Posted by : Francisco Souza
domingo, 15 de dezembro de 2013
15.11 Continuou:
Certo homem tinha dois filhos; 15.12 o
mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele
lhes repartiu os haveres. 15.13
Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era
seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo
dissolutamente. 15.14
Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. 15.15 Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. 15.16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. 15.17 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! 15.18 Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; 15.19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.15.20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.15.21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.15.22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; 15.23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, 15.24 porque este meu filho estava morto e reviveu,
Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. 15.15 Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. 15.16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. 15.17 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! 15.18 Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; 15.19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.15.20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.15.21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.15.22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; 15.23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, 15.24 porque este meu filho estava morto e reviveu,
estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se. 15.25 Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. 15.26 Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. 15.27 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. 15.28 Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. 15.29 Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; 15.30 vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado
O Filho Pródigo é talvez a mais
conhecida das parábolas de Jesus!
Vamos
relembrar esta história!
UMA
DECISÃO PRECIPITADA v.11-12
15.11 Continuou: Certo homem
tinha dois filhos; 15.12 o mais moço
deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes
repartiu os haveres.
Jesus
contou a história de um homem rico que tinha dois filhos, provavelmente esses
filhos estão no início da juventude.
Os dois trabalhavam com o pai na fazenda da família, mas o
mais jovem deles se tornou impaciente e queria partir para longe da casa dos
pais. Queria ser livre, para ir a outras terras e viver como lhe agradasse. O
pai notara que o filho queria partir, mas não disse nada.
Um dia, o mais jovem se aproximou do pai e disse: “Pai,
dá-me a parte dos bens que me cabe.” Ele, naturalmente, não podia pedir a
divisão da propriedade porque o patrimônio da família devia permanecer intacto
enquanto o pai fosse vivo. Ele teria
recebido um terço da herança, por ocasião da morte do pai (Dt 21.17). Por isso,
pedindo a herança ele está decretando a morte do seu pai vivo.
Pedindo sua parte, o filho mais novo confessava que não
permaneceria mais com o pai, que se aborrecia com a rotina diária e queria a
parte a que tinha direito para gastá-la como quisesse. O pai deu ao filho o que
era seu!
UMA VIDA NO PECADO v.13
15.13 Passados não
muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma
terra
distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
O filho mais novo recebeu sua parte e ajuntou “tudo o que
era seu”. Estava agora por conta própria e livre para ir. Pensava: “Tenho
dinheiro, vou viajar.” Poderia ir para a Babilônia, ao leste; à Ásia Menor, ao
norte; à Grécia e à Itália, ao oeste; ou ao Egito e África, ao sul. Tinha o
mundo à sua disposição.
Diversos fatores influíram profundamente no futuro do filho
mais jovem. Seu idealismo juvenil, sua inexperiência, sua saída da fazenda para
a cidade, o dinheiro à mão — tudo teve um papel importante. Princípios de vida
e conduta, aprendidos em casa, foram postos de lado e esquecidos.
A reprovação do irmão mais velho — “esse teu filho, que
desperdiçou os teus bens com as meretrizes” — não é mera acusação. Baseava-se
em informações que a família recebia, de tempos em tempos, de como o caçula
passava seus dias dissolutamente. A desobediência às leis da economia e da
moral não podia continuar. Ele teve que pagar um preço pela vida desregrada.
Em relativamente pouco tempo, gastou tudo. Chegou ao fim da
linha. As notícias sobre a quebra da safra eram os principais comentários
naquela terra. A inflação levou os preços para os ares, os empregos eram raros,
e a economia indicava que tempos difíceis tinham chegado. O jovem de vida
devassa estava sem dinheiro e sem sequer um amigo que o ajudasse.
Essa palavra, “dissolutamente”, apresenta alguns
significados. Entre eles: “devasso; corrupto, libertino, miséria, pecado,
hedonismo, prazeres da carne”. Uma palavra que diz muito sobre aquele que
decide sair da presença do Pai. O moço dessa parábola decidiu sair de perto do
pai, pensando ser esse o tipo de vida que vale a pena. Talvez tenha imaginado:
“Agora é que eu tenho vida, não tenho fronteiras, não tenho limites, não tenho
os olhos do meu pai. O velho não está aqui. Estou sozinho, tenho dinheiro, tudo
o que realmente preciso”. Assim como esse jovem, há muitos filhos que também
pensam assim. Porém, quando constatam que essa forma de viver é a pior
possível, já estão bem destruídos, machucados pelo pecado.
15.14 Depois de ter
consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar
necessidade. 15.15 Então, ele foi e se
agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a
guardar porcos. 15.16 Ali, desejava ele
fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
Em terrível necessidade, percorreu as ruas e arredores da
cidade procurando serviço, mas tudo que pôde achar foi a tarefa humilde de
alimentar porcos. Ele tinha chegado agora à degradação mais profunda, pois
desde a
infância aprendera, como qualquer judeu, que o porco é um
animal imundo (Lv 11.7). Os judeus estavam estritamente proibidos de criar
porcos. “Não é permitido criar porcos, onde quer que seja”; “Amaldiçoado
seja o
homem que criar porcos”.
Era agora empregado
de um gentio e teve que abandonar o hábito de guardar o Sábado. Nessa triste
situação, estava alijado da religião de seus pais espirituais. Ele estava
desesperado. Seu empregador o fazia sentir que aqueles porcos tinham mais valor
para ele que um simples empregado. Sentia falta de amizade e consideração, mas
ninguém se importava com ele. Por causa da escassez de comida, sua alimentação
diária não era suficiente para acalmar suas dores de fome. Queria até mesmo comer
da comida dada aos porcos, as vagens da alfarrobeira.
Talvez não existisse no seu vocabulário essa expressão
“necessidade”. Isso porque nunca talvez tivesse experimentado isso antes. Na
infância provavelmente tivera de tudo: roupa lavada, comida sempre na hora,
cama quentinha... Certamente não precisou trabalhar para ter tudo isso. Não
experimentou a falta, a ausência. Até que depois de ter consumido tudo, começou
a passar necessidade. O que ele levou na bagagem foram “coisas”, e como tudo
que é material acaba, ele se viu em apuros.
Quando se leva dos pais apenas o dinheiro, certamente
surgirão as necessidades. Já a fé, o nome, a honra contribuem para que os
momentos de necessidades sejam superados. O nome que o pai deixa nunca acaba.
Também jamais acaba a fé que o pai pode legar para o seu filho. Nunca acaba a
honra, a educação. Mas se o pai se preocupa apenas em construir riquezas
materiais para o filho, em apenas legar moedas, recursos, crendo que tudo isso
é a única herança que ele pode deixar, certamente o filho terá muitas
necessidades diante da vida.
Não há problemas em sair de casa, pois a bíblia no ensina
que o homem deixará seu pai e as mãe. O problema é sair de casa antes da hora,
como aconteceu com o filho pródigo. “Então, ele foi e se agregou a um dos
cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.”
O moço de Lucas 15 não apenas foi cuidar de porcos, mas foi viver junto a eles
e passou a desejar a comida deles. Passou a viver como animal para satisfazer o
corpo, as necessidades do corpo.
VOLTAR PARA CASA? V.17-20
. 15.17 Então,
caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu
aqui morro de fome! 15.18
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei
contra o céu e diante de ti; 15.19 já
não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus
trabalhadores.15.20 E, levantando-se,
foi para seu pai.
A falta de consideração mostrada por um cidadão daquela
cidade era mais do que o rapaz podia aguentar. Esse foi para ele o ponto
máximo. Buscara a bondade humana e não a pudera achar. As notícias a respeito
da fome o fizeram pensar em sua terra natal. Começou a pensar em sua casa.
Devia voltar? Quando essa idéia lhe passou pela cabeça, primeiro ele a afastou.
Os servos e os contratados dificilmente esconderiam seu escárnio. Seu irmão
mais velho, de modo algum, o receberia bem se voltasse para casa, para uma
propriedade a que não mais tinha direito.
Seu pai veria seu segundo filho descalço e vestido como um
maltrapilho. Voltando, assim, para casa, ele seria a figura de um mendigo. O
filho começou a pensar em seu pai — como o tinha magoado, como seu pai lhe
havia dado a parte da herança que ele, filho pródigo, tinha esbanjado. Começou
a falar consigo mesmo: “quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e
eu aqui morro de fome!” Ele se comparou aos trabalhadores de seu pai.
Sabia, também, que tinha desobedecido o mandamento: “Honra a
teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR
teu Deus te dá” (Ex 20.12). Ele tinha
pecado contra Deus.
Quando caiu em si, estava pronto para confessar seus pecados
contra Deus e contra seu pai. Ele disse a si mesmo: “Levantar-me-ei e irei ter
com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti.” Sabia que
tinha transgredido o mandamento de Deus, e que, agindo assim, ofendera e
magoara seu pai. Queria se corrigir. Procuraria o pai e lhe diria: “Já não sou
digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.”
Levantou-se e foi para casa.
O PAI
v.20-21
15.20 E,
levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o
avistou, e, compadecido
dele, correndo, o abraçou, e beijou.15.21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o
céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
Podemos presumir que o pai tenha tentado descobrir onde
vivia o filho e o que fazia longe de casa. As notícias sobre a fome, com
certeza, chegaram até ele. Deve ter sabido das condições miseráveis em que o
filho vivia, e que determinariam a sua volta, porque constantemente olhava ao
longo do caminho por onde esperava que ele regressasse.
O pai olhava na direção de onde esperava que seu filho
viesse. Quando o viu, seu coração se compadeceu
dele. Deixando de lado a mágoa da partida, correu ao
encontro do filho, descalço e maltrapilho, e, abraçando-o, o beijou.
O pai aceitou o filho como membro da família antes que ele
pudesse atirar-se a seus pés para beijá-los, como um escravo; ou, antes, que se
ajoelhasse e lhe beijasse as mãos. Abraçando-o e beijando-o, deixou que
soubesse que era considerado filho. Assim, não foi necessário que o jovem
fizesse o discurso que já havia preparado para dizer que gostaria de ser
empregado como trabalhador na fazenda de seu pai.
Mesmo assim o filho
confessou seu pecado: “Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou
digno de ser chamado teu filho.” Ele falou a verdade. Já não era mais digno por
causa de seu passado. Tinha perdido o direito legal à sua filiação. Mas, o pai
o aceitou como filho, e isso pôs fim a qualquer idéia de trabalhar na fazenda
como contratado.
UMA FESTA v.22-24
15.22 O pai, porém,
disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um
anel no dedo e sandálias nos pés; 15.23
trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
15.24 porque este meu filho estava
morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
O longo período de espera chegara ao fim. O pai tinha seu
filho de volta. Portanto, era hora de comemorar. O pai ordenou aos servos que
lhe trouxessem as melhores roupas.
Puseram-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. O filho foi
tratado com muita honra pelo pai, pois as melhores vestes estavam sempre
guardadas para hóspedes muito especiais. O anel era símbolo de autoridade; e,
assim, todos podiam ver que ele estava reintegrado. Naturalmente, as sandálias
lhe foram dadas para indicar que era um homem livre. Os escravos e os pobres
andavam descalços.
“Trazei também e
matai o novilho cevado”, disse o pai, “Comamos e regozijemo-nos.” O pai ordenou
que houvesse músicas e danças. Todos os membros da família e os servos foram
chamados para a festa. Era hora de celebrar e ser feliz.
“Porque este meu
filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.” O pai se referia ao
fato de que o filho, deixando de ter parte na herança da família, e dando por
acabada sua obrigação moral e material para com o pai, tinha-se desligado,
voluntariamente, de casa. Na prática, o filho estava morto. Na verdade ele não
tinha mais nada a reclamar sobre a propriedade, quando o pai morresse. “Este
meu filho estava morto e reviveu”, disse o pai.
O FILHO MAIS VELHO v.25-30
15.25 Ora, o filho
mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu
a música e as danças. 15.26 Chamou um
dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. 15.27 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai
mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. 15.28 Ele se indignou e não queria entrar; saindo,
porém, o pai, procurava conciliá-lo. 15.29
Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais
transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me
com os meus amigos; 15.30 vindo, porém,
esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar
para ele o novilho cevado
A parábola do filho pródigo poderia se encerrar com as
palavras: “E começaram a regozijar-se.” Mas, então, a sentença introdutória:
“Certo homem tinha dois filhos” seria de pouca ou nenhuma significância. A
história estaria incompleta sem outras referências ao filho mais velho.
O pai não era pai apenas do filho mais novo; era pai,
também, do filho mais velho. Seu primogênito tinha sido um filho leal, com
interesse pessoal na fazenda. Naturalmente, o filho sabia que era o herdeiro.
Ele estava fora, no campo, enquanto todos celebravam a volta de seu irmão. Ele
servia bem a seu pai, e seu pai aprovava o zelo do filho.
Não nos é contado por que razão o irmão mais velho foi o
último a saber da volta do caçula. Pode ter sido porque naquele dia ele tinha
ido inspecionar a parte distante da casa, e, por isso, tenha voltado mais
tarde, naquela noite.
Ao chegar, ouviu a música e as danças e perguntou a um dos
servos o “que era aquilo”. Em segundos ficou sabendo que o irmão mais moço
tinha voltado e que o pai mandara matar o novilho cevado, porque recebera de
volta o filho, são e salvo.
O filho mais velho simplesmente não podia entender por que
seu pai estava tão feliz com a volta daquele filho inútil. Ninguém, nunca,
antes, expressara alegria e felicidade por causa do primogênito; ninguém,
nunca, fizera uma festa para aquele que ficara em casa e que servia ao pai. O
filho mais velho se recusou a entrar em casa. Não tinha nada para tratar com
seu irmão irresponsável, que, ao voltar para casa, recebia a atenção de todos.
O pai tinha tido que sair de casa para ir ao encontro de um
filho; saiu de casa, outra vez, para encontrar o outro. Ele dera as boas-vindas
ao primeiro; saiu e fez o mesmo com o segundo. Tratou os dois da mesma maneira.
No entanto, o irmão mais velho não queria tratamento igual.
Ele censurou o pai, embora o pai continuasse a argumentar
com ele. Ao se justificar, o filho via a si mesmo como um dos servos, não como
filho. “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua”,
disse ao pai. Acusou o pai de nunca lhe
ter dado sequer um cabrito para festejar com os amigos. Para seu irmão
fanfarrão, ao contrário, mandara matar o novilho cevado. Suas palavras eram
cortantes e amargas; se recusava a tratar o pai como “pai” e a se referir ao
irmão como “irmão”. Insolentemente, disse: “Vindo, porém, esse teu filho, que
desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho
cevado.”
Com estas palavras magoou o pai tanto quanto o magoara o
filho pródigo. O filho mais velho se afastava do pai, tanto quanto o fizera o
irmão mais moço. Aquele voltara para casa; o pai, agora, procurava argumentar
com o outro para que fizesse o mesmo. Tanto o mais velho quanto o mais novo
eram seus filhos, e o pai se dirigiu ao mais velho com a mesma ternura com que
se dirigira ao caçula.
Disse o pai: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que
é meu é teu”. O pai ensinou-lhe o que significa ser filho: estar sempre na
presença do pai, como herdeiro. Mais ainda, mostrou-lhe as relações familiares
de pai para
filho e de irmão para irmão. Ele estava dizendo: Porque és
meu filho, eu sou teu pai; e porque o pródigo é meu filho, ele é teu irmão.
Como uma família, disse o pai, “era preciso que nos regozijássemos e nos
alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e
foi achado”.
O filho mais velho, que fielmente tinha servido o pai, na
fazenda da família, aceitaria ficar ao lado do pai quando este celebrava a
volta do mais jovem? A parábola termina com um refrão: “Porque esse teu irmão
estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.”
Jesus não disse o que aconteceu depois. Parou ali,
propositalmente. Se tivesse mostrado a recusa do filho mais velho de entrar em
casa, teria fechado a porta. Deixando inacabada a história, indicava que a
porta permanecia aberta. O pai convidou o filho a participar das festas; o
filho tinha que se decidir. Cabia a ele a decisão.
CONCLUSÃO
Jesus retratou o amor do pai pelo filho para deixar bastante
claro que o amor de Deus é infinito. A atitude do pai, na parábola, representa
o perdão amoroso de Deus oferecido ao pecador que se arrepende. Como o pai
disse
aos servos: “Comamos e regozijemo-nos”, assim Deus se alegra
com seus anjos por um pecador que se arrepende.
A parábola do filho pródigo proclama as boas-novas do
evangelho. Todos aqueles que voltaram suas costas para Deus, que consideram a
igreja fora de moda e aceitam a permissiva sociedade atual, encontrarão um Pai
celestial amoroso, esperando por eles, no momento em que regressarem. Há uma
volta ao lar para eles, porque Deus é o lar.
O cristão, que está firme na igreja e nunca se desviou, ao
contrário do filho mais velho, deve
regozijar- se e alegrar-se, quando um pecador se arrepende. Para ele são dirigidas as palavras: “Meu
filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.”
Do ponto de vista da economia, modernos filhos pródigos têm
dissipado milhões. Os pródigos de nossos dias esbanjam tempo e talentos como se
não tivessem valor. Não é de admirar que os justos digam: “Imaginem se esses
recursos fossem usados para difundir o evangelho e construir o reino de Deus!”
O maior grupo de evangelização chama-se desviados.
Quando um pródigo moderno cai em si e volta para Deus, há
alegria nos céus. Como o céu se alegra, assim a igreja deve celebrar e
regozijar-se quando alguém espiritualmente morto revive, e quando o que estava
perdido é achado.
ILUSTRAÇÃO - Tim Cimbala, pastor da Igreja do Brooklin, em
Nova Iorque, fala de sua fillha primogênita que se mostrava insensível ao
evangelho. Mesmo tendo um ministério reconhecido no mundo inteiro, estava
perdendo a batalha dentro da própria casa. Sua filha, ainda adolescente, saíra
de casa e mergulhara nas sombras espessas do mundo. Ele pensou até mesmo em
abandonar o ministério. Sua dor era avassaladora. Um dia, um amigo lhe sugeriu
deixar de sofrer pela filha e seguir adiante no ministério. Mas como um pai
pode esquecer-se de um filho, de uma filha? Certa noite, em um culto de
vigília, uma irmã da igreja levantou-se
e disse que aquela igreja nunca tinha chorado em favor da menina. Então os
irmãos deram as mãos e fizeram um grande círculo ao redor dos bancos e, naquela
noite, o santuário transformou-se em uma espécie de sala de parto. Houve
lágrimas, soluços e gemidos diante de Deus, rogando ao Senhor pela libertação
dela. Logo que amanhaceu o dia, o pastor regressou à sua casa e disse para a
esposa que estava convicto de que Deus havia libertado sua filha naquela
madrugada. Dois dias depois, bem de manhã, a campainha tocou e, quando abriram
a porta, a menina entrou com lágrimas nos olhos dentro de casa e caiu de
joelhos diante de seu pai, perguntando-lhe o que havia acontecido naquela
madrugada, dois dias atrás. Confessou que foi tomada por uma profunda convicção
de pecado e que desejava voltar para Deus, para a família e para a igreja. Deus
restaurou aquela menina e o instrumento que usou foi a oração intercessória!
ILUSTRAÇÃO - Esta preciosa promessa foi real na vida do
pastor Billy Graham. Billy Graham é considerado o maior evangelista de todos os
tempos. É o homem que pregou para o maior número de pessoas até hoje. Pregou o
evangelho literalmente no mundo todo. Mais de 210 milhões de pessoas participaram
de suas cruzadas evangelísticas. Milhões entregaram suas vidas ao Senhor Jesus
Cristo. Mas mesmo um grandioso pastor como ele, enfrentou várias dificuldades
com seus filhos, especialmente com Frankilin Grahm. Frankilin é o filho homem
mais velho. Ele conta que seu pai sempre lhe despertou admiração e respeito.
Mas, além disso, ele tinha um temor incontrolável de que nunca conseguiria ser
como seu pai. Frankilin começou a sofrer. Ele começou a pensar que ser filho de
pastor era uma maldição. Achava que no auge da juventude, perderia o melhor da
vida e até a identidade. Foi então que Frankilin rebelou-se. Passou a viver uma
vida devassa, nas drogas, nos vícios, na imoralidade. No entanto, Frankilin não
se alegrava naquela vida. Ele se cansou de toda aquela falsa alegria, aquela
falsa satisfação. Ele estava cansado de ser um escravo dos vícios. Quando
completou 22 anos, seu pai lhe disse: “Você não pode continuar brincando, em
cima do muro”. Essas palavras falaram forte ao coração de Frankilin. Ele repensou
toda a vida mesquinha e medíocre que estava levando. Naqueles dias, num quarto
de hotel em Jerusalém, ele leu Romanos 8:1: “Portanto, nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus”. Ele próprio relata: “Joguei fora o cigarro
da boca, caí de joelhos ao lado da cama e entreguei-me. O rebelde havia achado
uma causa”. Frankilin não pode suportar a vida que levava. Ele sabia que
precisava tomar uma decisão por Jesus. Sabia que só em Cristo ele poderia
encontrar significado para a vida. Só em Jesus Cristo ele teria libertação do
jugo do pecado. Então ele se rendeu. Sua vida deu uma guinada radical e ele
tornou-se um ardoroso seguidor de Jesus. O testemunho de Frankilin tornou-se
uma poderosa arma de evangelização. Em 1995, uma das revistas mais importantes
do mundo, a revista TIME dos EUA, publicou uma matéria de capa chamada “O Filho
Pródigo”, sobre a vida de Frankilin Graham. Logo ele também foi ordenado
pastor, desenvolveu seu próprio ministério e também se tornou um grande
evangelista. Hoje Frankilin é um pastor respeitado mundialmente, pelos cristãos
e lideranças mundiais. Ele também é presidente da Associação Evangelística
Billy Graham, uma instituição com cerca de 3 milhões de doadores, que arrecada
cerca de 100 milhões de dólares por ano, destinados ao sustento de centenas de
missionários ao redor do mundo.
Esta parábola nos ensina que Deus é misericordioso com seus
filhos. Deus é como um pai e nós somos seus filhos. Fruto da desobediência vem
as consequências: sofrimento, dor tristeza, mágoa, pobreza, drogas, acidentes,
doenças sexualmente transmissíveis: honra teu pai e tua mãe para que se
prolongue os dias na terra. Graças a Deus a “ficha” cai um dia, o filho pródigo
se lembra da casa do pai. O filho volta para casa. A filha pede desculpa. O pai
estava orando por isso. Era seu desejo. Queria poder abraçar, beijar, dizer que
amava.