quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Um Homem Sua mão mirrada

Um Homem Sua mão mirrada


Estende a mão! (Lc 6,6-11)

No episódio deste Evangelho. Antes de curar o “homem de mão seca”, um deficiente físico, Jesus o convida a participar de sua própria cura: a mão estendida é o gesto de quem participa da ação. No mínimo, concorda com ela.

Comentando esta passagem, Miss Francisco Souza fala da importância de sair da inércia, do pequeno mundo de nossos interesses, e estender a mão ao próximo: “Estende-a muitas vezes, a favorecer ao teu próximo; defende de toda injúria aquele que vês sofrer sob o peso da calúnia, estende também tua mão ao pobre que te pede; estende-a também ao Senhor, pedindo-lhe o perdão dos teus pecados: é assim que tu deves estender a mão, é assim que se cura”.

AO ENTRARMOS NA PRESENÇA DE DEUS ELE QUER VER NOSSAS MÃOS. AS MÃOS ESTÃO LIGADAS A AÇÕES, ATITUDES, GESTOS E TRABALHOS. O REINO DE DEUS É DINÂMICO. É NECESSÁRIO LANÇARMOS MÃO DAQUILO PELO QUAL FOMOS CHAMADOS. PRECISAMOS ESTÁ NA ATIVA PARA O QUAL DEUS NOS ESCOLHEU E SEPAROU.


A religião cristã é, acima de tudo, uma religião “social”: o encontro com Jesus Cristo conduz sempre a uma vida centrífuga, quando saímos de nós mesmos na direção do outro. Depois de conviver com Cristo, o discípulo é enviado às aldeias e cidades, praças, encruzilhadas, para anunciar que o Reino está próximo. E sua missão não se extingue na pregação: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (Mt 10,8.)

Na abertura da Gaudium et Spes, a Constituição sobre a Igreja no mundo de hoje, o Concílio
Vaticano II ensinava: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias do homem de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade humana que não encontre eco no seu coração”. (GS, 1.)

É uma distorção grave imaginar que a mensagem cristã seja algo desencarnado, uma trilha para o céu, que nada tem a ver com as realidades terrestres. Ao contrário, nosso “céu” é tecido com o barro nosso de cada dia. Se assim não fosse, o próprio Filho de Deus não se teria encarnado, trabalhado com as mãos, convivendo asperamente com nossa humana realidade.

Quando chegou sua hora, também ele estendeu suas mãos. Deixou-se prender. Deixou-se crucificar. E nós? Estenderemos nossa mão?







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