Posted by : Francisco Souza
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
No episódio
deste Evangelho. Antes de curar o “homem de mão seca”, um deficiente físico,
Jesus o convida a participar de sua própria cura: a mão estendida é o gesto de
quem participa da ação. No mínimo, concorda com ela.
Comentando
esta passagem, Miss Francisco Souza fala da importância de sair da inércia, do
pequeno mundo de nossos interesses, e estender a mão ao próximo: “Estende-a
muitas vezes, a favorecer ao teu próximo; defende de toda injúria aquele que
vês sofrer sob o peso da calúnia, estende também tua mão ao pobre que te pede;
estende-a também ao Senhor, pedindo-lhe o perdão dos teus pecados: é assim que
tu deves estender a mão, é assim que se cura”.
AO ENTRARMOS
NA PRESENÇA DE DEUS ELE QUER VER NOSSAS MÃOS. AS MÃOS ESTÃO LIGADAS A AÇÕES,
ATITUDES, GESTOS E TRABALHOS. O REINO DE DEUS É DINÂMICO. É NECESSÁRIO
LANÇARMOS MÃO DAQUILO PELO QUAL FOMOS CHAMADOS. PRECISAMOS ESTÁ NA ATIVA PARA O
QUAL DEUS NOS ESCOLHEU E SEPAROU.
A religião
cristã é, acima de tudo, uma religião “social”: o encontro com Jesus Cristo
conduz sempre a uma vida centrífuga, quando saímos de nós mesmos na direção do
outro. Depois de conviver com Cristo, o discípulo é enviado às aldeias e
cidades, praças, encruzilhadas, para anunciar que o Reino está próximo. E sua
missão não se extingue na pregação: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos,
purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça
dai!” (Mt 10,8.)
Na abertura
da Gaudium et Spes, a Constituição sobre a Igreja no mundo de hoje, o Concílio
Vaticano II ensinava: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias
do homem de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são
também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos
de Cristo; e não há realidade humana que não encontre eco no seu coração”. (GS,
1.)
É uma distorção
grave imaginar que a mensagem cristã seja algo desencarnado, uma trilha para o
céu, que nada tem a ver com as realidades terrestres. Ao contrário, nosso “céu”
é tecido com o barro nosso de cada dia. Se assim não fosse, o próprio Filho de
Deus não se teria encarnado, trabalhado com as mãos, convivendo asperamente com
nossa humana realidade.
Quando
chegou sua hora, também ele estendeu suas mãos. Deixou-se prender. Deixou-se
crucificar. E nós? Estenderemos nossa mão?