Posted by : Francisco Souza
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Amaleque e os amalequitas
Moisés, por conseguinte, ao relatar os eventos dos dias de Abraão, antes de Amaleque nascer, falou de “todo o campo dos amalequitas”, evidentemente descrevendo a região conforme entendida pelo povo do tempo de Moisés, ao invés de dar a entender que os amalequitas precederam a Amaleque. (Gên 14:7) O centro deste território amalequita achava-se ao N de Cades-Barnéia, no deserto do Negebe, na parte meridional da Palestina, seus acampamentos auxiliares estendendo-se pela península do Sinai e pelo norte da Arábia. (1Sa 15:7) Houve época em que sua influência talvez se estendesse até as colinas de Efraim. — Jz 12:15.
Amaleque era filho do primogênito de Esaú, Elifaz, com sua
concubina Timna. (Gên 36:12, 16) Amaleque, neto de Esaú, era um dos xeques de
Edom. (Gên 36:15, 16) O nome de Amaleque também designava seus descendentes
tribais. — De 25:17; Jz 7:12; 1Sa 15:2.
A crença de alguns de que os amalequitas tiveram origem
muito anterior e não eram descendentes de Amaleque, neto de Esaú, não se
alicerça em sólida base fatual. A noção de que os amalequitas antecederam a
Amaleque baseia-se no dito proverbial de Balaão: “Amaleque foi a primeira das
nações, mas o seu fim posterior será mesmo seu perecimento.” (Núm 24:20) No
entanto, Balaão não falava aqui da história em geral, nem da origem das nações,
sete ou oito séculos antes. Falava da história apenas com relação aos
israelitas, contratado como foi para amaldiçoá-los, quando estavam prestes a
entrar na Terra da Promessa. Por isso, depois de alistar Moabe, Edom e Seir
como oponentes de Israel, Balaão declara que os amalequitas foram realmente “a
primeira das nações” a se levantar em oposição aos israelitas em sua marcha
para fora do Egito, em direção à Palestina, e, por este motivo, o fim de
Amaleque “será mesmo seu perecimento”.
Os amalequitas foram “a primeira das nações” a lançar um
ataque não provocado contra os israelitas após o
Êxodo, em Refidim, perto do
monte Sinai. Como consequência, Yehowah decretou que os amalequitas, por fim,
seriam extinguidos. (Núm 24:20; Êx 17:8-16; De 25:17-19) Um ano depois, quando
os israelitas tentaram entrar na Terra da Promessa, contrário à palavra de
Deus, foram repelidos pelos amalequitas. (Núm 14:41-45) Por duas vezes, nos
dias dos juízes, estes adversários de Israel participaram em ataques contra
Israel. Fizeram-no nos dias de Eglom, rei de Moabe. (Jz 3:12, 13) De novo,
junto com os midianitas e os orientais, saquearam a terra de Israel por sete
anos, antes de Gideão e seus 300 homens lhes imporem uma esmagadora derrota. —
Jz 6:1-3, 33; 7:12; 10:12.
Por causa deste ódio persistente, Yehowah, no período dos
reis, ‘ajustou contas’ com os amalequitas, ordenando que o Rei Saul os
abatesse, o que ele fez, “desde Havilá até Sur, que está defronte do Egito”. No
entanto, Saul, infringindo a ordem de Deus, poupou Agague, rei deles. Mas de
Deus não se zomba, pois “Samuel foi retalhar Agague perante Yehowah em Gilgal”.
(1Sa 15:2-33) Algumas das incursões de Davi incluíam povoados amalequitas, e,
quando estes, por sua vez, atacaram Ziclague e levaram as esposas e os bens de
Davi, este e 400 homens foram no encalço deles, recuperando tudo o que fora
roubado. (1Sa 27:8; 30:1-20) No reinado de Ezequias, alguns da tribo de Simeão
aniquilaram o restante dos amalequitas. — 1Cr 4:42, 43.
Não se faz mais menção direta dos amalequitas na história
bíblica ou secular. No entanto, “Hamã, filho de . . . agagita”, provavelmente
descendia deles, pois “Agague” era o título ou nome de certos reis amalequitas.
(Est 3:1; Núm 24:7; 1Sa 15:8, 9) Assim, os amalequitas, junto com outros
mencionados nominalmente, foram exterminados, a fim de que “as pessoas saibam
que tu, a quem pertence o nome de Yehowah, somente tu és o Altíssimo sobre toda
a terra”. — Sal 83:6-18.