Posted by : Francisco Souza
quinta-feira, 13 de março de 2014
[João 2:1-12]
A família era em Israel a base vital da sociedade, a pedra
fundamental de todo edifício. Os membros da família sentiam-se realmente como
sendo da mesma carne e sangue, e isto significava ter a mesma alma. Enquanto os
judeus desejassem permanecer fiéis à Lei eles jamais deixariam de admitir o
lugar predominante da família na sociedade.
A família era também uma comunidade religiosa, com suas
festas particulares, a Páscoa por exemplo,
deveria ser celebrada em família. O
elo religioso era tão forte que em Atos vemos que quando os pais aceitavam os
ensinamentos de Cristo levavam com eles a família inteira.
Os ensinamentos rabínicos enfatizavam a ideia de que “não
cuidar do irmão” era agir como Caim e elogiavam a postura de José, que mesmo
defraudado por seus irmãos, demonstrou misericórdia e agiu em favor de sua
família.
Certificar-se da perpetuação da família, ou seja, casar-se,
era uma questão de maior importância para o homem.
A monogamia era considerada como a união ideal desejada por
Deus.
“No relato da criação da mulher o misterioso jogo de
palavras ‘chamar-se-á varoa (isha), porquanto do varão (ish) foi tomada’ era
interpretado como licença para o casamento monogâmico. O primeiro homem
mencionado na Bíblia como possuindo várias esposas foi Lameque, um descendente
de Caim, uma autoridade medíocre” [A vida diária nos tempos de Jesus, Henri
Daniel-Rops. Ed. Vida, página 82]
Extrai-se dos profetas Oséias, Jeremias, Isaías e Ezequiel a
noção de casamento monogâmico como um símbolo da aliança entre Yahweh e Israel.
O casal era escolhido pelos pais, o noivado [que era visto
como tão importante quanto o casamento, gerando quase que os mesmos direitos e
obrigações daquele] durava um ano até que os preparativos e acertos
terminassem.
O casamento era um dia mais festivo que os demais, a melhor
época era o outono pois a colheita já acontecera, a vindima terminara e as
mentes e corações estavam em repouso, além do clima agradável da
estação. A
família e cidade eram convidadas, amigos de amigos e muitos vinham de longe
para a festividade que durava vários dias.
O pai de família era o chefe da casa e tudo ficava sob seu
controle, era responsável pela família, casa e possessões. Era considerado um
homem poderoso, de bases sólidas, recebendo o respeito dos filhos, alguém que
cuida para que sua terra seja semeada com as melhores sementes, que defenda sua
propriedade contra os ladrões, distribui trabalho para os empregados e lhes dá
a paga justa.
As mulheres tinham como extensão os poderes do marido no que
se relacionasse á família. A mulher devia
fidelidade total ao marido, deviam
andar bem vestidas [era o orgulho do marido], deviam saber a Lei pois elas
ensinariam os filhos até uma certa idade. A mulher representava o papel de
rainha no lar, sua importância era reconhecida, a maioria dos artigos que hoje
se adquire em lojas era fabricado em casa pelas mulheres.
Apesar de uma linha de pensamento ver a mulher como um bem,
havia também os que louvavam a importância desta.
Os filhos eram criados desde pequenos na Lei do Senhor.
Nenhum lugar melhor para mostrar-se o Filho de Deus, o
Messias tão esperado.
O vinho [que aqui tem o significado de alegria e não de
bebida forte como em Lucas 1:15, e sim vinho doce] não podia faltar numa festa
de casamento, seria uma desonra para a família dos noivos, para estes mesmos e
uma desfeita aos convidados. O melhor vinho era servido logo no começo da festa
e mais á frente os de menor qualidade.
Maria lhe pediu que fizesse algo quando o vinho acabou, e
Jesus replicou: “que tenho eu contigo mulher? Ainda não é chegada a minha
hora”, ainda assim, vejo como que Maria lhe apresentando o problema e deixando
com Jesus para que decidisse o que seria melhor.
Jesus, apesar de a princípio desejar postergar o primeiro
sinal, não resistiu. Ele olhou para a família que estava se formando, para o
casal que compartilhava com todos a alegria de uma união diante de Deus.
Esta é a importância do casamento. Faz com que Ele pare, dê
atenção total e opere o milagre que for para que não falte a alegria.
E quando o mestre-sala provou o vinho que Jesus havia feito
neste milagre disse: “todos põem primeiro o vinho bom e, quando já beberam
fartamente, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho”.
Não consigo deixar de pensar no significado desta frase no
contexto do casamento.
Quantos não têm sido desfeitos?
Começam muito bem declarando toda a dedicação e amor eterno,
mas á medida que o tempo passa, deixam algo faltar até chegar ao ponto de
acabar o vinho, a alegria do casamento. O casamento fundamentado em Cristo verá
neste momento Ele operar de tal forma a todos declararem, desde filhos a
familiares e amigos: até agora, até o final da festa, até o final da vida,
guardaram o bom vinho.
Em nossa vida Ele também pode operar este milagre. Jesus é
nossa fonte de alegria e esta fonte é fácil de encontrar: basta buscamos em
nossa vida em todo tempo, pois sempre ele esta aqui para nos ajuda ser vitorioso, as vezes quando
pensamos que não tem jeito. Ele diz tem sim siga em frente
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