Josafá foi o quarto rei de Judá depois de Asa, seu pai, o qual reinou por quarenta e um anos tendo
iniciado seu reinado em 911 a.C. Foi um rei exemplar e, nos primeiros dez anos, Asa fez prosperar o reino expandindo seu domínio. Edificou cidades e as fortificou com muralhas, torres e portas pesadas (2 Cr 14.6,7), de tal modo que não era fácil a entrada de gente estranha ao reino. Depois de alguns anos de paz, Asa deixou de buscar a Deus e tomou decisões que trouxeram guerra e problemas políticos para o seu reino. Dois anos antes de sua morte, Asa ficou doente nos pés, vindo a falecer. Foi sucedido no trono por seu filho Josafá, em 873 a.C.
A história de Josafá ganha importância pelo cuidado inicial
que ele teve em dar continuidade a algumas obras iniciadas por seu pai. Josafá
foi um rei enérgico e muito hábil em seus dias. Sua aprendizagem inicial foi
como corregente por três anos junto ao seu pai. Josafá procurou desenvolver uma
relação de paz com Israel, uma vez que eram irmãos. Porém, essa aliança feita com
reis de Israel lhe trouxe problemas no seu reino. Sua história nos traz lições
preciosas que nos mostram uma liderança espiritual, sujeita a falhas como
qualquer outra liderança, mas alicerçada em princípios de temor a Deus. As
lições dessa liderança são úteis para a igreja de Cristo nos tempos atuais,
quando lutamos contra potestades espirituais que procuram desestabilizar a
igreja na sua relação com o Senhor. Por outro lado, aprendemos com Josafá,
princípios com os quais podemos fazer a igreja crescer.
OS ANTECEDENTES DO REINO DE JOSAFÁ
A Divisão do Reino de
Israel
É sempre difícil entender por que Deus permitiu essa divisão
do seu povo em dois reinos, o de Israel e o de Judá. Mas os livros dos reis e
das crônicas do Antigo Testamento entraram no cânon das Escrituras, porque Deus
não vê no sentido horizontal, mas no sentido vertical, de cima para baixo. Ele
conhece todas as coisas e seu cetro de poder sobre o seu povo está em suas
mãos. Quando lemos sobre os dois reinos, Israel e Judá, entendemos o paralelo
histórico que existe entre os fatos registrados nos livros dos reis e nos
livros das crônicas. Todos os fatos registrados nesses livros apresentam a
história das divisões entre os povos do norte e do sul do povo de Israel,
identificados como “o Reino do Norte, Israel” e o “Reino do Sul, Judá”.
O Reino
do Norte ficou com dez tribos, e o Reino do Sul com duas tribos. Essa divisão
do povo de Israel aconteceu nos dias de Roboão (924 -908 a.C.), filho de
Salomão que deixou de buscar a Deus e seguiu os passos de seu pai quando se
envolveu com a idolatria pagã. Ele se casou com Naamá, mulher amonita, que fora
uma das muitas mulheres de Salomão, e esta muito o influenciou em decisões
importantes do reino.
O reino enfraqueceu economicamente, e muito mais espiritualmente.
Com o enfraquecimento econômico do reino, Roboão resolveu aumentar a carga
tributária que já era pesada desde os tempos de Salomão sobre o povo. Por causa
dessa carga tributária, Roboão não se dispôs a aliviar os impostos sobre o
povo. Pelo contrário, endureceu ainda mais sem usar de bom senso e respeito
pelo povo. As tribos que viviam no norte de Israel romperam com as tribos do
sul (2 Cr 10.1-15), e assim aconteceu a separação do norte e do sul.
Os Dois Reinos e seus
Reis, Jeroboão e Roboão
As dez tribos formaram outro reino, sobre o qual reinou
Jeroboão, e o chamaram Israel; as duas tribos, Judá e Benjamim, com a capital
Jerusalém, formaram o Reino de Judá, e Roboão foi o seu rei. Jeroboão,
fazendo-se rei do Norte (Israel), foi um mau rei voltado para a idolatria. Ele
desafiou a religiosidade do seu povo e construiu um santuário para um Bezerro
de Ouro, abrindo espaço para dois centros de adoração entre as tribos do norte.
Por outro lado, assumiu o reino de Judá o jovem Roboão, que foi um mau rei (2
Cr 12.14,15). Seu fracasso começou, sem dúvida, quando seguiu o mau exemplo de
seu pai, Salomão, tendo uma vida polígama com muitas mulheres e concubinas. Asa
era neto de Roboão e Maaca, e, quando feito rei, restaurou o culto a Deus e fez
um excelente governo em Judá nos anos (905-865 a.C.). Seu filho Josafá, foi
corregente com o pai, e depois da morte de Asa, reinou sobre o reino de Judá.
Precisamos dispor o nosso coração para proclamar a palavra
de Deus.
Josafá não somente procurava consultar e obedecer à palavra
do Senhor; ele a ensinava: No terceiro ano do seu reinado, enviou ele os seus
(...), para ensinarem nas cidades de Judá (II Cr 17:8). O nono versículo do
mesmo capítulo também nos declara que ensinaram em Judá, tendo consigo o Livro
da Lei do SENHOR; percorriam todas as cidades de Judá e ensinavam ao povo. Ele
não reteve a verdade de Deus apenas para si; não sonegou ao povo as riquezas da
Palavra de Deus. Josafá decidiu enviar a sua liderança para ensinar a palavra
de Deus ao povo.
A igreja, o povo de Deus da nova aliança, como coluna e
baluarte da verdade (I Tm 3:15), tem o privilégio e a responsabilidade de propagar
e espalhar o ensino bíblico. É muito claro, no Novo Testamento, que esta era a
alta prioridade na vida do Senhor da Igreja e da Igreja do Senhor, nos primeiro
século. Esta deve ser também prioridade da igreja do presente século. A ordem
dada por Paulo a Timóteo serve também para nós: E o que de minha parte ouviste
através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também
idôneos para instruir a outros (II Tm 2:2).
Precisamos de líderes que amem as Escrituras, que amem o
povo de Deus e busquem ensinar com profundidade e fidelidade todo o conselho de
Deus.
Conclusão
Apesar de seu maravilhoso investimento no ensino da palavra
de Deus, Josafá não era perfeito. O seu reinado foi da instrução e não da
perfeição. Foi lamentável o seu envolvimento com a família de Acabe! Devemos
aprender com esse erro. Às vezes, bons homens ajudam-nos a sair da confusão
religiosa, como Josafá ajudou as pessoas do reino de Judá a saírem da
idolatria.
Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como
devemos respeitar a palavra de Deus em tudo que fazemos. Mas, eles ainda são
homens. Neles também, isto é, na sua carne não habita bem nenhum (Rm 7:18). Por
causa disso, muitos não fazem o bem que preferem, mas o mal que não querem (Rm
7:19).
Assim como Josafá, bons servos e boas servas de Deus, hoje,
podem ter atitudes condenáveis e reprováveis, pois estão sujeitos a errar.
Quantos que nos ajudaram no passado encontram-se atualmente apostatados e
desviados da verdade de Deus, pregando as mais horrendas heresias? Muitos! Isto
nos mostra que o fato de alguém ter nos ajudado no passado na compreensão da
palavra de Deus não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus.
Fiquemos atentos a isso! E mais: jamais esqueçamos que somos
um povo peregrino e forasteiro, numa terra corrupta e perversa. Não estamos
aqui a passeio. Não estamos aqui para "sermos felizes". Nem estamos
aqui para "deixarmos a vida nos levar". Temos uma missão a cumprir:
ensinar a palavra de Deus. Façamos isto com seriedade e santidade!
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