se fiel e exata nas pequenas coisas e o serás também nas
grandes”, disse Johannes P. Schmitt.
III – A FIDELIDADE É UMA VIRTUDE QUE CONFERE RECOMPENSAS
Na parábola, aquele senhor percebendo a fidelidade de seus
servos, não só os elogiou, mas declarou: “... sobre o muito te colocarei, entra
no gozo do teu senhor” (vv.21-23). Mas, percebe-se que aquele que não foi fiel
sofreu as desastrosas conseqüências (vv.26-30). Isto aponta para o fato de que
recompensa é algo inevitável e determinante na vida religiosa.
A carta endereçada á Igreja de Esmirna contém esta
declaração: “Se fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.2:10). No
dia final, cada um “receberá a recompensa segundo o bem ou o mal que tiver
feito” (II. Co.5:10).
A prática da fidelidade é determinante para a vida eterna
com Cristo. Daí a recomendação apostólica para se andar no espírito,
demonstrando sempre o seu fruto que é FIDELIDADE (Gl.5:16 e 22). Correm sérios
riscos aqueles que desprezam esta virtude. Deus não inocentará os infiéis, mas
derramará a Sua graça salvadora sobre todos os fiéis. É questão de vida , ou
morte o ser ou não ser fiel.
Esta recompensa boa, ou má pode ser recebida t é mesmo aqui
nesta vida. Quando somos infiéis como o nosso próximo, deixando de fazer aquilo
que prometemos ou votamos, uma indiferença nos relacionamentos será percebida.
Quando agimos de modo infiel, de modo traiçoeiro, de modo desleal, ou de modo
imoral, logicamente, os resultados serão desagradáveis. Há casos de inimizades
e até motes por causa das infidelidades praticadas. Mas, Deus requer de seus
filhos que sejam fiéis em tudo a Ele e ao próximo. Para isso nos esforcemos
mais e mais.
“Nos dias atuais, importa, antes de tudo o mais, que
demonstremos fidelidade diária e firme”.