Posted by : Francisco Souza
domingo, 18 de agosto de 2019
A Apostasia e seus Agentes
Acabe
Já vimos que tanto Salomão como Jeroboão, filho de Nebate e
Onri, foram agentes da apostasia quando plantaram as suas sementes. Todavia,
como destacou o expositor bíblico Earl D. Radmacher “Acabe representa o nível
mais baixo da degeneração espiritual dos reis de Israel. Cada um dos reis do
reino do Norte desde Nadab (15.26), até o filho de Jeroboão, Onri (16.26),
foram culpados por andar pelo caminho de Jeroboão I. Sem dúvida, Acabe agiu
como se os pecados de Jeroboão tivessem sido leves. Isso se deve por duas
razões: a primeira porque se casou com Jezabel e a segunda porque promoveu o
culto a Baal como religião do estado”.5 O pecado de Acabe, portanto, foi andar
nos caminhos idólatras de seu pai e também ter aderido aos maus costumes dos
cananeus trazidos por sua esposa Jezabel (1 Rs 16.31). Esse fato fez com que
Acabe se tornasse um instrumento muito eficaz na propagação do culto a Baal.
Jezabel
Jezabel (cujo nome significa onde está o Príncipe?, ou ainda
o príncipe existe?) teve uma verdadeira obstinação na implantação da adoração a
Baal em território israelita. O Nuevo Comentário Ilustrado de La Biblia observa
que “Jezabel era uma mulher poderosa, mui dotada e competente, pelo que
incrivelmente perversa.
Ela pode ser quem influenciou negativamente seu marido
(1 Rs 21), já que quando ela estava longe de Acabe, este possuía uma conduta
relativamente boa (1 Rs 20)”.6 O primeiro dos livros de Reis relata que Jezabel
trouxe para Israel seus deuses falsos e também seus falsos profetas (1 Rs
18.19). Foi, sem dúvida alguma, uma agente do mal na tentativa de suprimir ou
acabar de vez com o verdadeiro culto a Deus. Não fosse a intervenção do Senhor
através dos profetas, em especial Elias, ela teria conseguido o seu intento. O
Senhor sempre conta com alguém a quem ele levanta em tempos de crise.
A apostasia e suas consequências!
A perda da identidade nacional e espiritual
A Bíblia assegura que “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”
(SI 33.12). Desde a sua criação como nação eleita, Israel foi identificado como
povo de Deus (Ex 19.5). A identidade dessa nação como povo escolhido é algo bem
definido nas Escrituras Sagradas. Todavia nos dias de Acabe o povo estava
dividido. As palavras de Elias: “até quando coxeareis entre dois pensamentos?”
(1 Rs 18.21), revela a crise de identidade dos israelitas do Reino do Norte. A
adoração a Baal havia sido fomentada com tanta força pela casa real que o povo
estava totalmente dividido em sua adoração. Quem deveria ser adorado, Baal ou o
Senhor? Sabemos pelo relato bíblico que Deus havia preservado alguns
verdadeiros adoradores, mas a grande massa estava totalmente propensa à
adoração falsa. A nação que sempre fora identificada pelo nome do Deus a quem
servia, estava agora perdendo essa identidade.
O julgamento divino
Como quem surge do nada, o profeta Elias aparece no cenário
nacional nortista para predizer uma grande seca (1 Rs 17.1; 18.1). A fim de que
a nação não viesse a perder de vez a sua identidade espiritual e até mesmo
deixar de ser vista como povo de Deus, o Senhor enviou o seu mensageiro para
trazer um tratamento de choque ã nação. Sem dúvida Elias se distinguia dos
falsos profetas, porque enquanto estes prediziam o que o povo gostaria de
ouvir, aquele anunciava o que estava na mente de Deus. E hoje, que tipo de
profecia estamos ouvindo? Parece que os “profetas” de hoje se renderam à
inspiração triunfalista, pois somente profetizam o que é bom. Um verdadeiro
profeta de Deus não se rende aos apelos da cultura que o cerca.
Por outro lado, Elias não previu julgamento apenas para o
Reino do Norte. O Reino do Sul, com sua sede em Jerusalém, experimentou
julgamento semelhante. Isso ocorreu durante o reino de Jeorão, filho de Josafá
e genro de Acabe, que recebe uma carta do profeta Elias. Nela é anunciado o
juízo divino sobre a sua vida e reinado (2 Cr 21.1-20). O Senhor mostrou
claramente que a causa do julgamento estava associada ao abandono da verdadeira
fé nEle. Tempos depois o apóstolo dos gentios irá nos lembrar da necessidade de
nos corrigirmos diante do Senhor (1 Co 11.31,32).