AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
Texto chave: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu
povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim
aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a
visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da
ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe,
haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se
reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas
será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de
vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e
até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará
aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso
até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.”
(Dn 9:24-27) Quando Deus deu a profecia das 70 semanas a Daniel, Israel
estava cativo na Babilônia. No entanto, Deus já tinha anunciado anteriormente,
por meio do profeta Jeremias, que esse cativeiro duraria setenta anos (Jr
25:11-13; 19:10). Esse período de setenta anos estava terminando rapidamente.
CÁLCULO DAS 70 SEMANAS:
Calendário bíblico ou profético:
Mês=30 dias
Ano=360 dias
O ano bíblico ou profético tem uma duração de 360 dias, pois
em Gênesis 7:11 e 8:4 temos "cinco meses" (tempo do dilúvio), e em
Gênesis 7:24 e 8:3, a sua quantidade em
dias = 150 dias. Logo cada mês tem 30 dias.
Portanto, o ano bíblico ou profético tem 12 X 30 = 360 dias.
Em Apocalipse 11:3, 12:6 e 13:5, a expressão 1260 dias
equivale exatamente a 42 meses (42 x 30 =1260) ou seja 3 anos e meio.
É bom lembrar, ainda, que Dn 7:2 fala em 42 meses. Por outro
lado, Dn 12:7 e Ap 12:14,
ambos falam em “... um tempo (1 ano), tempos (2 anos) e metade do tempo (6 meses)” o que equivale a 3
anos (de 360 dias) e meio, ou seja, 1260 dias.
As 70 semanas de Daniel são semanas de anos e não de dias. O
termo semana referindo-se a sete anos era comum entre os judeus. O termo vem da
ordem de Deus em Levítico 25:1-8 para cultivar um campo por seis anos,
permitindo que descanse no sétimo ano. Esse período de sete anos veio a ser
conhecido como “semana de anos” (ver também: Gn 29:27; Lv 25:8; Ez 4:5-6 e Dn
9:2, 24).
“Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos;
de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.”
(Lv 25:8)
Total de anos: 70 (semanas) x 7 (anos) = 490 anos, com um
total de 176.400 dias (no
calendário bíblico ou profético).
Semanas que já se cumpriram: 69 semanas
Quantidade de anos das 69 semanas: 69 x 7 = 483 anos.
Quantidade de dias das 69 semanas: 483 x 360 = 173880 dias.
INÍCIO DAS 69 SEMANAS: (7 semanas + 62 semanas) = 483 anos
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e
para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e
sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos
angustiosos.” (Dn 9:25)
“Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei
Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao
rei; porém eu nunca estivera triste diante dele.” (Ne 2:1)
No mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes = Março de
445 a.C.
7 SEMANAS = 49 anos (É o período da reconstrução dos muros
de Jerusalém)
Esse primeiro período tem duração de 7 semanas (= 49 anos),
que se inicia com o decreto para a reconstrução dos muros de Jerusalém. Tendo
começado em 445 a. C., culminou em 396 a. C., exatamente 49 anos, conforme
profetizado.
A história registra que o rei medo-persa Artaxerxes emitiu o
decreto autorizando a reconstrução, em 14 de março de 445 a. C.
Se você estudar o livro de Neemias, verá o relato da
migração dos judeus para reconstruírem os muros de Jerusalém após esse decreto.
Neemias assumiu a liderança dos esforços para a reconstrução,
que foi realizada
com tantas dificuldades e sob tantas ameaças dos inimigos, que os construtores
carregavam espadas na cintura enquanto trabalhavam na reedificação dos muros.
Decreto para reedificar os muros de Jerusalém: “Sucedeu,
pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho
diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao rei; porém eu nunca estivera triste
diante dele. E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás
doente? Não é isto senão tristeza de coração; então temi sobremaneira. E disse
ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a
cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas
as suas portas a fogo? E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus
dos céus, e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em
tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus
pais, para que eu a reedifique. Então o rei me disse, estando a rainha
assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve
ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo. Disse mais ao rei: Se ao rei
parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me
permitam passar até que chegue a Judá. Como também uma carta para Asafe, guarda
da floresta do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da
casa, para o muro da cidade e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei
mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim.” (Ne 2:1-8).
Foi um período difícil onde encontraram oposição de
Sambalate e Tobias e tiveram de trabalhar armados, pois a qualquer momento
podiam ser atacados.
“E sucedeu que, desde aquele dia, metade dos meus servos
trabalhava na obra, e metade deles tinha as lanças, os escudos, os arcos e as
couraças; e os líderes estavam por detrás de toda a casa de Judá. Os que
edificavam o muro, os que traziam as cargas e os que carregavam, cada um com
uma das mãos fazia a obra e na outra tinha as armas. E os edificadores cada um
trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam; e o que tocava a trombeta
estava junto comigo. E disse eu aos nobres, aos magistrados e ao restante do
povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos
outros. No lugar onde ouvirdes o som da buzina, ali vos ajuntareis conosco; o
nosso Deus pelejará por nós. Assim trabalhávamos na obra; e metade deles tinha
as lanças desde a subida da alva até ao sair das estrelas. Também naquele tempo
disse ao povo: Cada um com o seu servo fique em Jerusalém, para que à noite nos
sirvam de guarda, e de dia na obra. E nem eu, nem meus irmãos, nem meus servos,
nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um
tinha suas armas e água.” (Ne 4:16-23).
Porém Neemias confiava em Deus, sabia que o Senhor estava
com eles e completaram a reconstrução dos muros. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do
mês de Elul; em cinqüenta e dois dias. E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos
inimigos, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito
a seus próprios olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra.”
(Ne 6:15-16).
62 SEMANAS = 434 anos
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e
para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e
sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos
angustiosos” (Dn 9:25). Este período de 434 anos foi de 396 a. C. (quando
terminaram a reconstrução dos muros de Jerusalém) até 32 d. C. (data da entrada
triunfal de Jesus em Jerusalém, quando Ele foi aclamado Rei).
“E, quando já chegava perto da descida do Monte das
Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar
louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo:
Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas. E
disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus
discípulos”. (Lc 19:37-39) A profecia de Daniel estipulava que o Messias seria
apresentado a Israel e que seria morto após a passagem de 69 semanas de anos (7
+ 62 semanas= 483 anos ou 173.880 dias).
Portanto, podemos esperar que 173.880 dias após o período
inicial dado na profecia (Março de 445 a. C.), o Messias se apresentaria a
Israel como o Rei.
No ponto exato na história, Israel podia esperar que o
Messias se apresentasse. Que grande notícia!
Isso significava que Israel não poderia deixar de reconhecer
o Messias! Tudo o que os israelitas precisavam fazer era contar, acompanhar os
eventos daqueles dias que se desdobravam e conhecer essa profecia. Jesus tinha todo o direito de esperar que as pessoas
soubessem quando Ele apareceria, pois esse segredo precioso tinha sido revelado
ao profeta Daniel mais de 500 anos antes. Vemos Jesus chorando pelo povo de
Jerusalém, pois não o reconheceram como o Messias:
“E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz
pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre
ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te
estreitarão de todos os lados; e te derrubarão, a ti e aos teus filhos que
dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não
conheceste o tempo da tua visitação”. (Lc 19:41-44).
Logo após, Ele foi crucificado e morto (“cortado”):
“E depois das sessenta e duas semanas será cortado o
Messias, mas não para si mesmo...” (Dn 9:26a)
FINAL DAS 69 SEMANAS (= 483 anos judaicos ou 173.880 dias) =
Crucificação de Jesus Cristo
“Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo
da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do
meu povo ele foi atingido.” (Is 53:8).
Calculando o final das 69 semanas:
(173.880 dia)
“Os estudiosos mais conservadores compreendem que Dn 9:26a
refere-se a Jesus Cristo, não no seu nascimento, mas em sua apresentação como o
Príncipe, o Messias.
Existem dois eventos na vida de Cristo em que Ele foi
apresentado oficialmente. Um foi no seu batismo e o outro foi quando entrou
triunfantemente em Jerusalém. Esse último evento tornou-se conhecido como
Domingo de Ramos. Quando ocorreu? O Messias Jesus veio a Jerusalém na Páscoa,
em 6 de Abril de 32 d. C.
- Quando contamos de 14 de Março de 445 a. C. até 6 de Abril
de 32 d. C., temos 477 anos e 24 dias. No entanto, precisamos deduzir um ano
porque há somente um ano entre 1 a. C. e 1 d. C. Isso nos dá 476 anos e 24
dias, ou 173.764 dias.
- Em seguida, precisamos adicionar 119 dias referentes aos
anos bissextos durante esse período de 476 anos (476 dividido por 4). Agora,
temos 173.883 dias.
- No entanto, existe uma pequena imprecisão no calendário
juliano quando comparado com o ano solar. O Observatório Real de Londres
calcula que um ano juliano é 1/128 dias mais longo que o ano judaico solar.
[Nota: É por esse motivo que os anos terminados em 00 não são bissextos, exceto
quando divisíveis por 400]. Quando multiplicamos 476 por 1/128, temos 3 dias.
Subtraindo 3 do valor acima, chegamos a 173.880 dias”.
Portanto, existem exatamente 69 Semanas de Anos (173.880
dias) entre o decreto do rei Artaxerxes, que permitiu a reconstrução de
Jerusalém, em 14 de Março de
445 a. C., até o Domingo de Ramos, em 6 de abril de 32 d. C.!!
Deus anunciou o dia exato em que o Messias se apresentaria a
Israel como seu Rei!
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