Esclarecimento da Libertade Cristã
A liberdade cristã foi totalmente esclarecida pelo Espírito
Santo, depois da ressurreição de Jesus. Até então, os discípulos continuavam na
prática da Lei.Jesus não pregou abertamente a liberdade cristã aos discípulos,
porque na época eles não tinham condição de entendê-la, por dois motivos: Primeiro,
porque o Espírito Santo ainda não tinha sido derramado sobre eles (Jo 7.39), e
as coisas de Deus só se entendem espiritualmente: “Ora, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhes parece loucura; enão pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14)segundo,
porque o próprio Jesus era guardador da Lei, como:circuncisão, dízimos, guarda
de dias meses e anos etc.
Pois a missão de Jesus era a prática da
Lei,cumprindo-a em nosso lugar. Por isto, Ele afirma:“
Não cuideis que vim
destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir ” (Mt5.17).Gálatas
4.4, diz que Jesus foi nascido sob aLei.Em Lucas, 2.21-24, foi apresentado
ao oitavo dia, circuncidado, dada a oferta (um par de rolas), segundo o que está
escrito na Lei de Moisés.Romanos 15.8, diz que Ele foi ministro da circuncisão,
por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos
pais.
Por este motivo, momentaneamente, os discípulos não tinham condição de
entender a liberdade cristã. Até
então, continuavam na prática da Lei mosaica.
Por essa razão é que nosábado do sepultamento de Jesus, as mulheres não levaram
as especiarias para a unção do Seu corpo,conforme está escrito: “
E, voltando elas,
prepa-raram especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o
mandamento” Lucas 6:23
A missão do ensinamento da liberdade cristã, Jesus deixou
para o Espírito Santo, assim que fosse derramado; motivo este que levou Jesus a
declarar: “
Tenho muito que vos dizer, mas vósnão podeis suportar agora,
mas, quando vier o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda averdade” (Jo
16.12-13).Em verdade, este fato concretizou-se após aressurreição de Jesus,
quando os discípulos, aoreceberem o Espírito Santo, começaram a ser
esclarecidos de toda a verdade do Evangelho e,automaticamente, da liberdade
cristã.
Um dos registros desta história encontramosclaramente no capítulo 15,
versículos 1 ao 32 de Atos dos Apóstolos; pois famosa foi a questão daIgreja
naquela época de admitir ou não os gentiosà fé cristã; porque os gentios não
eram praticantesda Lei (provavelmente não eram dizimistas), e emos admitindo,
se deveriam ou não ser submetidosà prática da Lei mosaica. Então, convocaram
umagrande assembléia para debaterem este assunto. Alibertação dos cristãos em
relação ao jugo daservidão da Lei (inclusive da prática do dízimo)foi,
inicialmente, o polêmico tema da assembléia.Porém logo foram esclarecidos, pelo
EspíritoSanto, que deveriam recebê-los na Igreja atravésdo batismo com base na
sua fé, sem submetê-los à prática da Lei.Finalmente foram ensinados, pelo
EspíritoSanto, que seria uma tentação a Deus colocaremesse jugo sobre a cerviz
dos discípulos (At 15.10).Foi quando decidiram enviar uma carta às congregações
dos gentios convertidos a Cristo,dizendo:(Atos 15.24-29)
Portanto ouvimos que
alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as
vossas almas, dizendo quedáveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo
nós dado mandamento,
25 Pareceu-nos bem, reunidos concorde-mente, eleger alguns
homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
26 Homens que já
expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
27 Enviamos,
portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas
coisas.
28 Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29 Que vos abstenhais das coisas
sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição,
das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá. Confirmaram-se assim
as Palavras de Jesus,em João 16.12-13 (citadas acima), que diziam:“Tenho muito
que vos dizer, mas, vós não podeis suportar agora, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade
”. Isto nos ajuda a esclarecer, na questão do estudo, que o
Espírito Santo desaprova a doutrinado dízimo no cristianismo.
O cristão não deve
aceitar, de obreiro algum, a imposição da guarda de nenhuma lei,quando a mesma
não proceder da vontade de Deus. Paulo, comentando sobre a liberdade cristã,instrui
os coríntios, dizendo: “ Fostes comprados por bom preço, não vos façais servos
dos homens” (1 Co 7.23).E aos colossenses, ele diz: “
Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por
meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo o
rudimento do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8).Existem obreiros nos
nossos
dias, agindo deforma gananciosa, querendo dominar o rebanho de Deus com o desejo
enganoso do seu coração,como se tivessem domínio próprio sobre a Igreja de Deus.
Essa atitude tem causado prejuízos à obra de Deus, e sem dúvida, tal
procedimento é reprovado pelo Espírito Santo.O apóstolo Pedro adverte os
obreiros da Igreja de Deus, com as seguintes palavras:“ Apascentai o rebanho de
Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força,mas voluntariamente;
nem por torpe ganância, mas deânimo pronto;nem como tendo domínio sobre a herança
de Deus,mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2-3)
Já aprendemos acima, com o exemplo da história da Igreja
primitiva, registrado em Atos15.10, que os discípulos foram ensinados
pelo Espírito Santo, que, pôr sobre a cerviz dos cristãos, jugo desta natureza, é
tentar a Deus.Tentar a Deus, nesse caso, quer dizer: exigir dos cristãos a
prática de ordenanças que são contra a vontade de Deus, as quais não se
enquadram na doutrina cristã, como é o caso da cobrança do dízimo.Porque se o
Espírito Santo nos ensina que o mandamento de contribuição financeira para
o cristianismo vem pela lei da liberdade, sem dúvida, o percentual de 10%, ou
outro percentual qualquer, preestabelecido pela letra ou por determinação de
obreiros, não é nada mais nada menos do que puro mandamento carnal, para novamente submeter o povo de Deus ao jugo das servidão. Mas, a orientação
bíblica é para que nenhum cristão troque a sua liberdade espiritual pela
maldição da servidão da Lei: “
Estais, pois, firmes
na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do
jugo da servidão” (Gl 5.1).Cristo nos libertou da maldição da Lei;contudo os
homens querem novamente submeter a Igreja de Deus ao jugo dessa servidão. Não conhecendo a justiça de Deus, querem estabelecer a sua própria justiça (Rm
10.3).
Muitos pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas não fazem
disto uma prática real nas suas vidas e nem nas suas constantes pregações,
pois se contradizem ao dizer que aquele que não cumpreo percentual de 10% (o
dízimo) é amaldiçoado e está roubando a Deus. Com essa atitude
legalista,demonstram ser insensíveis à integridade da própria GRAÇA que pregam.
Com os lábios pregam a salvação pela GRAÇA, mas com o coração praticam
ordenança da Lei.O cumprimento do dízimo só teve validade espiritual em épocas
anteriores ao Novo Testamento,ou seja, na dispensação da Lei, antes da Lei
(nos tempos de Abraão), porque nessas épocas, a salvação pela GRAÇA DE CRISTO
ainda não estava em prática. Motivo esse que levou Abraão a praticar obras
tais, como: circuncisão, sacrifícios de animais,dízimo, etc., as quais não se
enquadram na verdadeira prática cristã; porém, podemos afirmar,com absoluta
certeza espiritual, que, se Abraão vivesse na época do cristianismo, não
praticaria tais obras
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