Posted by : Francisco Souza sexta-feira, 23 de março de 2018
















A OFERTA DE ABEL


1. Uma oferta agradável a Deus. Deus não atenta para o valor da oferta, mas para o coração do ofertante, sua real intenção. A oferta de Abel foi aceita pelo
Senhor porque seu coração era sincero e cheio de amor. Suas obras eram justas (Hb 11.4). Ele era um homem íntegro e fiel.

Deus dá muito valor à integridade do coração, por isso. Ele elogiou Jó perante Satanás, dizendo: "[...] Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal" (Jó 1.8). A oferta só tem valor quando expressa o que está no íntimo de quem a oferece. A oferta de Abel foi agradável porque ele adorava a Deus "em espírito e em verdade" (Jo 4.24).


2. Uma oferta profética. Talvez a oferta de Abel tenha sido o primeiro sacrifício de animal a ser
oferecido a Deus em forma de gratidão ao Senhor. Abel sentiu o desejo de oferecer o que tinha de melhor de seu trabalho em gratidão a Deus. A morte do cordeiro ou de uma ovelha, dos primogénitos do rebanho de Abel, sem dúvida prefigurava o sacrifício de Cristo, que se ofereceu a si mesmo imaculado em nosso lugar (Hb 9.14), como o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29).

3. Uma oferta valiosa. Abel adorou a Deus oferecendo o melhor de seu rebanho. Ele não ofereceu um sacrifício qualquer, mas dentre os primogénitos do seu rebanho: "E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta" (Gn 4.4). 

Notemos que Deus atentou primeiro "para Abel" e, depois, "para a sua oferta". "Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala" (Hb 11.4). Foi tão grande o valor da oferta de Abel que "por ela, depois de morto, ainda fala"! Jesus deu testemunho de Abel, considerando-o "o justo" (Mt 23.35). Tal declaração, feita por Jesus, demonstra quão  era o caráter santo de Abel. Somente o sangue
6 de Cristo foi considerado o que "fala melhor que "o de Abel" (Hb 12.24).

II - A INJUSTIÇA CONTRA ABEL

1. Abel era um homem justo. "Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo" (Hb 11.4; Mt 23.35). Em toda a sua vida, demonstrou ser homem de bem, que andava em retidão, de caráter ilibado e reconhecido por Deus. Abel representa a parte da humanidade que se volta para Deus, e é formada de homens justos. Caim representa a parte má da Humana , que dá as costas para Deus e busca os seus próprios interesses. Abel era justo, e morreu injustamente por permissão de Deus.

2. Abel, o primeiro mártir. Abel foi o primeiro pastor de ovelhas; o primeiro a oferecer sacrifício de animais no culto a Deus; foi o primeiro homem justo e também
o primeiro mártir. Sua morte foi a primeira em consequência do pecado dos seus pais. O primeiro homem a ser morto por seu próprio irmão. Ele foi o primeiro a entrar para á galeria dos mártires por causa
de sua fé e também o primeiro a ter seu nome registrado na galeria dos heróis da fé (Hb 11.4).
Jesus foi morto por inveja: "Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado" (Mc 15.10). Da mesma forma que Jesus, Abel foi morto por inveja. Seu irmão ficou irado pelo fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel. Tomado de ódio, assassinou friamente o seu irmão, sem lhe dar chance de defesa. Hoje, seu crime seria considerado homicídio qualificado, com dolo, por motivo torpe.


3. O sangue de Abel. Quando Caim matou Abel, o enterrou para não ter seu crime descoberto. Mas, para Deus que tudo vê (Gn 16.13), nada pode ficar em oculto. Jesus disse: "Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto" (Mc 4.22). Ao longo da história crimes foram cometidos em oculto. Mas, no Juízo Final, os "Cains" de todos os tempos serão confrontados pelo Supremo Juiz do Universo. "E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" (Gn 4.9). Caim teve a audácia de mentir diante de Deus e ainda de o afrontar sobre a guarda do irmão. Mas o Criador o inquiriu gravemente e declarou a sentença de juízo e maldição contra o criminoso: "E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra" (Gn 4.10). Onde houve um crime de morte, um assassinato, o sangue clama. Clama por justiça. O sangue de Abel clamava por justiça e por vingança, diferente do sangue de Cristo, que clamava por perdão.















III- UM HOMEM QUE AGRADOU A DEUS


1. Abel soube agradar a Deus. Certamente, Adão e
Eva criaram seus filhos, na perspectiva de serem servos de Deus. Eles tiveram não só Caim e Abel, mas muitos filhos e filhas (Gn 5.1-5). O episódio envolvendo Caim e Abel é o mais destacado, na história de Adão depois da Queda.

2. Abel, buscou a Deus. O relato bíblico nos autoriza dizer que Abel buscou a Deus com mais afinco e amor. E entendeu que seu sacrifício deveria ser do melhor do que possuía. Que Deus nos guarde, e nos dê sabedoria e amor para oferecermos sempre "sacrifício de louvor" (SI 50.14). Um louvor que custe devoção, sinceridade, santidade, no altar da adoração a Deus.


3. Caim agradou ao Diabo. Seu caráter foi deformado porque ele deu lugar ao Diabo. Encheu-se de inveja, quando percebeu que Deus aceitara o sacrifício do irmão e não o seu. A inveja é tão prejudicial que provoca "podridão dos ossos" (Pv 14.30). A ira, por sua vez, é um sentimento carnal que se transforma em ódio, agressão e crime. É um sentimento perigoso e destrutivo: "Porque a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo" (Jó 5.2). Ao invés de buscar a Deus, Caim deu lugar ao maligno. "Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas" (1Jo 3.12).

CONCLUSÃO

A humanidade começou mal, com a desobediência dos primeiros habitantes da Terra. Adão pecou, pois desobedeceu a Deus dando ouvidos ao Diabo. Toda a tragédia humana decorre daquele gesto de desobediência. Caim, o primogénito, preferiu desobedecer ao Criador. Seu irmão, Abel, pelo contrário, optou dedicar-se a adorar a Deus, oferecendo o melhor do seu trabalho.


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