Posted by : Francisco Souza
segunda-feira, 11 de maio de 2015
A Família do Filho Pródigo
Na cultura judaica da época de Jesus, a família era baseada no formato patriarcal. O pai possuía uma imagem muito forte na sociedade. O pai judeu era a figura do pai dono da fazenda, do pai patrão, aquele pai que é senhor da família, todas as decisões giravam em torno dele.
Nenhum dos filhos ousaria questionar sua autoridade, sob pena de ser deserdado, banido do seio familiar e de suas heranças. Além de ser mal visto por toda comunidade vizinha.
Jesus em seus ensinamentos, apresentava Deus como o pai celestial. Isso ia de encontro à imagem do pai "severo" da cultura judaica, pois Jesus tratava com amor todos pecadores.
"E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles."
Lucas 15:1-2
Observando todo capítulo 15 de Lucas, vemos que em resposta a estas murmurações, O mestre começa a contar uma série de parábolas que descrevem o caráter do "pai celeste".
"E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.""E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente." Lucas 15:11-13
ONDE ESTÁ?
RESUMO DA PARÁBOLA
Essa parábola conta a história de um homem que tinha dois
filhos. O filho mais novo resolve pedir ao pai sua parte da herança e vai para
uma terra distante viver sua vida como achava que deveria viver. Nessa terra
distante ele vai gastando cada centavo do seu dinheiro com seus prazeres, até
que todo o seu dinheiro acaba e ele vira quase um mendigo. No momento mais
crítico ele sente atração até pela
lavagem que era dada aos porcos, tamanha era a fome que sentia. Ele, então, se lembra da casa do pai e resolve voltar arrependido. É recebido com muita festa pelo pai e rejeitado pelo seu irmão mais velho.
lavagem que era dada aos porcos, tamanha era a fome que sentia. Ele, então, se lembra da casa do pai e resolve voltar arrependido. É recebido com muita festa pelo pai e rejeitado pelo seu irmão mais velho.
EXPLICAÇÃO
Muitas pessoas não sabem bem o que significa a palavra
pródigo, que aparece normalmente no título que é dado a essa parábola. De
acordo como o dicionário online Michaelis, significa: “Que despende com
excessiva profusão; que desbarata os seus bens; dissipador, esbanjador,
gastador, perdulário.” Essa parábola mostra Deus na figura do Pai. E mostra cada
um de nós ou na figura do irmão mais velho, que rejeita a conversão de seu
irmão, ou na figura do irmão mais novo, que vive uma vida cheia de pecados.
LIÇÕES DA PARÁBOLA
Talvez essa seja uma das parábolas capazes de nos dar o
maior número de lições entre todas, pois é muito rica. Destaco algumas para
nossa edificação:
Deus muitas vezes irá permitir que caiamos em nosso orgulho.
Observe que o pai da parábola, mesmo estando vivo, deu a parte da herança ao
filho mais novo. Ela não era obrigado a fazer isso, poderia inclusive proteger
seu filho, negando-lhe e proibindo que ele fizesse aquela loucura, porém, ele
permitiu, e sabia que seu filho iria sofrer por causa do seu orgulho e
imprudência. Mas o pai tinha seus planos.
Devemos observar que Jesus não diz se o filho mas velho entra ou não na festa, por que isso cabe a nós decidirmos se vamos ficar condenando as pessoas que andam fora dos caminhos de Deus ou vamos ate eles e lhes trazer pra esse caminho.
Deus na figura do pai tem paciência com seus filhos
pecadores. O pai descrito na parábola é muito paciente com o absurdo que o
filho mais novo fez. Ele não estava preocupado com os bens materiais que se
perderam, mas com o crescimento do filho. Esse pai soube esperar o filho
crescer e se arrepender de seus pecados. A paciência de Deus visa dar tempo
para cairmos em si e nos arrependermos dos nossos erros.
Deus nos recebe de braços abertos quando somos humildes e
nos arrependemos. Quando o pai vê a volta de seu filho arrependido, manda
preparar uma festa e declara ao irmão mais velho: “Entretanto, era preciso que
nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e
reviveu, estava perdido e foi achado.” (Lc 15.32)
Como o filho mais velho, muitas vezes focamos no menos
importante ao invés do mais importante.
Observe que o filho mais velho fica extremamente preocupado com sua própria justiça e zelo e com os bens materiais que seu irmão desperdiçou, achando-se superior. Estava tão cego que não conseguia enxergar a conversão de seu irmão, pelo contrário, dá a entender que preferia que seu irmão permanecesse no mundo. “Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lc 15.29-30)
Observe que o filho mais velho fica extremamente preocupado com sua própria justiça e zelo e com os bens materiais que seu irmão desperdiçou, achando-se superior. Estava tão cego que não conseguia enxergar a conversão de seu irmão, pelo contrário, dá a entender que preferia que seu irmão permanecesse no mundo. “Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lc 15.29-30)
Deus ama tanto os seus filhos que já O servem, quando
aqueles que ainda agem contrários à Sua vontade. A parábola do filho pródigo
mostra a grandeza do amor de Deus. Ao filho mais velho, que sempre estava
servindo o pai e buscando fazer a sua vontade, ele diz: “Então, lhe respondeu o
pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” (Lc 15.31). Ao
filho mais novo, diante de uma atitude de arrependimento, o pai age
amorosamente: “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe,
quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.”
(Lc 15.20)