Posted by : Francisco Souza
domingo, 13 de julho de 2014
I Coríntios 13
Textos:
Mt.5:43-48; Lc.7:36-50; 10:25-37; Rm.12:9-21; Tg.2:1-13; 1ªJo.2:7-11; 3:11-24;
1ª Jo.4:7-21
INTRODUÇÃO
O
que é amor? Parece que todo mundo sabe o que é amar, mas não é tarefa
nada fácil descrever o maior de todos os dons. De fato, o mais importante é o amor.
Mas, entendê-lo, e, sobretudo, praticá-lo, é algo ainda mais desafiante.
Um
poeta escreveu:
“Se os mares fossem tintas;
E o céu sem fim fosse papel;
Se as hastes todas fossem penas
E os homens todos escrivães,
Nem mesmo assim o a mor seria
Descrito em seu fulgor”.
Mas, é
possível, pelo menos, tecer alguns comentários que poderão nos ajudar a viver
em amor; afinal, não é sem razão que na descrição do fruto do espírito, o amor se apresenta em
primeiro lugar.
VISÃO BÍBLICA
1-
Que tipo de amor é condenado por
Jesus? (Mt.10:37)
Quem
ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho
ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;
2-
Qual é uma das características
marcantes do final dos tempos? (Mt.24:12)
E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se
esfriará de quase todos.
3-
Como expressar o amor? (1ª Pd.
3:8-12).
Finalmente,
sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos,
misericordiosos, humildes, 3:9 não
pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo,
pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança.
3:10 Pois quem quer amar a vida e ver
dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem
dolosamente; 3:11 aparte-se do mal,
pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. 3:12 Porque os olhos do Senhor repousam sobre os
justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor
está contra aqueles que praticam males.
DEFINIÇÃO DO TERMO
A palavra amor é usada para traduzir vários
sentimentos diferentes. Os gregos
faziam distinção de 4 palavras que em
português traduzimos por amor: amor caridoso, amigável, amigo; amor sexual e
erótico; amor familiar, aplicado aos relacionamentos domésticos; e o verdadeiro
e puro amor, como citado na lista de Gálatas 5:22. O amor ágape, na expressão de
R.C. Trench, “é uma palavra que nasce no seio da religião revelada”. Isso
significa dizer que o amor (ágape) é o amor que Deus nos tem dado e nos ensinado a cultivar. É o maior de todos
os dons. É o maior virtude.APLICAÇÃO
A partir
do mais lindo e completo poema já escrito sobre o amor – 1ª Co.13 – é possível
considerar o maior de todos os dons, observando:
I – A SUPERIORIDADE DO AMOR
Discorrendo
sobre os dons espirituais – um complexo problema para a igreja dos coríntios –
o apóstolo faz uma transição para falar sobre o “santo remédio” para todos os
problemas. No texto verifica-se a superioridade do amor nos seguintes aspectos:
1- A
palavra/línguas
Mesmo, que alguém consiga falar em
línguas angelicais ou especiais, sem amor não têm qualquer significado e nem
carecem de interpretação, assemelhando-se aos frios sons de um aparelho sonoro;
2- Pregação/profecias
Na lista dos dons espirituais, a
profecia ocupa os primeiros lugares (1ª Co.12:28; 14:1-4). Mas, sem amor, a
pregação se faz mecânica, vazia e sem valor;
3- Conhecimento/ciência
Na vida há muitos mistérios. Se
alguém for capaz de decifrar todos os ministérios e conhecer toda a ciência, só
terá algum significado se for movido pelo amor.
4- Fé/milagres
Jesus ensinou que a fé remove
montanhas e “nada vos será impossível” (Mt.17:20). Mas, sem amor; sinais,
milagres ou realizações várias não terão nenhum valor;
5- Caridade/Boas
Obras
As obras devem ser conseqüências da
fé; mas tem que ser também do amor. Qualquer ação (mesmo a distribuição dos
bens aos pobres) sem amor não terá nenhum proveito;
6- Dedicação/entrega
Alguém pode entregar a uma causa e
doar a sua própria vida, mas sem amor, nada disso terá algum valor.
Quantas atitudes em nossa vida são
tomadas sem a verdadeira e indispensável motivação! “Todos os vossos atos sejam
feitos com amor” (1ª Co.16:14).
II – A NATUREZA DO AMOR
É
interessante notar que o apóstolo Paulo resume o amor, para depois analisá-lo.
Nos vs.4-7, o amor é relacionando a:
1- Aspectos
negativos, positivos e ativos
Inicialmente, o apóstolo fala de
coisas que o amor não é:
o
amor não é invejoso;
não
é orgulhoso;
não
é indecente;
não
é melindroso;
não
é desconfiado;
não
é egoísta.
Coisas
que o amor faz:
O
amor é longânimo;
O
amor é benigno;
O
amor ama a verdade;
O
amor tem tolerância,
O
amor confia,
O
amor tem paciência.
2- Aspecto
divino – “nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1ª Jo.4:19)
O verdadeiro amor procede de Deus,
pois Ele é amor. William Barclay comenta o amor de Deus dizendo que:
a-
O amor de Deus é universal (Jo.3:16)
b-
O amor de Deus é
sacrificial(1ªJo.4:9-10)
c-
O amor de Deus é misericordioso
(Ef.2:4)
d-
O amor de Deus salva e santifica
(2ªTs.2:13)
e-
O amor de Deus fortalece (Rm.8:37)
f-
O amor de Deus disciplina (Hb.12:6).
Esta
rápida amostragem confirma a origem de todo amo de Deus.
3- Aspecto
eterno
Segundo o apóstolo, o amor
permanecerá para sempre! Um dia cessarão os dons, a ciência cessará e, em
alguns sentidos, até a fé e a esperança poderão acabar, mas o amor jamais
acaba. O verdadeiro amor suporta todas as situações, se impõe em qualquer época
e idade, e dura para sempre.
III – A PRÁTICA DO AMOR
Amar não é verbo para se conjugar;
mas para se praticar. Não existe amor teórico. Só através de atos concretos
poderá se comprovar e atestar a existência de amor. Portanto, “não amemos de
palavras, mas de fato e de verdade”, pois “o amor é o vínculo da perfeição” (1ª
Jo.3:18; Cl.3:14). Não foi assim também na parábola do samaritano? Quem mostrou
amor: o sacerdote, o levita ou o samaritano?
De
que maneira é possível mostrar amor?
1- Amor
universal
É fácil dizer que se ama a todo
mundo; mas é preciso dedicar amor a cada um, independente da cor da pele, da
posição social da diferença religiosa, da divergência de opiniões, etc.
Infelizmente, ouve-se falar de divisões e partidarismo nas igrejas, pois muitos
não tem sido capazes de dedicar um amor que ultrapasse as diferenças e
barreiras entre as pessoas. É muito fácil amar quem nos ama (isto os publicanos
do tempo de Jesus também faziam – (Mt.5:46,47). Mas só isso não basta. É
preciso aplicar o amor a cada um daqueles que nos cercam.
2- Amor
serviçal
Quantos e importantes serviços
podemos prestar aos nossos semelhantes como expressão e demonstração de nosso
amor? Um sorriso, uma palavra de ânimo, uma visita cordial, uma aperto de mão,
um abraço fraterno, etc., podem significar amor para com o nosso próximo.
Vestir o nu, alimentar o faminto ou saciar o sedento não é custoso para
ninguém; e quanto objetos e utensílios desperdiçados em nossas casas e que
fariam alegria de muita gente!
Crianças carentes, idosos,
deficientes, presos, pobres, etc., merecem um carinho todo especial de nossa
parte dentre os muitos outros que carecem de expressão objetiva de nosso amor.
3- Amor
comunicativo
A igreja é a comunidade do amor.
Nela, o desafio de exercitar o amor se reveste de especialidade, pois a
convivência amorosa dos cristãos concede autoridade para o exercício dos
ministérios e da missão da igreja – aliás, este é o mal necessário e urgente
sermão da atualidade: “amai-vos uns aos outros”. A maior responsabilidade da
igreja não é se entregar a construções, aperfeiçoar a liturgia ou criar novos
pontos de trabalho; mas sim, aperfeiçoar e praticar o amor. Quando cada cristão
se fizer um instrumento do amor, praticando a tolerância, a verdade, a
confiança mútua, respeito, etc., o mundo estará disposto a ouvir a voz dos
cristãos. “Ó cristão, ao teu vizinho mostre amor”. A grande síntese é que “Deus
pede de todos mais amor”!
“Deus
só vive para o homem mas este perdeu a independência e a dignidade para entendê-lo.
O
mundo sempre precisou da IGREJA, esta, porém, preocupou-se mais consigo mesma
do que com as necessidades do mundo, ao qual deve servir.
O
incrédulo sente um desejo ardente de ser crente também, mas o fanatismo, o
orgulho e a falta de alegria observados nos crentes impeliram-no para outros
rumos os quais se adaptou muito bem.
Contudo
é esta a época do homem, a oportunidade da IGREJA, o momento do “CRENTE”.