Posted by : Francisco Souza
quinta-feira, 1 de março de 2018
METÁFORAS DO SAL
Jesus usou a mesma idéia do
sal fora do saleiro, por meio de outros elementos contagiantes, quais sejam: o
grão de mostarda e o fermento, elementos que penetram e que atingem outras
realidades para além de si mesmos em alguns outros contextos, no Novo
Testamento. Vejamos Mateus 13:31-32:
"Outra parábola lhes
propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um
homem tomou e plantou no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as
sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo
que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos."
Nesta parábola a do grão de
mostarda , Jesus usa uma outra linguagem, uma outra figura, um novo elemento,
uma outra metáfora, no entanto trazendo a mesma idéia de que o reino de Deus é
contagiante, alterando o que está à sua volta, penetrando nos ambientes e
situações exteriores, modificando-os. Interessante neste texto é que há uma
dinâmica nele, a qual é de dentro para fora:
METÁFORAS DO SAL
"(...) O reino dos céus é
semelhante a um grão de mostarda".
O Reino dos Céus é
assemelhado a uma semente, a qual é plantada na terra, enterrada, portanto;
germinando, sai da terra, vindo de dentro para fora. Ele o Reino dos Céus
aparece é do lado de fora, porém vindo de conteúdos essenciais interiores;
originando-se do sêmen, da semente, da essência de vida.
O segundo elemento de que
Jesus lança mão: o fermento , enfocando a mesma idéia, encontra-se em Mateus
13:33:
"Disse-lhes outra
parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e
escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado."
Aqui também há uma dinâmica:
começa em um ponto, indo para outro, ou seja, de conteúdos afirmados que
crescem, impregnando e invadindo outros mundos, outros ambientes.
Parece que ao afirmar imagens
desse tipo Jesus está afirmando, sobretudo, um princípio do Reino de Deus, o
qual só tem sua eficácia, sua razão de ser se puder manter tal dinâmica que vem
de dentro para fora, de um ponto para o outro, ou esta de manter a diferença
enquanto está presente, dando gosto onde há desgosto, proporcionando vida onde
há morte e desesperança, num processo sucessivo de relações comunitárias
impregnadas pela consciência da presença de Deus na vida daqueles que chamam ao
Pai de Jesus Cristo de "Meu Pai".