Posted by : Francisco Souza quinta-feira, 7 de setembro de 2017

As Missões do Apóstolo Paulo


Sabemos que o conceito teológico de Missões é tríplice: a igreja tem uma missão de adorar a Deus em espírito em verdade; tem uma incumbência de edificar a si própria; e tem a grande comissão de evangelizar o mundo. Como referencial de obreiro que Paulo foi, atuou nessas três obras. Entretanto, vamos delimitar a prática missiológica paulina somente às suas heróicas viagens missionárias.
O ambiente de trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o Império Romano.
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Antes propriamente de entrarmos em suas viagens, é interessante ter em mente a cronologia da vida do Apóstolo aos gentios. Vejamos:

5 d.C. Nascimento em Tarso, da Cilícia
20-26 Estudos em Jerusalém
26-32 Estudos em Tarso
32-37 Conversão na estrada de Damasco, Atos 9
37-39 Viagem pela Arábia. Gl. 1
35-43 Prega em Tarso e noutros lugares da Cilícia, Atos 9 e Gálatas 1.
43-44 Prega com Barnabé em Antioquia, Atos 11
44-45 Viagem a Jerusalém, durante a fome, Atos 11
45-47 Primeira viagem missionária, Atos 13-14
47-49 Reside em Antioquia da Síria, Atos 11
49 Faz-se presente ao concílio de Jerusalém. Atos 15
49-51 Segunda viagem missionária, Atos 15-18
51-56 Terceira viagem missionária, Atos 18-21
56 Aprisionamento em Jerusalém, Atos 21
56-58 Paulo na Prisão em Cesaréia, Atos 23
58-59 Viagem a Roma, Atos 27
59-61 Confinamento em Roma, Atos 26
61-64 (?) Viagens à Espanha, Creta, Macedônia, Grécia, não mencionadas em Atos, embora indicadas em outros documentos como no cânon muratoriano e nas epístolas de Clemente. Algumas indicações destas viagens existem nas epístolas pastorais.
64-67 Execução em Roma, durante as perseguições movidas por Nero.
1. A Primeira Viagem Missionária
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Atos dos Apóstolos

Em geral, Os Atos relatam três viagens missionárias de Paulo. Essa narrativa às vezes é mui detalhada, às vezes resumida demais. O principal é o seguinte: todas as três viagens começam e terminam na comunidade gentio-cristã de Antioquia e não na comunidade judeu-cristã de Jerusalém
(as epístolas confirmam isso); geralmente Paulo dirigia-se primeiro a seus patrícios mas bem depressa era obrigado a procurar os pagãos.
a) Resumo e itinerário
Primeira viagem missionária: Barnabé e Paulo vão aos gentios, Atos 13:1-14:29. Missão a Chipre, 13:4-12. Missão à Galácia, 13:13-14:28. Missão de Pafos a Perge, 13:13. Missão a Antioquia da Psidia, 13:14-52. Missão a Icônio e Listra, 14:1-18. Missão a Icônio, 14:1-7, Missão a Listra, 14:8-18. Retorno a Antioquia da Síria, 14:19-28.

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b) A Missão da Primeira Viagem
Lucas conservou-nos uma preciosa notícia sobre a organização da comunidade de Antioquia e a liturgia (Atos 13: 1-3).
A primeira etapa da missão foi a ilha de Chipre, de onde Barnabé era originário. O que interessa a Lucas é o primeiro contato do apóstolo Paulo com um magistrado romano, Sérgio Paulo, senador, antigo pretor, muito conhecido por inscrições. Sua família vinha de Antioquia da Pisídia.
Na narração de Lucas, o nome Paulo toma dali em diante o lugar de Saulo: não se pode deduzir daí que Saulo tenha adotado o nome do seu ilustre convertido. Ter um duplo nome era então corrente nos meios bilíngües, como o da família de Paulo. Junto ao governador, Paulo teve de enfrentar um mágico de origem judaica, Elimas (At. 13,8). O sucesso das ciências ocultas era grande na época; o que pode surpreender é que um judeu as pratique. Segundo os Atos, Paulo terá outras ocasiões de se confrontar com mágicos. Na sua carta aos Gálatas, ele classifica as práticas de feitiçaria (pharmakeia) na categoria das obras da carne, próximas da idolatria (Gl. 5,20).
Nas suas cartas, Paulo não faz alusão à missão de Chipre, para onde ele não terá ocasião de voltar. Por que ele abandona a ilha sem a ter visitado toda? Paulo que toma a frente da expedição em direção à Anatólia através dos desfiladeiros do Tauro, covil de bandidos. Mais tarde Paulo fará alusão aos perigos corridos na estrada (2Cor 11,26). Primo de Barnabé, o jovem João Marco teve medo da aventura e abandonou o grupo. Paulo não o perdoou, a princípio.
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a) O discurso de antioquia da pisídia

Quando Paulo chegava numa cidade qualquer, ele começava indo à sinagoga. Lá, ele podia entrar em
contato com os judeus do lugar e os “ tementes a Deus ” , pagãos atraídos para o judaísmo (At 13,26). Como amostra da pregação de Paulo, Lucas nos conservou o discurso de Antioquia da Pisídia (At 13,14-41). Esta era uma colônia romana, fundada por Augusto para instalar aí os veteranos da legio V Gallica. O Sérgio Paulo que se instalou aí devia ser um dos oficiais superiores desta legião.
O discurso de Paulo não tem equivalentes nas Cartas, mas é fácil encontrar um certo número de temas pertencendo à apologética cristã primitiva. Ele se coloca no contexto litúrgico tradicional: depois da leitura de uma passagem da Lei e de uma outra, tirada da coletânea dos profetas, os chefes da sinagoga convidam os visitantes a pronunciar algumas palavras de exortação. Paulo não se fazia de rogado!

O texto de Lucas tem a marca da retórica da época. Do ponto de vista das idéias, o discurso contém uma retrospectiva da história de Israel até Davi.
Ainda que dirigido em prioridade aos judeus, o discurso continha uma ponta universalista: a palavra da salvação vale para os filhos de Abraão como para todos os que temem a Deus (v.26). Sobretudo, ele esboçava uma crítica contra a Lei de Moisés, incapaz de trazer a salvação (v.38). O sucesso junto aos não-judeus apenas aumentou a irritação dos filhos de Abraão. Para se justificar, Paulo declara: “ É a vós por primeiro que devia ser dirigida a palavra de Deus ”(v.46). Paulo será fiel a este por primeiro, como se vê pela declaração de princípio de Rm 1,16: “ O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, do judeu primeiro, e depois do grego”.
Para legitimar a sua passagem para as nações, Paulo cita então uma passagem dos cantos do Servo, que tem uma grande importância na apologética cristã primitiva: “Destinei-te a seres luz das nações,
a fim de que a minha salvação esteja presente até a extremidade da terra” (Is 49.6). Este texto vale em primeiro lugar para Cristo, mas Paulo o aplicou a si mesmo, como mostra Gl 1.15. Assim, portanto, Paulo, servo de Cristo, descobre a sua missão ao reler a Escritura.
b) Pregação aos pagãos de Listra e retorno
Nas cidades que Paulo e Barnabé vão atravessar, o mesmo cenário se reproduz. Como Por exemplo em Icônio (At 14,1-7), a pátria de santa Tecla segundo os Atos de Paulo (acima, p.16s). Em 2Tm 3.13 também se fala dos sofrimentos suportados por Paulo em Antioquia, Icônio e Listra. Nesta última cidade, um incidente tragicômico manifesta bem a credulidade do povo e a dificuldade para os Apóstolos de fazerem-se compreender por uma população pouco helenizada. Uma cura provoca o entusiasmo e o povo logo quer oferecer um sacrifício, como se Barnabé e Paulo fossem Zeus e Hermes em visita.
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No caminho de volta, os apóstolos confirmam os discípulos lembrando-os do sentido cristão da provação: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus” (At 14,22). Para dirigir as comunidades, Paulo e Barnabé designaram-lhe anciãos (presbyteroi). Este termo era tradicional nas comunidades judaicas para designar os responsáveis. Não surpreende que tenha sido retomado pelos judeu-cristãos: em Jerusalém, a primeira menção aparece já em At 11,30. Por outro lado, não o encontramos nas cartas de Paulo, exceto nas epístolas pastorais, redigidas provavelmente por um discípulo: os anciãos são instituídos por imposição das mãos (1Tm 5,22). Enquanto Paulo pudesse seguir por si mesmo a vida das congregações, a instituição dos ministérios podia permanecer na sombra. Isto não impede que Paulo tivesse a preocupação de apoiar aqueles que haviam aceitado tomar a direção das comunidades, como em Tessalônica ou em Corinto.
Tendo partido de Antioquia com o apoio dos fiéis, os missionários voltam para contar “tudo o que Deus realizara com eles, e, sobretudo como tinha aberto aos pagãos a porta da fé” (At 14,27). Atmosfera de alegria e de ação de graças, bem à maneira de Lucas! Mas os obstáculos foram todos afastados?

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