Posted by : Francisco Souza quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Anjos Espíritos Ministradores

ESPÍRITOS MINISTRADORES


"Quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo. ... Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?" (Hb 1.6,7,14)

Anjos constituem uma raridade em nossos púlpitos, por isso estas páginas foram escritas. Além disso, a insistência com que se explora essa temática, especialmente pelos adeptos dessa onda de misticismo que tem invadido as praias dos nossos dias, a ênfase dada pelo movimento da Nova Era, que tem levado às raias do absurdo mais absurdo o assunto do mundo angelical, e a exploração comercial em torno da ingenuidade e das carências emocionais e afetivas do povo, é outro bom motivo para que se reflita biblicamente sobre o tema.

Muita idéia de anjos vem de cartões de Natal, de procissões da Semana Santa, de romances ou da mitologia grega (não fala de um anjinho, Cupido, que lança uma flecha a qual, atingindo alguém, o torna enamorado de outro? Muita idéia vem dessas fontes, e também do Movimento Aquariano colocando no mesmo cesto fadas, duendes, gnomos, ondinas e anjos.

PRIMEIRAS IDÉIAS

Os seguidores da atual onda mística afirmam que se pode incorporar os anjos aos programas de autodesenvolvimento e auto-ajuda, do mesmo modo com fazem com as fadas, os duendes e outros seres míticos. E se é o caso de teremos uma descrição dos anjos de acordo com a Nova Era, dirão eles
o seguinte: "carinha linda, asas, roupas esvoaçantes e halo sobre a cabeça"(1) E completam dizendo que apreciam uma abordagem direta, têm grande senso de humor (gostam de rir, portanto), são felizes, alegres, brincalhões, amigáveis; o tempo não é um dos seus pontos fortes, e, desta maneira, perdem-se em divagações, ou seja, a cabeça dos anjos não funciona muito bem, não têm muita memória.(2) Essas afirmações não se assemelham, nem de longe, a qualquer das descrições ou características dos anjos de acordo com a Bíblia Sagrada. E menos ainda, quando os místicos os confundem com o que chamam de "elementais", e fazem a classificação dos seres no ar, na terra, na água e no fogo:

No ar: fadas e silfos;
na terra: gnomos, duendes, elfos, dríades e ninfas;
na água: ninfas da água, náiades e ondinas;
no fogo: salamandras.(3)

Na verdade, essas esdrúxulas idéias e suas elaborações vêm de uma fonte chamada gnosticismo, movimento filosófico-teológico que já nos primeiros dias da Igreja Cristã deu muito trabalho. E isso porque enfatizava, como enfatiza ainda hoje, a idéia de que os anjos são expressões ou extensões de Deus, e pregam, também, que eram e são intermediários entre os homens e Deus.

Uma coisa é certa: a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, trata esse assunto com muita seriedade, com o máximo de seriedade a ponto de dar a melhor definição de quem sejam os anjos, a qual se encontra em Hebreus 1.14;

"Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?"

Ou como diz a Bíblia na Linguagem de Hoje:

"Então, o que são os anjos? Todos eles são espíritos que servem a Deus e são mandados para ajudar os que vão receber a salvação".

Martinho Lutero, o Reformador, expressou isso parafraseando Hebreus:

"O anjo é uma criatura espiritual sem corpo, criada por Deus para o serviço da Cristandade e da Igreja"(4)

OUTROS CONCEITOS

A palavra anjo não é portuguesa. Na verdade, vem da língua grega através do latim. Em grego, dizem aggelos, daí para o latim angelus e para o português anjo. No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico correspondente é malach.(5) Significam todas elas "aquele-que-traz-mensagem", "aquele-que-é-enviado", "mensageiro". O Pr. Vassílios Constantinides, Diretor nacional da APEC e grego de origem, confirmou-nos o que havia sido lido no dicionário. Disse: "em grego, 'carteiro' é "anjo", "o-que-traz-uma-mensagem". Palavra, portanto, que indica uma função. E, na Bíblia, vemos que Deus envia profetas como seus mensageiros,(6) envia sacerdotes(7), diz que homens enviam outros homens(8). De sorte, que a Bíblia apresenta o fato de que anjos são personalidades com função determinada, ou seja, a de trazer uma mensagem de Deus para nós.

A Bíblia não apresenta qualquer descrição detalhada dos anjos. Eu, na verdade, nunca vi um anjo (apesar de Ariete dizer que estou vivendo com um há 36 anos). A Bíblia menciona sua existência como um fato, mostrando que têm eles uma parte relevante no plano de Deus para o ser humano(9).


Voltando à Carta aos Hebreus: "Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?" (1.14). Quero tomar duas palavras deste texto para servir de base para esta mensagem. Primeiramente, "espírito", e, em seguida, "ministradores".

ESPÍRITOS...

A idéia básica da palavra "espírito", por incrível que possa parecer, vem de "vento, ar". Realmente, tanto na língua hebraica quanto na grega, os vocábulos que se traduzem por "vento, ar, hálito, alento, respiração, fôlego e espírito" são os mesmos. Tanto faz dizer ruach, que é a palavra hebraica, quanto dizer pneuma, que é grega. Sim; o ar é algo muito real, mas não podemos vê-lo a olhos vistos, com perdão da redundância. Podemos? Mas ele é real: sabemos que ele nos circunda, mas não o vemos. Assim são os espíritos, e assim são os anjos: reais, mas não os vemos, puros espíritos. Filon de Alexandria os chamava de "incorpóreos" (apesar de poderem aparecer em certas ocasiões com corpos humanos)(10). Mas a Bíblia prefere chamá-los de "espíritos", como em hebreus 1.14, "espíritos ministradores".

Aprendemos com a Bíblia que são superiores ao ser humano em inteligência, em vontade e em poder (11). Têm personalidade e responsabilidade moral como nós o temos. No entanto, apesar de sua inteligência ser sobre-humana, é limitada. Ou seja, não são oniscientes (só Deus o é), não conhecem o futuro (isso pertence a Deus), não conhecem os segredos de Deus(12). Por causa da vontade livre deles, alguns anjos pecaram, e a Bíblia faz referência a essa Queda de um grupo de anjos(13). O poder dos anjos que é delegado, nos supera em muito conforme tantos testemunhos na Escritura Sagrada(14). Isso quer dizer, então, que os anjos têm todos os elementos essenciais da personalidade, e além dos acima mencionados, possuem sensibilidade, emoções, e são capazes de adorar a Deus com inteligência (Sl 148.2).

E porque o Deus Vivo e Verdadeiro é Deus de ordem e não de confusão(15), os anjos estão organizados em uma hierarquia. E, realmente, amado, quando fazemos o estudo dos anjos, distinguimos três etapas. Primeiramente, o que fala a Bíblia até o Exílio na Babilônia; em seguida, do Exílio ao Novo Testamento, quando veio Jesus e ministrou entre nós; e, por último, o Novo Testamento.

É interessante que do início da História Sagrada até o Exílio (c. 527 a.C.), observamos que não há uma angelologia elaborada. O que temos são narrativas, bem lineares, até. E há uma presença marcante: a de uma figura chamada "o Anjo do Senhor". Vemos no Gênesis, em Êxodo e outros dessa primeira fase, a sua presença ostensiva e marcante.

Do Exílio em diante, a crença, a princípio simples, vai tomar um desenvolvimento muito especial. Existe, inclusive o surgimento de toda uma literatura chamada pelos estudiosos do assunto de intertestamentária, que surgiu entre o último profeta da Antiga Aliança (Malaquias) e o primeiro da Nova Aliança (João, o Batista). Não são anos de tanto silêncio, como geralmente se ensina. Há uma literatura denominada intertestamentária, como já destacado, notadamente encontramos literatura dessa época nos livros de Daniel e Zacarias, livros que mencionam a presença de anjos.

O Novo Testamento, por sua vez, reflete os principais ensinos do Antigo Testamento, e categorias e conceitos da literatura intertestamentária.

Anjos são organizados como um exército. Interessante e bonito isso! No topo estão os arcanjos, anjos comandantes, chefes(16). Menciona em seguida tronos, dominações, principados, potestades, virtudes, que sejam designações hierárquicas dos anjos numa elaboração de um esquema bem organizado (cf. Cl 1.16; Rm 8.38; Ef 1.21).

Paulo, em Efésios 6, coloca essas categorias ou hierarquias no exército do Maligno também (17). Existe o exército de Deus, mas o Maligno tem igualmente o seu com os mesmos princípios: um arcanjo, que é Lúcifer, encontrando-se, do mesmo modo, principados, potestades, dominações, etc. Paulo, mesmo, declara que Jesus Cristo já desarmou e venceu essas forças da malignidade:

"e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz" (Cl 2.14,15).

Na verdade, ainda sentimos os efeitos dessa força maligna porque ainda estamos nesta carne, porque ainda estamos no tempo, mas a Bíblia já declara a vitória do Senhor sobre as forças do Inferno. Jesus cravou na cruz a nossa malignidade, o nosso pecado! Por essa razão, os crentes não podem se desencaminhar pelo culto dos anjos, e Paulo fala disso também nesse mesmo capítulo: "Ninguém atue como árbitro contra vós, afetando humildade ou culto aos anjos, firmando-se em coisas que tenha visto, inchado vãmente pelo seu entendimento carnal" (v.18). Esse culto aos anjos estava sendo levado pelos gnósticos para dentro das igrejas, ensinando que os anjos eram intermediários entre a pessoa e Deus. Está, aliás, retornando com toda força como o faziam os gnósticos dos tempos apostólicos, como influência do platonismo, e das escolas teosóficas que desaguaram no gnosticismo, assim como influência da Cabala. Querem fazer os anjos superiores a Cristo e ao Espírito Santo (Ele que é o nosso guia, e não os anjos(18); querem elevar os anjos a divindades, mesmo que sejam divindades menores, os devas(19).

E os querubins e os serafins? Falamos há pouco sobre a hierarquia, e não foram mencionados. Querubins e serafins não são, a rigor, anjos. Nunca são apresentados na Bíblia como portadores de mensagens. Querubins são símbolos dos atributos divinos. Onde há querubins, o divino está presente ou está perto, razão porque são guardiães do jardim(20), da arca da aliança(21), do trono de Deus(22). Defendem a santidade de Deus de qualquer pecado(23).

E os serafins? A palavra serafim é interessante porque em hebraico o verbo saraph significa "arder, pegar fogo, queimar". O serafim é "aquele-que-queima"; o que queima purifica: é, então, "aquele-que-purifica". São guardiães, também, da santidade do Eterno lembrando o fogo e sua obra de purificação. E, realmente, só aparecem os serafins uma vez em Isaías 6, na visão do profeta, com seis
asas. A propósito, anjo tem asas? Não; a figura das asas em anjos é para mostrar graficamente a presteza, a velocidade com que executam as ordens de Deus. No entanto, não vamos encontrar os mensageiros de Deus com asas em Sodoma, ou guiando Agar no deserto, ou o povo de Deus na peregrinação no deserto. A única menção é a dos serafins, e outra no Apocalipse a respeito de anjos alados(24).


E o arcanjo? Na Bíblia só aparece o nome de um que é Miguel(25). E tem ele sempre papel combativo. Quem é Miguel? Qual a diferença de Miguel para Gabriel? Miguel é aquele que está relacionado a missões guerreiras; é quem comanda as batalhas do Senhor. Então, sempre que lerem ou ouvirem o nome Miguel, lembrem-se que é ele o anjo guerreiro por excelência(26). É o mensageiro da lei e do julgamento(27), e seu próprio nome que é, aliás, uma pergunta retórica, é um grito de batalha e significa "QUEM É COMO DEUS?"e tem como resposta: "Ninguém!" Quem pode ser como Deus? Um hineto muito apreciado em nossas


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