Posted by : Francisco Souza sábado, 24 de fevereiro de 2018

O Dividir Alma e Espírito

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e pro­pósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas (Hebreus 4:12, 13).


Primeiro

O dividir alma e espírito é essencial pois relaciona-se com o crescimento espiritual. Como pode o cristão buscar o que é espiritual se não conhece a distinção entre espírito e alma? Muitas vezes confundirá o que procede da alma como procedendo do espírito, e desta forma permane­ce muito tempo no reino do viver da alma em vez de buscar o viver no espírito. A Palavra de Deus cita, muitas vezes, as feições do espírito e também as da alma. Por exemplo, a Bíblia registra a tristeza no espírito e também a tristeza na alma; menciona o alegrar-se no espírito tanto quanto o alegrarmo-nos na alma. Daí as pessoas tiram a conclusão que uma vez que as expres­sões do espírito e da alma são as mesmas, o espírito deve ser a alma. Isto é como se dissésse­mos: "Já que você se alimenta, e eu também, logo você deve ser eu." Entretanto, Hebreus 4:15 diz que "a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração". Uma vez que alma e espírito devem ser separados, a alma deve ser alma e o espírito deve ser espírito

Gênesis 2 diz que quando Deus, no princípio, criou o homem, ele "formou ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente" (v. 7). Este fôlego de vida é o espírito do homem vindo diretamente de Deus, que ao tocar o corpo do homem, produziu a alma — e o homem tornou-se alma vivente. O espírito do homem tem consciência de Deus, conhece sua voz, e pode comunicar-se com ele. Mas depois da queda de Adão, seu espírito morreu para Deus; logo, o espírito de Adão, (e de todos os seus descenden­tes) ficou tão opresso pela alma que foi interliga­do intimamente com ela. Quando a pessoa é salva, seu espírito é vivificado para Deus; mas devido à união íntima do espírito com a alma por tanto tempo, é preciso que a Palavra de Deus os divida ou os separe.

Segundo

Embora as expressões "da alma" e "do espíri­to" pareçam semelhantes, pertencem a reinos diferentes — procedem de duas fontes diversas. Se você estiver alegre hoje, esta alegria pode proceder da alma ou do espírito. A alegria está sendo expressa, mas há diferença de procedên­cia. Da mesma forma, você pode sentir-se triste hoje. Ora, pesar é pesar; entretanto, pode advir de fontes diferentes. De onde procede? E esta a pergunta que será feita pelo próprio Deus. Procede essa emoção de sua alma ou do seu espírito?
Por exemplo, Deus prometeu um filho a Abraão. Nessa época Abraão já era avançado em idade e aparentemente não havia muita esperan­ça. Depois de esperar muito tempo sem ver o cumprimento da promessa de Deus, sua esposa planejou para que ele se casasse com Hagar, sua criada, e assim nasceu Ismael a Abraão. Mas depois de catorze anos, Deus fez com que a esposa de Abraão, Sara, desse à luz a Isaque. Ao lermos os capítulos 15, 16, 17 e 21 de Gênesis, pode ser que não percebamos o que Isaque e Ismael representam; mas ao lermos Gálatas 4, no Novo Testamento, discernimos imediatamente o significado de ambos. Paulo nos diz que um (Isaque) é nascido da promessa e que o outro (Ismael) é nascido segundo a carne (v. 23). Percebe você, agora, a diferença? As pessoas arrazoam que se tão-somente conseguirem um filho, tudo está bem. Mas Deus perquire do modo pelo qual esse filho nasceu. Desejamos um filho, quer seja ele Isaque ou Ismael. En­tretanto, a Palavra de Deus diz que Ismael representa o que é carnal e Isaque representa o espiritual. Ismael representa o que o homem obtém com sua própria sabedoria e por seu próprio poder; Isaque representa o que procede de Deus e o que é dado por ele.

Logo, o que é da alma? Da alma é aquilo que é feito pela própria pessoa. E o que é espiritual? É aquilo que é feito por Deus. Estas duas coisas são radicalmente diferentes. A pessoa pode fazer algo sem precisar esperar em Deus nem confiar nele. Tal ação procede da carne e da alma. Mas se a pessoa não pode falar antes que Deus fale, não pode agir a não ser que Deus aja primeiro; se essa pessoa olha para Deus, espera nele e dele depende — então essa pessoa e sua ação são espirituais. Portanto, perguntemos a nós mesmos se tudo o que fazemos é feito no Espírito Santo. Esta é uma pergunta muitíssimo importante. Muitas vezes nada há de errado com o que fazemos: entretanto, registra-se condena­ção dentro de nós ao fazermos tal coisa. O motivo desse sentimento interior não é que o que fazemos externamente seja necessariamente errado mas que a coisa que fazemos não foi iniciada em Deus — isto é, não é resultado da operação do Espírito Santo em nós.


Terceiro

1 Coríntios 3 trata da edificação. Refere-se à nossa obra e ao nosso serviço para Deus. Alguns edificam com ouro, prata e pedras preciosas; outros constroem com madeira, feno e palha. Qual é a obra feita com madeira, feno e palha? Nas Escrituras, o ouro, a prata e as pedras preciosas apontam para aquilo que procede de Deus. O ouro representa a glória que procede do Pai; a prata, a redenção que é obra do Filho e as pedras preciosas, a obra do Espírito Santo, uma vez que estas pedras são compostos formados no subsolo mediante calor intenso.

Aquilo que leva em si a eterna glória de Deus, a cruz do Filho, a organização do Espírito Santo é chama­do de ouro, prata e pedras preciosas. Então, a que apontam a madeira, o feno e a palha? Obviamente a tudo que procede do próprio homem; a glória do homem é como a palha (feno) e como as flores; a natureza do homem é como a madeira, e a obra do homem, é como a palha.
Ora, o ouro, a prata e as pedras preciosas geralmente não aparecem na superfície da terra. Têm de ser tirados dos profundos recessos do subsolo. A madeira, o feno e a palha, por outro lado, crescem sobre a face da terra e podem ser obtidos facilmente. Daí depreendemos que tudo o que procede das profundezas, como resultado do que é realizado no profundo do coração dos homens, mostra a obra de Deus neles; mas tudo o que pode ser feito pela carne, procede do homem e não tem valor algum. O que pode ser facilmente realizado não possui muito valor espiritual, pois é de procedência externa; mas o que advém das profundezas, por ser de Deus, é de muito valor.

Pode-se notar esta diferença na pregação. Alguns, ao pregar, precisam esperar em Deus até que se forme um fardo, como na concepção. Esta é a obra de ouro, prata e pedras preciosas. Alguns pregam porque seu cérebro é brilhante e seus lábios eloqüentes. E também podem lem­brar-se de muitas coisas. Portanto podem levan­tar-se e pregar. Edificam ativamente; mas tudo é madeira, feno e palha à vista de Deus — logo tem mui pouco valor espiritual.


Certo irmão pregava em determinado lugar. Da perspectiva humana, as condições externas eram excelentes; logo ele devia estar razoavel­mente alegre. Mas estranhamente, com o passar do tempo sentia-se esvaziado por dentro. Embo­ra trabalhasse vigorosamente, dentro de si mesmo sentia mais fome, mais aridez e um vazio cada vez mais profundo. Terminada a obra, teve de confessar seus pecados perante Deus e reco­nhecer que a obra fora feita por ele mesmo.
A questão aqui não se refere à condição externa da obra mas, principalmente, a quem realiza a obra; isto é, sua origem. Por exemplo, certo pregador pode aprender a dizer as mesmas palavras e pregar a mesma mensagem que outro, entretanto, as pessoas vêem-no simples­mente como uma pessoa inteligente; enquanto todos percebem que o outro é uma pessoa que conhece a Deus. A presença de alguns servos de Deus abaixamos a cabeça, dizendo: "Deus está aqui"; com outros, podemos somente dizer que são inteligentes e eloqüentes. Se você toca a Deus, pode fazer com que outras pessoas tam­bém o toquem; mas se você toca somente a alma, só pode fazer com que as pessoas toquem você. Quão grande é a diferença!

Quarto

Isto não é verdade somente quanto ao ver a Deus mas é igualmente verdade em nossa vida na terra.
Certo dia um cristão foi conversar com um servo de Deus. Temendo a crítica, esse cristão exerceu o máximo de seu poder a fim de conservar-se humilde durante a conversa. Sua atitude e também suas palavras tinham uma tonalidade bem humilde. Mas ao tentar ser humilde, os que estavam ao redor detectaram esse esforço.
Ora, se a pessoa for verdadeiramente humil­de, não precisa exercer tanto esforço. Na verda­de, este cristão estava simulando a humildade, portanto requeria grande esforço. Podemos di­zer que ele não era humilde? Bem, parecia sê-lo, mas de fato, era humildade humana, e esse tipo de humildade pertence à alma. Se Deus tivesse operado nesse irmão, ele poderia ter apresenta­do a humildade natural. Ele mesmo teria sentido ser humilde, e os que estavam ao seu redor também podiam ter visto a obra de Deus nele.



A senhora que empoa o rosto precisa olhar-se no espelho freqüentemente, mas o rosto de Moisés brilhava sem que ele tivesse consciência disso. Aquele que manifesta os efeitos da opera­ção de Deus, esse tal pode ser chamado de espiritual. Mas a pessoa que tenta manufaturar algo, deve empregar muita força; logo sente-se cansada por ser cristã, embora o cristão nunca devia exercer sua própria força em caso algum. Muitas vezes julgamos que enquanto algo pare­cer bom, provavelmente estará certo, mas Deus olha para a fonte: se procede dele ou é imitação no poder da carne.
O mesmo aplica-se em outra situação. Diga­mos que alguém tenta ser paciente. Entretanto, quanto mais tenta ser paciente, tanto mais a pessoa com o espírito de discernimento, sente pena dele. Mas outra pessoa pode ser paciente sem ter consciência desse fato. Nesse caso incli­namos a cabeça em agradecimento, dizendo que Deus verdadeiramente operou nessa vida. Per­cebemos que o segundo caso é de Deus e que o primeiro é de si mesmo. A diferença está não na aparência externa, mas na fonte.

Oh, que possamos perceber, que embora algu­ma coisa da vida natural pode parecer bastante espontânea, em si mesma não significa que ela seja do espírito. Por exemplo, alguém pode nascer com uma natureza amável. Entretanto, algum dia perceberá a diferença entre sua genti­leza natural e a amabilidade dada por Cristo.
Outro indivíduo pode ter nascido com a capa­cidade natural de amar aos outros, entretanto, ele também algum dia perceberá a diferença entre seu amor e o amor que procede do Senhor.
O mesmo pode ser verdade do que nasce com a humildade natural de caráter, mas esse tam­bém, algum dia, discernirá a diferença entre a humildade dada por Deus e sua humildade natural.
Este algo com que a pessoa nasce tem a tendência de substituir com mais facilidade o que é espiritual do que o que pode ser simulado pelo homem. Com quanta freqüência as pessoas tomam o que é dom natural como substituto para o que o Senhor procura operar nelas. Mas na realidade, o que procede da alma não tem ligação alguma com Deus, pois somente o que procede do espírito relaciona-se com ele.
O homem mais manso de todos, algum dia, descobrirá que a tentação é mais forte que sua mansidão natural. Algum dia sua mansidão se esgotará, sua paciência chegará ao fim: há um limite para o que ele pode suportar, há um grau para sua mansidão.
Ao passo que a força natural do homem é limitada, a força que nos é dada pelo Senhor é algo completamente diverso. O que o Senhor pode fazer, eu não posso; pois não sou eu quem o faz mas é a presença do Senhor em mim que faz com que eu realize tal coisa espontaneamen­te. E depois maravilho-me de tal coisa ter aconte­cido. Somente posso inclinar a cabeça e dizer: "Não tenho paciência, entretanto, ó Senhor, tu operas isso em mim." E, sem dúvida alguma, o que é realizado é verdadeiramente espiritual.


Quinto

Devemos reconhecer, entretanto, que não nos é fácil diferenciar o espiritual do que procede da alma meramente por sua aparência. É vão per­guntar a nós mesmos diariamente se isto é espiritual ou se aquilo procede da alma. Tal indagação não tem valor espiritual algum. Pode­mos perguntar, mas não receberemos a respos­ta. Podemos analisar, mas não conseguiremos nenhum resultado. Se não perguntarmos, certa­mente jamais conheceremos; entretanto, ainda que perguntemos, não o saberemos.

Nas coisas espirituais, a auto-análise não so­mente falhará em mostrar-nos a realidade, mas também criará paralisia espiritual. A visão e a compreensão verdadeiras somente vêm da ilu­minação de Deus. Quando a luz brilha, vemos naturalmente. Portanto, não precisamos fazer perguntas a nós mesmos; tudo que precisamos fazer é pedir que Deus faça com que sua palavra brilhe em nós, pois a Palavra de Deus é viva e eficaz; e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir a alma e espírito, juntas e medulas. No momen­to em que a Palavra de Deus entra, imediata­mente podemos separar o que é da alma e o que é do espírito. Dentro de você existe um julga­mento mais cortante do que qualquer juízo humano. Quando agimos, nosso sentido interior nos diz que tal ação não é correta ou não é profunda o suficiente, que somos nós mesmos que estamos fazendo as coisas e tentando influ­enciar pessoas. Ao ver interiormente, vemos de verdade. Que Deus possa ter misericórdia de nós concedendo-nos a luz interior com a qual possamos distinguir interiormente.
O dividir a alma e espírito é o fundamento do poder de discernir do cristão. Entretanto, o possuir ou não esse poder de discernir depende da iluminação interior e não da instrução exter­na. O que devemos esperar perante Deus é que a entrada de sua Palavra traga luz para que ele possa mostrar-nos o que em nossa vida e obra é da alma e o que é espiritual.

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