Posted by : Francisco Souza
segunda-feira, 6 de março de 2017
A Inerrância da Bíblia
Inerrância significa que a Bíblia não tem erros. Esse
conceito é constantemente atacado e o combate a ele
ou não tem estabelecido uma linha divisória entre os
evangélicos.
A – A IMPORTÂNCIA DA INERRÂNCIA
1) Inerrância declarada
Não é possível crer na Bíblia sem crer na inerrância total.
Crer que ela pode ter erros é torná-la
totalmente indigna de confiança, já que não é possível
estabelecer até aonde os erros chegariam.
Matérias como Cristologia e Soteriologia perderiam a
credibilidade por falta de certeza d e que a Bíblia as expõe corretamente. Não importa que tamanho sejam os
“erros” da Bíblia. O menor deles faz com que as doutrinas bíblicas entrem em colapso. Algumas
consequências disso seriam:
a) Visão liberal da seriedade do adultério;
b) Visão liberal da seriedade do homossexualismo;
c) Visão liberal do divórcio e do novo casamento;
d) Reinterpretação “cultural” de alguns ensinos da Bíblia
(ex.: submissão da mulher, obediência
civil e sexo antes do casamento);
e) Tendência a encarar a Bíblia pela óptica da psicologia
moderna.
2) Inerrância diluída
Para muitos, brigar pela inerrância da Bíblia é fazer uma
tempestade em um copo de água. Esses
dizem que a Bíblia não fala claramente sobre sua inerrância.
Contudo, para fazerem tal afirmação, eles teriam de mostrar que ela também não ensina isso de modo
claro.
O fato de a Bíblia não falar sobre a inerrância usando esse
termo, não quer dizer que essa verdade não
seja exposta pela Bíblia. È como a doutrina da Trindade, a
qual não é apoiada por um texto sequer que contenha a palavra “Trindade” e, nem por isso, é menos
verdadeira e bíblica. Do mesmo modo, Jesus nunca disse: “eu sou Deus”, contudo a evidência bíblica
atesta sua divindade.
Esse tipo de exigência de só se crer se houver um versículo
que, com todas as letras, exponha e
encerre a questão, não é o meio correto de interpretação das
Escrituras. Usando esse critério, seria
válido dizer que o time vencedor de um torneio não é campeão
porque perdeu uma partida no decorrer do campeonato para a equipe que ficou em último lugar.
Outro ataque contra a inerrância é dizer que ela é uma
doutrina nova e que a igreja nunca se
preocupou com isso no passado. A inerrância, na verdade, foi
defendida por pessoas como Jesus (Jo
10.35) e Paulo (2Tm 3.16). Sem falar de homens de Deus que a
defenderam de modo veemente:
a) Agostinho (354-430) afirmou: “As consequências mais
desastrosas devem seguir-se à crença
de que existe algo falso no livro sagrado.
Isso equivale a dizer que os homens por meio dos
Isso equivale a dizer que os homens por meio dos
quais as Escrituras chegaram até nós, encarregados de
colocá-las por escrito, registraram algo
falso nesses livros. Se nesse sagrado santuário de
autoridade se admitir a possibilidade de
haver uma só declaração falsa, não restará uma única
sentença desses livros que, parecendo a
alguém difícil de praticar ou de nela crer, não possa ser
explicada pela mesma regra fatal como
uma afirmação na qual o autor, intencionalmente, declarou o
que não era verdade” (Epístola).
b) Tomás de Aquino (1224-1274): “Nenhuma falsidade pode
fundamentar o sentido literal das
Escrituras” (Suma Teológica).
c) Lutero: “As Escrituras jamais erraram”.
d) John Wesley: “Se existe qualquer erro na Bíblia, bem
poderiam existir mil deles. Se existe uma
só falsidade naquele Livro, não proveio do Deus da verdade”.
B – O SIGNIFICADO DA INERRÂNCIA
A inerrância significa que tudo que a Bíblia ensina e
apresenta é verdadeiro, podendo incluir
aproximações, citações livres, linguagem figurada e
narrativas diferentes do mesmo evento desde que
não se contradigam.
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É claro que essa forma complexa de se transmitir a verdade
cria diversas “aparentes” dificuldades, sem contudo, apresentar erros. Alguns exemplos são:
a) 1Co 10.8 diz que 23 mil morreram em um só dia e Nm 25.9
afirma que foram 24 mil, sem incluir
a restrição “em um só dia”;
b) Linguagem figurada como “nascer” e “pôr do Sol”. Apesar
de não condizer com o que a ciência
já descobriu, sãos expressões corretas da observação humana
e linguagem corriqueira ainda
hoje;
c) Mc 10.46-52 e Lc 18.35-43 contam que Jesus curou um cego
em Jericó, enquanto Mt 20.29-34
diz que eram dois cegos. Na verdade havia dois cegos, mas
Marcos e Lucas contaram a
história de um deles, Bartimeu. O entendimento do tipo de linguagem usado e o propósito do
autor devem ser levados em conta. Caso
contrário, teremos dificuldades de conciliar textos como o
de Mt 4.4, que diz que o homem deve viver das palavras que procedem da boca de Deus, em comparação com
2Tm 3.16, que diz que toda a
Escritura é inspirada por Deus.
C – A INERRÂNCIA NOS ENSINOS DE CRISTO
1) As evidências de ‘Mt 4.1-11’
a) Jesus disse, referindo-se às Escrituras, que o homem
deveria viver de “toda palavra” que sai da
boca de Deus (v.4 cf. Dt 8.3);b) Quando Satanás citou o Sl 91.11-12, ele omitiu uma parte
do v.11 que muda completamente o
sentido do texto, mostrando que a ideia não era a de que
Deus protege de riscos
desnecessários e descabidos. Jesus respondeu que fazer uso
do texto desse modo era tentar a
Deus, já que o homem deve viver de “toda palavra” que
procede de Deus; e
c) A resposta de Jesus a Satanás foi: “Está escrito”
(vv.4,7,10).
2) As evidências do ‘Antigo Testamento’ usadas por Cristo
a) Jesus reconheceu que Adão e Eva eram pessoas reais,
criadas por Deus, e agiram de
maneiras específicas (Mt 19.3-5; Mc 10.6-8);
b) Creu serem verdadeiros os eventos envolvendo os dias de
Noé (Mt 24.38-39; e Lc 17.26-27);
c) Confirmou a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra e
a historicidade de Ló e da sua
esposa (Mt 10.15; Lc 17.28-29); e
d) Aceitou como verdadeira a história de Jonas e o peixe (Mt
12.40) e a historicidade de Isaías (Mt
12.17), Elias (Mt 17.11-12), Daniel (Mt 24.15), Abel (Mt
23.35), Zacarias (Mt 23.35), Abiatar (Mc
2.26), Davi (Mt 22.45), Moisés e seus escritos (Mt 8.4; Jo
5.46), Abraão, Isaque e Jacó (Mt
8.11; Jo 8.39).3) A evidência de ‘Mt 5.17-18’
O termo “a Lei e os profetas” envolvia todo o Antigo
Testamento. Jesus disse que ele jamais passaria, sem que se cumprisse nem mesmo um “i” ou um “til” (ARA) ou a
“menor letra” ou “traço” (NVI). Ao dizer isso, Jesus se referiu ao yod, a menor letra do alfabeto hebraico.
Também se referiu ao que é chamado de “til” ou“traço”, que é um pequeno sinal gráfico que diferencia
letras hebraicas muito parecidas como o beit e o kaf ou o dalet e o resh. Isso demonstra a confiança que Jesus
tinha em cada palavra das Escrituras.
4) A evidência de ‘Jo 10.31-38’
Depois de afirmar sua divindade (Jo 10.30), os judeus se
enfureceram e quiseram apedrejá-lo. Jesus os dissuadiu dessa ideia citando o Salmo 82, ao qual chamou de
Lei. Disse que se aos homens foi atribuído o termo “deuses”, devido à alta posição a eles concedida, era
correto que ele usasse o mesmo termo para si devido à unidade que tinha com o Pai. O interessante é que
essa argumentação não se apoiou em livros ou capítulos da Bíblia, mas em uma palavra: Elohim, que
significa “Deus”.
Isso mostra, mais uma vez, que Jesus cria na inspiração de
cada palavra, mesmo as que estão presentes em um salmo que não é nem famoso, nem fundamental no Antigo
Testamento. Jesus, ao citá-lo, ainda afirmou que “a Escritura não pode falhar” (v.35).
5) A evidência de ‘Mt 22.23-33’
Jesus expôs o erro dos saduceus de crer no Pentateuco, mas
não nos anjos e na ressurreição. Acusou-os de errarem por não conhecerem nem as Escrituras, nem o poder
de Deus (v.29). Jesus disse que a
pergunta que fizeram era irrelevante, pois no céu seremos
como “anjos”, os quais não se casam (v.30). Também citou o texto de Ex 3.6 para provar que há vida após
a morte, mostrando que foi dito a Moisés que Deus era Deus de Abraão, Isaque e Jacó mesmo que eles
tivessem morrido muitos anos antes.
6) A evidência de ‘Mt 22.41-46’
Em primeiro lugar, Jesus disse que Davi falou “pelo
Espírito” (v.43), demonstrando sua convicção na
inspiração das mínimas palavras. Foi apoiado em uma mínima
palavra que ele provou que o Messias não era apenas “filho de Davi”, mas também o “Deus de Davi”. Ele
se apoiou na palavra “meu” (“disse o SENHOR ao meu Senhor”). A divindade de Jesus foi apoiada
nessa pequena palavra, pois Jesus tinha
convicção de que cada uma delas vinha de Deus.
D – PASSAGENS PROBLEMÁTICAS
A Bíblia tem algumas dificuldades. Elas, na verdade, não
constituem erros, mas “aparentes”
discrepâncias que são solucionadas quando analisadas com
cuidado. Também lembramos que cremos
na inspiração da mesma forma que cremos na divindade: pela
fé. Mesmo quando os homens tentam
provar que Deus não existe, nossa fé fica inabalada. Do
mesmo modo, diante de dificuldades na Bíblia
nossa fé mantém nosso conceito sobre a inerrância, pois
cremos que as Escrituras nos foram dadas
por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.21).
1) As ‘duas narrativas’ da criação
Enquanto Gn 1.11-12 diz que as plantas foram criadas no
terceiro dia, Gn 2.5 dá a entender que não havia plantas antes da criação do homem, o que só ocorreu no sexto
dia. Na verdade, Gn 2.5 não fala de todo tipo de planta, mas das que precisam ser “lavradas” ou
“cultivadas” pelo homem, de modo que Gn 2.5 é um complemento do que foi dito em Gn 1.11-12. Do mesmo modo,
foi dito em Gn 1.27 que Deus criou “homem e mulher”, cujos eventos depois foram detalhados no relato
de Gn 2.18-23.
2) A esposa de Caim
A pergunta é: se só existia a família de Adão, onde Caim
encontrou sua esposa? A resposta está no texto de Gn 5.4 que diz que Adão gerou filhos e filhas. A esposa
de Caim, assim como a de Sete, foi uma das suas irmãs. Tal casamento não gerou nenhum tipo de anomalia
(como é arriscado acontecer hoje) porque os genes defeituosos que produzem esses tipos de mal não
estavam presentes na criação de Deus. Antes de ficarmos chocados com isso, devemos lembrar que
esse tipo de casamento voltou a acontecer depois do dilúvio entre os netos de Noé, quando o casamento
de parentesco mais distante possível era entre primos. O próprio Abraão se casou com sua “meio-irmã”
(Gn 20.12). Só mais adiante Deus proibium esse tipo de relação (Lv 18.6).
3) ‘Nm 25.9’ Moisés disse que a praga que seguiu a adoração de Israel a
Baal-Peor matou 24 mil pessoas, enquanto
Paulo diz que foram 23 mil (1Co 10.8). A diferença dos dois
relatos está no fato de Paulo dizer que 23 mil morreram “em um só dia”. As outras mortes provavelmente
ocorreram depois. Outra possibilidade que não afeta a inerrância seria o arredondamento por parte dos dois
autores, assim como nós fazemos ao nos
referirmos a uma viagem de 1.500 quilômetros, quando, na
verdade, a distância correta era de 1.523
quilômetros. 22
4) Quem fez Davi contar os israelitas? (‘2Sm 24.1’; ‘1Cr
21.1’)
Um texto diz que foi Deus e outro diz que foi Satanás. Na
verdade, Deus, soberanamente, usou Satanás para cumprir seu plano do mesmo modo que o fez para manter a
humildade de Paulo por intermédio do “espinho na carne”, o qual Paulo chamou de “mensageiro de
Satanás” (2Co 12.7).
5) Quem matou Golias? (‘2Sm 21.19’; ‘1Sm 17.50’)
Quem matou Golias foi Davi ou Elanã? Nesse caso, o problema
é de cópia. Comparando com 1Cr 20.5, percebemos que o copista errou ao copiar 2Sm 21.19, cuja
provável mensagem seria: “E Elanã, filho de Jair (ou Jaaré-tecelão), feliu a Lami, irmão de Golias”.
6) Certos números apresentados em ‘2Sm 24’ e ‘1Cr 21’
a) O texto de 2Sm 24.9 registra 800 mil em Israel e 500 mil
em Judá, enquanto 1Cr 21.5 apresenta
1,1 milhão em Israel e 470 mil em Judá. No registro de 2Sm
24, o número não inclui o exército
permanente de 288 mil (1Cr 27.1-15), nem os 12 mil
especificamente destacados para
Jerusalém (2Cr 1.14), que, somados aos 800 mil, dá exatos
1,1 milhão. Já os 470 mil de 1Cr 21
não incluem os 30 mil do exército permanente de Judá (2Sm
6.1);
b) O de castigo pela contagem é de 7 anos em 2Sm 24.13 e de
3 anos em 1Cr 21.12. Esse é mais
um erro de cópia. Isso se deve à semelhança entre as letras
hebraicas usadas para grafar os
números 3 e 7. O correto é que eram 3 anos e, por causa
disso, a versão NVI traduz 1Cr 21
desse modo.
7) As medidas de ‘2Cr 4.2’
As medidas do mar de fundição não batem, pois diz que o
diâmetro dele era de 450 cm. Porém, quando diz que a circunferência era de 13,5 m, percebemos que essa não
é a circunferência de um círculo cujo
diâmetro mede 450 cm, mas sim, 430 cm. Há uma discrepância
de 20 cm. Entretanto, o v. 5 desfaz essa impressão ao dizer que a espessura da borda era de 10 cm. Ou
seja, o mar de bronze de circunferência interna de 13,5 m, cujo diâmetro era de 430 cm, tinha de
diâmetro “total”, incluindo 20 cm da espessura das
duas bordas externas, exatos 450 cm.
8) Levar o bordão (‘Mc 6.8; Lc 9.3’)
Jesus permitiu ou não levar o cajado? Na verdade, Jesus
permitiu que os discípulos levassem um cajado que possuíssem. Contudo, caso não tivessem, não deveriam
levar um na viagem. Chegamos a essa conclusão ao observar Mt 10.9-10, que diz que tais coisas
não deveriam ser “adquiridas” para a viagem, não que não pudessem ser usadas. É o caso de não poder levar
duas sandálias, podendo, contudo, levar uma: a que ia no pé. A intenção de Jesus era que os
discípulos “não fizessem provisão especial para essa missão”.
9) A semente de mostarda (‘Mt 13.32’)
Jesus disse que a semente de mostarda era a menor das
sementes. Porém, sabe-se que há sementes
menores. Mas, quando Jesus falou isso, disse que era a
semente “que um homem plantou no seu campo”. Fica claro que Jesus apelou para a experiência dos judeus,
que, das espécies cultivadas, tinha a mostarda como o exemplar de menor semente.
10) Os cegos de Jericó (‘Mt 20.29-34’; ‘Mc 10.46-52’; ‘Lc
18.35-43’)
Eram um ou dois cegos? Como já vimos, eram dois e Mateus
está certo em sua afirmação. Porém, Lucas e Marcos se concentraram em um só deles. O motivo disso é que,
provavelmente, ele era muito
conhecido e isso justifica eles terem citado seu nome: Barjesus.
11) O pai de Zacarias (‘Mt 23.35’)
Zacarias era filho de Beraquias (Zc 1.1) ou de Joiada (2Cr
24.20)? Na verdade, esses dois Zacarias são pessoas diferentes. O Zacarias de 2Cr 24.20-21 viveu antes
do cativeiro babilônico e foi apedrejado. O outro Zacarias é o profeta autor do livro que leva seu nome.
Ele viveu no período posterior ao exílio e era filho de um homem chamado Beraquias. Apesar de as Escrituras
não falarem que ele foi martirizado, esse é
a quem, provavelmente, Jesus se referiu, citando
corretamente o nome do seu pai e usando um profeta dos tempos do encerramento do AT, traçando uma linha do início
ao fim da história registrada no AT ao dizer “de Abel a Zacarias”.
12) Zacarias ‘versus’ Jeremias (‘Mt 27.9-10’)
Mateus cita Jeremias a respeito de um texto que encontramos
em Zc 11.12-13. Esse pode, tanto ser um erro de cópia, como um modo de os judeus pós-exílio se
referirem às Escrituras. Jeremias é o primeiro livro
do Talmude Babilônico e o profeta era proeminente na mente
dos judeus dos tempos de Jesus (Mt 16.14). Assim, Mateus pode ter se referido às Escrituras citando
Jeremias, além de ter em mente os eventos
relacionados à casa do oleiro registrados em Jr 18 e 19.
13) Isaías ‘versus’ Malaquias (‘Mc 1.2-3’)
Marcos cita um texto de Malaquias dizendo ser de Isaías.
Provavelmente, Marcos usa Isaías com a intenção
de associá-lo não àquele texto em particular, mas ao assunto
como um todo que era a pessoa de Cristo, a
quem ele acabara de mencionar. Nesse caso, o profeta Isaías
é notável, pois fala muito do Messias,
principalmente em Is 53, texto esse conhecido como “o servo
sofredor”. Devemos lembrar que a óptica sob
a qual Marcos apresenta Jesus em seu Evangelho é a de Jesus
como “servo”.
14) Abiatar ‘versus’ Aimeleque (‘Mc 2.26’)
Marcos diz que Davi comeu os pães da proposição nos dias de
Abiatar, mas 1Sm 21.1-6 diz que o sumo sacerdote era Aimeleque, pai de Abiatar (1Sm 22.20).
Contudo, Jesus não se referiu a Abiatar como sendo o sumo sacerdote, mas disse “nos dias de Abiatar”. Na
sequência do relato histórico, Saul mandou matar
Aimeleque e os seus, mas Abiatar conseguiu sobreviver,
tornando-se sumo sacerdote durante todo o
reinado de Davi, sendo deposto apenas no início do reinado
de Salomão (1Rs 2.27). Assim, o fato histórico em questão realmente aconteceu “nos dias de Abiatar” e não
necessariamente enquanto ele exercia o sumo sacerdócio.
15) A morte de Judas
At 1.8 diz que Judas “precipitou-se, rompendo-se pelo meio,
e todas as suas entranhas se derramaram”, enquanto Mt 27.5 diz que ele “foi enforcar-se”. Os dois
relatos se completam. Judas tentou se enforcar e, devido a algum imprevisto como a ruptura da corda ou do
galho, ele caiu de um lugar alto, o que causou os
danos citados em At 1.8.
16) Problemas em ‘At 7’ Atos 7 apresenta um discurso de Estevão ao Sinédrio que
apresenta algumas dificuldades. Nesse caso, mesmo que Estevão tivesse errado, Lucas registrou
corretamente suas palavras. Contudo, as dificuldades apresentadas no discurso de Estevão não precisam
necessariamente estar erradas.
Em At 7.6, Estevão diz que o cativeiro durou 400 anos (assim
como Gn 15.13), enquanto Ex 12.40
menciona 430 anos. Se observarmos bem, o texto de Ex 12.40
diz que o povo “habitou” no Egito por 430 anos. Estevão, por sua vez, falou que a “escravidão” durou
400 anos.
Outro problema está em At 7.14 onde Estevão diz que a
família de Jacó tinha 75 pessoas, enquanto Gn46.27 diz que eram 70. Estevão deve ter se referido ao texto
da Septuaginta, o qual registra, em Ex 1.5, o número de 75 pessoas, o que inclui o filho e o neto de
Manassés e dois filhos e um neto de Efraim.