Posted by : Francisco Souza
domingo, 20 de agosto de 2017
“Falar de perdão é falar de Deus, é falar da graça, é falar
da capacidade de oferecer aos outros uma memória apagada, sem registros, sem mágoas e sem as tatuagens do
ressentimento. Perdoar é deixar o outro nascer de novo em nossa história, sem a memória que fizeram dele uma
desagradável lembrança. Falar de perdão é falar de algo que o mundo não ensina. É falar de vida, de saúde, de paz e da
verdadeira humanidade individual que se transforma na semelhança de Deus, pois quem não perdoa adoece e se deforma
como gente.
Falar de perdão é falar do sentimento
Falar de perdão é falar do sentimento
essencial para se viver com o coração descoberto neste mundo
de agressões e de facas afiadas. Falar de perdão é falar de Jesus na nossa vida” (Caio Fábio). Sobrevoando no texto II Coríntios 2:5-11
O que significa pedir perdão? Às vezes nós esbarramos em alguém e pedimos “desculpa” e a
pessoa
faz um aceno dizendo tudo bem e a vida prossegue. Mas pedir desculpa é bem diferente de pedir
perdão.Quem pede perdão admite ser alguém ainda sob o controle do pecado, ainda adoecido pela raiva. Pede perdão aquele que desejou matar, aquele que desejou morrer; aquele que está doente e precisa de cura. Embora o cristão sempre procure andar na luz para agradar ao Senhor, também é verdade que há anseios sombrios dentro de nós que pedem satisfação, coisas que não ousamos falar em público. Assim mesmo os que procuram ser bonzinhos e equilibrados, podem manifestar sua maldade e desequilíbrio
vez por outra. Uma palavra cortante ou uma agressão física
podem ser tão traumatizantes que causam seqüelas de longa duração. Pedir perdão depois de agir assim, significa
admitir que há algo errado, algo que precisa de conserto, uma admissão de que não somos o que gostaríamos de ser.
Por isso não há lugar para a falta de perdão em uma
comunidade cristã, porque sem ele estas feridas continuarão abertas.
Todos nós devemos admitir que estamos sendo
transformados à imagem de Cristo (Ef 4:24), mas que a obra ainda não está completa, e que até lá devemos admitir nossa
fraqueza, renovar a esperança e nos perdoarmos mutuamente. Todos nós cometemos erros, podem ser erros
involuntários, mas boa parte deles é fruto da insegurança, orgulho, inveja, sentimento de superioridade etc... Todos
esses frutos negativos surgem da falta de amor. Fazemos vítimas com o nosso comportamento e somos vítimas do
comportamento dos outros. Por isso precisamos de perdão
mútuo. Sem perdão a comunidade cristã se esfacela debaixo do
peso dos frutos da carne.
A comunidade a qual falta perdão é uma comunidade fraca.
Quando Paulo menciona o perdão necessário para a comunidade de Corinto, afirma que por amor ele perdoa
qualquer pessoa que a comunidade perdoar (II Co 2:10,11).
Ele faz isso para que Satanás não ganhe vantagem sobre nós, pois seremos uma corrente forte bem ligada pelo vínculo
Ele faz isso para que Satanás não ganhe vantagem sobre nós, pois seremos uma corrente forte bem ligada pelo vínculo
da paz e pelo perfeito amor. Se estivermos conscientes disso
também estaremos preparados para evitar as maquinações do inimigo. Já uma comunidade forte é aquela que sabe
precisar do perdão
mútuo, para que a falta dele não corroa os elos das correntes, enfraquecendo-a. É quando admitimos
nossas falhas e fraquezas é que nos tornamos fortes, pois o perdão mútuo estreita os vínculos de amor e tira do inimigo
qualquer vantagem que tenha sobre nós. Leia atentamente II Co 2:7 e veja que existe uma punição
para aquele que traz tristeza para
Iluminando a pista...
a comunidade. Perdão é coisa séria. Pede perdão aquele que sabe ter se
comportado de acordo com a sua natureza pecaminosa. Quando o perdão se faz
necessário, a tristeza gerada pelo pecado cometido já está presente. O pecado deve ser “confrontado”, pois o
perdão precisa ser específico.
Quando Paulo diz que “a punição pela maioria é suficiente”.
Até esse ponto a correção é saudável e visa restaurar o
indivíduo faltoso e a comunidade. Mas Paulo alerta que a
correção não pode se arrastar por mais tempo que o necessário, sob pena de esmagar o irmão perdoado sob o peso
da culpa que lhe é imposto. A tristeza excessiva surge quando a correção não é seguida pelo acolhimento. É manter a
punição sem conceder o alívio proporcionado pelo perdão. Não é assim que Deus age. Quando a igreja corrige o
faltoso está em sintonia com o ensino bíblico. Mas quando se apega demais à correção, esquece-se que o objetivo
é sempre a restauração dos relacionamentos com Deus e
com o próximo. É o mesmo que “jogar na cara” repetidamente o
pecado cometido por uma pessoa que já se arrependeu. Nesse ponto a medida exagerada da correção envenena a alma
do faltoso, causa-lhe tristeza excessiva e se desvia do
ensino bíblico.
O passado não é apagado- perdoar não é esquecer. O pecado
cometido no passado permanece na memória, mas não exerce mais influência negativa sobre o presente. Assim
neste contexto, perdão significa não permitir que o passado defina o presente. O pecado que separou irmãos perde seu
poder e os relacionamentos podem então ser restaurados.
Punição sem acolhimento é sinal de falta de perdão. O perdão
que Deus nos concede precisa ser espalhado por nós, uns
aos outros, em qualquer comunidade. Efésios 4:3 nos faz
entender que devemos ser bondosos e compassivos uns para com os outros, é preciso distribuir na comunidade, o perdão
que Deus já nos concedeu. E em Colossenses 3:14 nos faz entender como o perdão ajuda quando precisamos a lidar com
as queixas. Você quer perdoar? Então decida, pois perdão é uma decisão;
perdão é você liberar – Aterrissando na
Palavra soltar alguém de dentro de você. Se você diz que perdoou apenas porque
aceitou o culpado, mas lembra a ele de seu erro sempre que ele erra,
então, você não o perdoou, apenas o seqüestrou a você. O perdão não tira a nossa memória dos fatos, mas tira a emoção
deles, e, além disso, mata o fato/passado como argumento
para a vida contra a pessoa.
Ninguém é obrigado a ficar com ninguém mesmo depois de perdoar o ofensor. Aliás, até para que duas pessoas se separem é essencial que se perdoem. No entanto, se decidem continuar perdoadamente juntos, então,
O grande desafio do perdão é desistir da ofensa do outro como direito nosso contra ele!
Quem perdoa não perde a memória, mas desiste do direito de
acusar ou de reter a memória como raiva ou crédito. Por isto
o perdão é um ato de fé e não de emoção, pois pela emoção ninguém perdoa ninguém.
Somente pela fé que antes olha para o próprio perdão que se
recebe de Deus todos os dias, é que alguém pode praticar o perdão como decisão de graça e como privilégio. Mas enquanto
perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão será
apenas sacrifício. Perdão é vida quando se torna privilégio
em fé! O perdão do homem para o homem deve ser repetição do perdão de Deus aos homens. Os homens perdoados
por Deus são eternamente devedores de perdão ao próximo. Só entenderemos o impacto positivo do perdão quando
entendermos que o perdão de Deus está vinculado ao
perdão que entendemos ao nosso próximo. Pois o mandamento
principal é amar a Deus e ao nosso próximo como amamos a nós mesmos. Amamos a Deus, amando o nosso próximo.
Pondo os Pés nos chão...
1- Tente explicar para si mesmo e para o grupo porque o
perdão é tão necessário em uma
comunidade cristã?
2- Você já viu uma comunidade ser enfraquecida por falta de
perdão mútuo? E quais são as
maquinações de Satanás que dão a ele vantagem sobre nós?
3- O que aconteceria em nossa comunidade se estivéssemos
sempre dispostos a perdoar os irmãos
que nos prejudicaram?
4- Como você descreveria a alegria de ter sido perdoado?
Você tem algum caso de relacionamento
restabelecido por causa do perdão mútuo? Compartilhe
conosco.
5- Você acha que poderia pedir perdão a Deus sem perdoar
aqueles que o prejudicaram?
Ore, reflita e faça uma lista das pessoas que precisam do
seu perdão. E depois decida a
tomar uma posição.