Posted by : Francisco Souza
quarta-feira, 14 de março de 2018
Um Rei que não conhecia a Deus
Um Rei que não conhecia a Deus
"Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhe¬cera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra" (versículos 8-10). Vemos aqui o raciocínio de um coração que nunca aprendera a contar com Deus nos seus cálculos. O coração não-regenerado nunca o pode fazer, e por isso, quando Deus se revela, todos os seus argumentos caem por terra. Fora de Deus, ou indepen¬dentemente d'Ele, podem parecer muito prudentes, mas logo que Deus aparece em cena, vê-se que são perfeita loucura.
Mas porque havemos nós de permitir que as nossas mentes sejam, de qualquer modo, influenciadas por argumentos e cálculos que dependem, para a sua verdade aparente, da exclusão total de Deus? Fazê-lo é, em princípio, e de acordo com a sua extensão, praticamente, ateísmo. No caso de Faraó verificamos que ele podia julgar corretamente as várias eventualidades dos negócios do seu reino: a multiplicação do povo, as possibilidades de guerra e de os israelitas fazerem causa comum com o inimigo e abandonarem o país. Ele podia pesar todas estas circunstâncias na balança com invulgar sagacidade; mas nunca lhe ocorreu que Deus pudesse ter alguma coisa a ver com o assunto. Este simples pensamento, se alguma vez tivesse ocorrido a Faraó, bastaria para lançar a confusão em todos os seus planos classificando-os como loucura.
Mas porque havemos nós de permitir que as nossas mentes sejam, de qualquer modo, influenciadas por argumentos e cálculos que dependem, para a sua verdade aparente, da exclusão total de Deus? Fazê-lo é, em princípio, e de acordo com a sua extensão, praticamente, ateísmo. No caso de Faraó verificamos que ele podia julgar corretamente as várias eventualidades dos negócios do seu reino: a multiplicação do povo, as possibilidades de guerra e de os israelitas fazerem causa comum com o inimigo e abandonarem o país. Ele podia pesar todas estas circunstâncias na balança com invulgar sagacidade; mas nunca lhe ocorreu que Deus pudesse ter alguma coisa a ver com o assunto. Este simples pensamento, se alguma vez tivesse ocorrido a Faraó, bastaria para lançar a confusão em todos os seus planos classificando-os como loucura.
Ora é conveniente refletirmos que sucede sempre assim com o raciocínio da mente céptica do homem. Deus é inteiramente excluído; sim, a sua pretendida verdade e solidez dependem dessa exclusão. O aparecimento de Deus em cena dá o golpe mortal em todo o cepticismo e infidelidade. Até ao momento em que o Senhor aparece, podem pavonear-se no palco com maravilhosa demonstra¬ção de sabedoria e destreza; porém, assim que o olhar distingue o mais fraco vislumbre do bendito Senhor, são despojados do manto da sua ostentação e revelados em toda a sua nudez e deformidade.
Com referência ao rei do Egito, pode dizer-se, com segurança, que errou grandemente, não conhecendo a Deus nem os Seus desígnios imutáveis. Faraó ignorava que, muitos séculos antes, ainda ele estava longe de respirar o fôlego desta vida mortal, a palavra e o juramento de Deus—"duas coisas imutáveis"—haviam assegurado infalivelmente a libertação completa e gloriosa daquele mesmo povo que ele, na sua sabedoria, propunha esmagar. Tudo isto ele desconhecia; e, portanto, todos os seus pensamentos e todos os seus planos baseavam-se sobre a ignorância dessa grande verdade, fundamento de todas as verdades, que DEUS, É. Imaginava, louca¬mente, que, com a sua sabedoria e poder, poderia impedir o cresci¬mento daqueles acerca dos quais Deus havia dito: "serão como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar" (Gn 22:17).
Portanto, o seu procedimento não passava de loucura e insensatez.
O pior erro que alguém pode cometer é agir sem contar com Deus. Mais cedo ou mais tarde o pensamento de Deus impor-se-á ao seu espírito e então dá-se a destruição terrível de todos os seus planos e cálculos. Quando muito, tudo quanto é empreendido sem contar com Deus só pode durar o tempo presente. Mas não pode de modo algum alongar-se para a eternidade. Tudo quanto é apenas humano, por muito sólido, brilhante e atraente que possa ser, está destinado a cair nas garras da morte e a abolorecer no silêncio do túmulo. A leiva do vale há-de cobrir as maiores honras e as glórias mais brilhantes do homem (Jó 21:33); a mortalidade está esculpida na sua fronte, e todos os seus projetos são evanescentes.
Pelo contrário, tudo aquilo que está ligado e fundado em Deus permanecerá para sempre. "O seu nome permanecerá eternamen¬te; o seu nome se irá propagando de pais a filhos" (SI 72:17).
A Segurança proporcionada pela Fé
Quão grande é portanto a estultícia do débil mortal que se levanta contra o Deus eterno arremetendo "com os pontos grossos dos seus escudos" (Jó 15:26). Era como se o monarca do Egito tivesse procurado deter com a sua fraca mão a maré do oceano, impedir a multiplicação daqueles que eram objetos dos propósitos eternos do Senhor. Por isso, embora pusessem "sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com as suas cargas... quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam". E assim há-de ser sempre. "Aquele que habita nos céus se rirá: o Senhor zombará deles" (SI 2:4). Sobre a oposição dos homens e dos demónios cairá eterna confusão. Isto dá doce descanso ao coração, num ambiente onde tudo é, aparentemente, tão hostil a Deus e tão contrário à fé. Se não tivéssemos a certeza de que "a cólera do homem louvará" o Senhor (SI 76:10) sentir-nos-íamos abatidos frequentemente em face das circunstâncias e das influências que nos rodeiam neste mundo. Mas graças a Deus não atentamos "nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas" (2 Co 4:18) .Com esta certeza bempodemos dizer: "Descansa no SENHORe espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos" (SI 37:7). Como a verdade destas palavras é claramente discernida neste capítulo, tanto no caso dos oprimidos como no que se refere ao opressor! Se Israel tivesse atentado nas coisas que se viam, que eram elas £ A ira do Faraó, a severidade dos exatores, as aflições, um serviço rigoroso, a amarga escravatura, barro e tijolos. Porém, as coisas que se não viam o que eram1?- Os propósitos eternos de Deus, as Suas promessas infalíveis, o dealbar de um dia de salvação e a "toda de fogo" da redenção de Jeová. Que maravilhoso contraste! Só a fé podia compreender tudo isto, assim como nada senão a fé podia habilitar qualquer pobre israelita oprimido a lançar uma vista de olhos desde os fornos de tijolo do Egito para os campos verdejantes e os ricos vinhedos da terra de Canaã. Só a fé podia reconhecer nesses escravos oprimidos, que labutavam nos fornos de tijolo do Egito, os herdeiros da salvação e os objetos do interesse e do favor celestiais.
Assim era então e assim é agora. "Andamos por fé e não por vista" (2 Co 5:7). "Ainda não é manifesto o que havemos de ser" (1 Jo 3:2). "Enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor" (2 Co 5:6). Como fato estamos no Egito, no entanto, em espírito, estamos em Canaã celestial. A fé põe o coração sobre o poder das coisas divinas e invisíveis e deste modo habilita-o a elevar-se acima de tudo o que existe aqui, onde reinam "a morte e as trevas". Ah! se tivéssemos esta fé infantil que se senta junto à fonte pura e eterna da verdade para beber da sua água, a qual reanima o espírito prestes a desfalecer e comunica energia ao novo homem em marcha para a casa do Pai!