Posted by : Francisco Souza
domingo, 19 de fevereiro de 2017
A segunda viagem missionária
a) Resumo
e itinerário
Segunda viagem missionária: Paulo vai à Europa, 16:1-18:17:
Galácia e A. Menor, 16:1-10. Timóteo e Paulo, 16:1-5 Missão a Trôade, 16:6-10.
Trabalho na Macedônia, 16:11-17:15. Em Filipos, 16:11-50. Em Tessalônica,
17:1-9. Em Beréia, 17:10-15. Na Acaia, 17:16-18:17. Esta última fase inclui
Atenas e Corinto.
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b) A
missão da segunda viagem
Segunda viagem (49-52; At 15,36-18,22). P. não demorou muito
em Antioquia, mas visitou com Silas as comunidades cristãs da Síria, da
Cilicia, de Derbe, Listra e Antioquia da Pisídia. Em Listra conheceu Timóteo,
que se tornou um dos colaboradores mais fiéis do apóstolo (15,35-16,5). Daí
surgiu com Silas para a Frígia, a terra dos gálatas, onde foi detido por uma
doença e recebido “como um anjo de Deus”, como o próprio Cristo (Gl 4,13-15).
Depois de atravessar a Míssil chegou em Tróade (16,6-8),
onde se encontrou com um médico, Lucas, que se juntou à sua companhia. No mesmo
lugar teve a visão noturna do Macedônia, clamando por socorro. Seguiu
imediatamente para a Macedônia e via Neápolis para Filipos, onde foi fundada
uma comunidade muito florescente, composta quase exclusivamente de gentios
(16,11-40;1 Ts 2,2), que mostrou grande afeição para com P. (Flp 1,3-8.10-16).
Os magistrados da cidade mandaram prender P. e Silas; mas, durante a noite,
foram soltos por serem cidadãos romanos.
Pela Via Egnatia os missionários continuaram sua viagem, por
Anfípolis e Apolônia, até Tessalônica. Aí P. pregou durante três semanas na
sinagoga e converteu numerosos “tementes a Deus” e alguns judeus, teve também
muitas conversas nas casas particulares (1 Ts 2,11s), sobretudo à noite, porque
de dia exercia a sua profissão (2,7-10). Apesar da oposição de alguns (2,14),
Paulo fundou uma comunidade florescente, composta sobretudo de gentio-cristãos.
De Tessalônica P. e Silas partiram para Beréia, onde
numerosos judeus e gentios da elite foram conquistados para o cristianismo, até
que P., pelas ameaças dos judeus, foi obrigado a abandonar a cidade. Deixou
Silas e Timóteo em Beréia e viajou sozinho a Atenas (17,1-5); aí Timóteo se
ajuntou a P., mas foi mandado de volta a Macedônia (1 Ts 3,1-6).
O Apóstolo aos gentios entristeceu-se profundamente por esse
fracasso (1 Ts 3,3s) e desanimou (cf. 1Cor 2,3). Nesse estado chegou a Corinto,
com o firme propósito de renunciar doravante à eloqüência e sabedoria humanas,
e de só conhecer e pregar o Cristo crucificado (1 Cor 2,2). Em Corinto esteve
durante 18 meses hospedado com Áquilas e Priscila. Nos dias de semana exercia a
sua profissão; nos sábados pregava na sinagoga. Quando Silas e Timóteo, porém,
lhe trouxeram ajuda financeira dos filipenses (2 Cor 11,9; Fp 4,16), dedicou-se
ele inteiramente à pregação. Converteu alguns judeus (18,8; 1 Cor 1,14) e
muitos pagãos, principalmente das classes mais baixas, sem cultura (1 Cor
1,26).
Em Corinto, Paulo escreveu 1Tes e 2Tes. Invejosos do seu
sucesso, os judeus o acusaram diante de Galião, provavelmente no princípio de
seu consulado (meados de 52), como propagandista de um “religião ilícita”.
Galião, porém, rejeitou a acusação dos judeus. Em Corinto o apóstolo
embarcou-se para a Síria, junto com Áquilas e Priscila. Deixou seus
companheiros em Éfeso, aterrou em Cesaréia, visitou talvez Jerusalém, e voltou
para Antioquia (At 18,18-22).
a) Resumo
e itinerário
Terceira viagem missionária: Paulo vai à Ásia Menor,
18:18-19:41. Viagem de confirmação das igrejas, 18:18-23, Apolo, 18:24-28.
Paulo em Éfeso, 19:1-41. Retorno à A. Menor, 19:1=12. Paulo e os exorcistas,
19:13-20. Planos de Paulo sobre o futuro, 19:21-22. O levante em Éfeso,
19:23-41.
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b) A
missão da terceira viagem
Terceira viagem (53-58; At 18,23-21,14). Pouco depois partiu
novamente para a Galácia (cf. Gl 4,13), onde reinavam a piedade e a paz nas
comunidades cristãs (1,6; 5,7), atravessou a Frígia, as montanhas do centro da
Ásia Menor e o vale do Meandro, e chegou a Éfeso (At 18,23; 19,1.8.10; 20,31).
Aí Priscila e Áquilas já haviam completado a instrução cristã de Apolo, judeu
alexandrino douto e eloqüente que com zelo e sucesso pregara o cristianismo na
sinagoga, e já partira para Corinto (18,24-28; 19,1).
Em Éfeso Paulo conheceu também uma dúzia de discípulos de
João Batista, que ele ganhou para o cristianismo (19,2-7), e pregou durante
três meses na sinagoga. Como a maior parte dos judeus continuava incrédula,
dirigiu-se aos pagãos, pregando no auditório de um tal de Tirano, provavelmente
um retor grego.
Lucas narra detalhadamente alguns episódios das atividades
de P. em Éfeso; curas e expulsão de demônios, a destruição de um grande número
de livros de magia (19,11-19) e o tumulto que, depois de três anos, ocasionou o
fim da estadia de P. naquela cidade (19,23-20,1). At 19,20.26 refere-se em
termos vagos à propagação do cristianismo “por toda a Ásia”. De fato, abrira-se
para P. em Éfeso “uma porta larga e poderosa” (1Cor 16,9); quem a abriu foi ele
mesmo e os seus colaboradores (Timóteo, Tito, Erasto, Gaio, Aristarco e
Epafras: At 19,22,29; 2Cor 12,18; Cl 1,7); e fundaram-se comunidades cristãs em
Colossos, Laodicéia, Hierápolis (Cl 1,7; 2.1; 4,12s), Tróade (At 20,5-12;
2Cor
2.12) e mui provavelmente também em Esmirna, Tiatira, Sardes e Filadélfia (Ap
1:11).
Em éfeso Paulo sofreu muitas e duras provações: perseguições
da parte dos judeus (20:19; cf. 21:27), uma determinada tribulação que “acima
de suas forças” o oprimiu, a ponto de ele “perder a esperança de conservar a
vida” (2Cor 1:8), uma doença ou perigo mortal (cf. 2Cor 1:9s; 11:23), uma luta
contra as feras (1Cor 15:32), seja em sentido literal, seja em sentido
metafórico, de uma luta contra homens maus e violentos; afinal, em Rm 16:4
Paulo fala num perigo mortal, do qual foi salvo por Priscila e Áquilas; esse
acontecimento desconhecido deve-se localizar provavelmente em Éfeso.
Além disso Paulo andava muito preocupado com algumas
comunidades cristãs. Os gálatas quase deixaram afastar-se dele pelos
judaizantes; escreveu-lhes Gálatas. Na comunidade de Corinto infiltraram-se
graves abusos morais. Paulo reagiu numa carta que se perdeu (1Cor 5:9), e
mandou Timóteo e Erasto a Corinto (At 19:22; 1Cor 4:17).
Depois, vieram de Corinto alguns cristãos com uma carta da
comunidade, na qual se propunham a P.
diversas perguntas. A essa carta P. respondeu com 1 Cor, provavelmente em 55. Entretanto, chegaram a Corinto alguns judeu-cristãos que minaram a autoridade de Paulo. Esse resolveu então ir pessoalmente a Corinto (2Cor 2:1; 12:14; 13:1s). Esta “visita intermediária” efetuou-se em tristeza, pois Paulo não conseguiu quebrar a desconfiança dos coríntios, e foi até ofendido por um cristão (2Cor 2:1.5; 7:12; cf. 12:21).
diversas perguntas. A essa carta P. respondeu com 1 Cor, provavelmente em 55. Entretanto, chegaram a Corinto alguns judeu-cristãos que minaram a autoridade de Paulo. Esse resolveu então ir pessoalmente a Corinto (2Cor 2:1; 12:14; 13:1s). Esta “visita intermediária” efetuou-se em tristeza, pois Paulo não conseguiu quebrar a desconfiança dos coríntios, e foi até ofendido por um cristão (2Cor 2:1.5; 7:12; cf. 12:21).
Demorou pouco, e voltou a Éfeso, de onde dirigiu “com muitas
lágrimas” uma terceira carta aos coríntios (2Cor 2:4,9; 7:8,12). Tito foi
portador dessa carta, que não foi guardada. Nela Paulo exigia desagravo e a
submissão da comunidade (2Cor 2:9).
Enquanto aguardava o resultado da carta e da missão de Tito,
Paulo foi obrigado a deixar Éfeso. Viajou para Tróade (20:1; 2Cor 2:13), onde
esperava encontrar-se com Tito. Quando esse demorava, embarcou para Macedônia.
Aí encontrou-se com Tito (provavelmente em Filipos) e ouviu, com muita alegria,
que os coríntios se submetiam.
Da Macedônia escreveu-lhes 2Cor (em 57). Depois de uma
visita às comunidades da Macedônia e, talvez, depois de uma viagem pela Ilíria
(Rm 15:19), Paulo cumpriu a promessa já antiga de visitar Corinto (1Cor 16:5),
onde ficou três meses (At 20:3). Em Corinto P. escreveu Rm (fins de 57 ou princípios
de 58), para preparar uma visita há muito planejada (At 29:21).
Para terminar essa viagem, Paulo queria viajar por mar a
Síria, junto com os representantes das comunidades que haviam arrecadado
dinheiro para os cristãos, mas, por causa de um atentado contra a sua vida,
tramado pelos judeus, viajou por terra. Em Filipos, Lucas ajuntou-se a ele; em
Tróade esperavam-no os companheiros de viagem. Em Tróade tomaram o navio para
Mileto, onde P. mandou chamar os anciãos de Éfeso, para se despedir; pressentia
que nunca mais os veria (20:1-38). Depois navegaram até Tiro, onde profetas
tentaram convencer P. que não fosse a Jerusalém. P., porém, continuou sua
viagem até Ptolemaide e daí por terra até Cesaréia, onde durante vários dias
foi hóspede de Filipe, um dos Sete (At 6:5). Um profeta da Judéia, Ágabo,
predisse que em Jerusalém esperavam-no algemas e prisão, mas P. não se deixou
reter (21:1-16).